Estudantes nigerenses não conseguem frequentar a escola
12/06/2023
Por Ana Júlia da Silva Rosa
O terrorismo na área das Três Fronteiras tem provocado um estado contínuo de tensão e insegurança, além de ser a causa que levou ao fechamento de escolas no Estado do Níger. Segundo o apontamento feito pelo ministro da Educação Nacional do Níger, Ibrahim Natatou, na primeira semana de junho, 921 locais de ensino tanto primário quanto secundário foram forçados a fechar no mês de maio tendo em vista a vulnerabilidade a qual a região de Tillabéri está exposta. Logo, a parte da população mais afetada, em um primeiro momento, são os jovens nigerenses, uma vez que das 921 escolas fechadas, 891 delas correspondem às escolas primárias e as vítimas dessa situação são, aproximadamente, 80.000 alunos. Pode-se observar que a região de Tillabéri é a mais prejudicada porém as de Diffa, Maradi e Tahoua também não passam ilesa ao que está ocorrendo.
Ademais, acredita-se que se o Estado nigerense assegurar a implementação de escolas de acolhimento, centros de reagrupamento ou cantinas de emergência há uma grande chance de os alunos não irem às escolas formais. Sendo assim, o Sindicato Nacional de Professores do Níger se preocupa com o abandono escolar em massa e também fica apreensivo com relação a segurança dos professores e, por isso, solicita mais patrulhas militares.
Outrossim, deve-se ter em mente que o fechamento das escolas é uma consequência do terrorismo na região, mas também ocorre por ser um alvo altamente visado pelos combatentes. Tal situação pode ser exemplificada tanto no Mali, onde aconteceram vários ataques terroristas contra escolas e em que foram queimados livros e cadernos, quanto em Burkina Faso que foi alvo de ataques parecidos. Diante disso, em 2017, o SOS Enfants da UNICEF declarou que o crescente número de ataques e ameaças na região fez com que mais de 1,9 milhões de crianças abandonassem a escola e em Burkina Faso, Mali e Níger. Esse aumento corresponde a seis vezes mais em um período de tempo de apenas dois anos.
Fonte: Le Journal de l’Afrique
A solução de Donald Trump para as fronteiras dos Estado Unidos pode mudar a realidade dos imigrantes africanos
31/05/2023
Por Aline Almeida Santos
A proposta do ex-presidente Donald Trump para as eleições de 2024 é negar a cidadania para imigrantes que nasceram nos Estados Unidos da América. Não ganharão cidadania americana as crianças que não possuem pais cidadãos americanos ou pais residentes permanentes legais. Essa proposta é algo novo na constituição americana, já que até então qualquer criança que nascesse no solo americano era automaticamente considerada cidadã.
A política de Trump é combater a falha constitucional, que ao ceder cidadania a essas crianças, acaba por incentivar os pais a viverem ilegalmente no país. Isso também é uma resposta ao caos gerado na fronteira mexicana, prova cabal da ineficiência da regulamentação estrangeira no país. Se eleito, Trump anunciou que tomará medidas de contenção de imigrantes e se for preciso fará operações de deportações. Os nigerianos e os etíopes são as maiores comunidades africanas nos Estados Unidos, desses não se sabe ao certo quantos estão de forma irregular. No entanto, se sabe que essa demora é um problema antigo, problema que põe o atual presidente Joe Biden, adepto a imigração, sob pressão.
Fonte: All Africa
Conflito no Sudão: Cesariana à luz do telefone – dar à luz numa zona de guerra
05/06/2023
Por Julia Araujo de Oliveira
O conflito no Sudão tem afetado milhares de pessoas em suas atividades rotineiras e, também, vem afetando mulheres grávidas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), antes do conflito começar, o Sudão já registrava um dos maiores números de mortalidade materna do mundo. No entanto, com a escalada do conflito, em abril, o Fundo de População das Nações Unidas estimou que cerca de 219 mil grávidas estão em risco no país. Além disso, também segundo a OMS, um em cada seis hospitais em Cartum estão funcionando com sua capacidade máxima. Portanto, é visto que vários hospitais fecharam e aqueles que continuam com as portas abertas geralmente ficam sem energia. Nesse sentido, Howaida, uma obstetra, revelou que a situação está muito ruim, tendo em vista que os profissionais estão utilizando lanterna de celulares para iluminar procedimentos cirúrgicos, como cesarianas, já que não possuem recursos suficientes. Os profissionais precisam trabalhar também sem a presença de anestesistas gerais e necessitam dar alta para mulheres cerca de 10 horas após terem feito cesária. Além disso, uma mãe chamada Fadil revelou que pôde ouvir explosões nas ruas ao dar à luz e que os hospitais enfrentam a falta de elementos básicos, como água. Fadil também não conseguiu emitir certidão de nascimento para seu filho, nem vaciná-lo. Diante disso, é possível ver os impactos que o conflito no Sudão vem causando nas mulheres grávidas no país, gerando uma experiência ainda mais estressante do que o normal tanto para elas quanto para os profissionais da saúde.
Fonte: BBC
Os preços do gás quase triplicam na Nigéria, à medida que o novo líder desencadeia a compra em pânico ao interromper os subsídios
06/06/2023
Por Camila Gomes Barroso
Os preços dos combustíveis quase triplicaram na Nigéria depois que o novo presidente do país, Bola Tinubu, disse que seu governo não iria mais subsidiar a gasolina para os cidadãos do maior produtor de petróleo da África. Esta é uma medida drástica para um país em que a gasolina barata é uma característica da vida diária há décadas e uma tábua de salvação para milhões de nigerianos que enfrentam dificuldades econômicas. A última vez que o governo tentou remover os subsídios aos combustíveis em 2012, provocou protestos em todo o país. Longas filas começaram a se formar imediatamente nos postos de gasolina após o discurso de Tinubu, enquanto os nigerianos corriam para estocar combustível antes do salto iminente nos preços.
A decisão de encerrar o subsídio aos combustíveis faz parte de um esforço mais amplo do governo para desregulamentar o setor petrolífero vital do país e atrair mais investimentos em petróleo e gás. Os subsídios aos combustíveis são um dreno nas finanças públicas e muitos argumentam que levam a abusos e corrupção generalizada. Há muito tempo há pedidos pelo fim do subsídio. No entanto, o Congresso Trabalhista da Nigéria (NLC), uma organização central para os sindicatos, disse estar “indignado” com a decisão de Tinubu e exigiu sua retirada imediata.
Governos anteriores tentaram, sem sucesso, remover o subsídio ao combustível, que manteve os preços da gasolina artificialmente baixos, embora eles tenham subido constantemente ao longo dos anos. Em 2012, protestos raivosos, conhecidos como “Ocupe a Nigéria”, duraram semanas depois que o então presidente Goodluck Jonathan tentou acabar com o subsídio.
Fonte: CNN
