Redução do Déficit Comercial do Quênia
15/10/2023
Por Anna Cecília de Souza Rodrigues
Nos primeiros oito meses do ano de 2023, o déficit da Balança Comercial (diferença entre as exportações e importações) no Quénia diminuiu em 726 milhões de dólares. Isso ocorreu devido a uma queda de 2,05% nas importações e um aumento de 12,6% nas exportações, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatísticas do Estado. É importante ressaltar que, essa redução foi possibilitada pelo corte de investimentos em projetos de infraestrutura pública, sendo assim, houve uma queda dos gastos das importações de suprimentos industriais e bens intermediários.
Outro fator importante, foi a desvalorização da moeda queniana (o xelim), frente ao dólar, a libra esterlina e o euro. Desse modo, essa medida colaborou para o aumento das receitas advindas da exportação do país, da qual é baseada na venda internacional de commodities de baixo valor agregado. Portanto, essa diminuição do déficit na balança comercial ajudou também a reduzir o déficit nas contas correntes do país e trazendo, assim, um alívio para as contas do Quênia.
Fonte: https://www.theeastafrican.co.ke/tea/business/kenya-s-trade-deficit-narrows-by-726m-4400008
O êxodo de professores no Zimbábue
17/10/2023
Por Antônio Augusto Araújo Vaz
O Zimbábue está enfrentando um êxodo de professores devido aos baixos salários. O salário médio de um professor no Zimbábue é de US$100 por mês, o que é insuficiente para atender às necessidades básicas da maioria dos professores. Como resultado, muitos professores estão deixando o país para buscar melhores oportunidades de emprego em outros lugares.
O êxodo de professores está tendo um impacto negativo na educação no Zimbábue. As escolas estão com falta de professores, o que está levando a turmas superlotadas e aulas de baixa qualidade, prejudicando o aprendizado dos alunos e colocando em risco o futuro do sistema educacional do país. O governo do Zimbábue está ciente do problema, mas ainda não tomou medidas para resolvê-lo. Em setembro de 2023, o governo anunciou um aumento de salário para os professores, mas o aumento foi considerado insuficiente por muitos professores.
Fonte: AfricaNews
Polícia de Uganda evita ataques a bomba a igrejas pela FDA
16/10/2023
Por Clara Fernandes Ramos
No último domingo (15/10), a polícia ugandesa desativou dois dispositivos explosivos que seriam plantados em igrejas locais por jihadistas das Forças Democráticas Aliadas (FDA). Segundo o chefe de Estado Yoweri Museveni, a tentativa de ataque ocorreu após a operação aérea promovida pelas forças da Uganda no sábado (14/10) contra bases da FDA na República Democrática do Congo. O grupo realiza ataques no território ugandense com certa frequência: em Junho, um atentado promovido por membros da FDA a uma escola no oeste do país deixou 42 mortos, sendo que 37 eram alunos. Foi o segundo ataque mais letal ocorrido na Uganda.
Atualmente, os membros da FDA estão baseados principalmente no território da República Democrática do Congo (RDC) e estão diretamente associados ao Estado Islâmico (EI). Segundo o Grupo de Peritos da ONU sobre a RDC, o EI tem “prestado apoio financeiro ao FAD desde pelo menos 2019, através de um sistema financeiro complexo envolvendo indivíduos em vários países do continente, provenientes da Somália e passando pela África do Sul, Quênia e Uganda”.
Fonte: https://www.africanews.com/2023/10/16/ugandan-police-foil-adf-plot-to-bomb-churches-yoweri-museveni/
Aporte no Nilo: a Corrida por Recursos Energéticos
04/09/2023
Por Luis Gustavo Rodrigues Viana
A construção de uma represa de US$1,7 bilhão nas cataratas de Karuma (Uganda) é um dos grandes exemplos da crescente disputa entre os países da bacia do rio Nilo pelo uso de seus recursos. Em 1929, um tratado entre o Egito e as colônias inglesas garantiu ao país direitos exclusivos sobre as águas do rio Nilo, o mais longo do mundo. Contudo, a partir da demanda cada vez maior por energia elétrica na região, vários países estão desafiando o poder do Cairo, a exemplo da represa Renascença na Etiópia, de mais de US$4,2 bilhões.
Nesse sentido, Kampala planeja ainda construir duas hidrelétricas: Ayago (600MW) e Isimba (185MW). Esses investimentos são motivados pelo desenvolvimento econômico do país e região, onde se concentra grande parte da população de todo continente africano. Todavia, essa realidade se destaca ainda mais no Egito, onde quase 95% da população vive próximo ao rio. Dessa forma, não é injustificada a preocupação do governo com a redução no volume de água que chega a seu território.
Além disso, todos países da região drenada pelo Nilo devem se preocupar com os efeitos das mudanças climáticas, que podem afetar a pluviosidade local. Somente em Uganda, a energia hídrica corresponde a quase 80% de sua matriz. Portanto, não apenas faz-se necessário um aumento da produção de energia, como urgem o planejamento e ação conjuntos de todos os países da bacia do Nilo, a fim de lidar com esses macro-desafios.
Quênia: Tribunal rejeita contestação sobre culturas geneticamente modificadas
12/10/2023
Por Marcela Gonçalves Batista
O tribunal queniano rejeitou uma queixa feita pela Law Society of Kenya (LSK), uma associação de advogados, que contestava a autorização do governo para a cultura e importação de organismos geneticamente modificados (OGMs). A associação LSK alegava que essa autorização era inconstitucional e levantava preocupações sobre a segurança das culturas, especialmente em resposta à grave seca. A autorização, dada pelo governo do Presidente William Ruto, em outubro de 2022, autorizou a importação e cultivo de OGMs, proibidos desde 2012 para proteger pequenas fazendas.
No entanto, a decisão de reverter a proibição de OGMs foi criticada tanto local quanto internacionalmente, com ativistas e grupos de pressão agrícola argumentando que a medida ameaçava os meios de subsistência dos pequenos agricultores. Isso ocorreu em um momento em que o Quênia enfrenta uma seca de intensidade sem precedentes em 40 anos, destacando a importância do setor agrícola que representa cerca de 21% do PIB do país em 2022, sendo uma prioridade para o ex-ministro da Agricultura, o Sr. Ruto, que promete revitalizá-lo.
O tribunal, presidido pelo juiz Oscar Angote, sustentou que não havia evidências de danos à natureza ou à saúde humana decorrentes da cultura e importação de OGMs. O juiz enfatizou a necessidade de confiar nas instituições responsáveis pela regulamentação dos alimentos geneticamente modificados e assegurar a qualidade da saúde pública.
Conselheiro presidencial da Somália diz que as exigências da Etiópia sobre o Mar Vermelho devem ser levadas a sério
17/10/2023
Por Mariana Mendes Azevedo Reis
Abiy Ahmed, primeiro-ministro da Etiópia, tem feito ameaças, dizendo que seu governo tentaria adquirir um porto marítimo no Mar Vermelho por meio da força. Portanto, Ahmed afirmou que a falta de acesso direto do seu país a um porto, representa muitas consequências para o país além de ser uma fonte potencial de conflitos futuros.
Sobre isso, Abdirahman Abdishakur, conselheiro do presidente da Somália para o alívio da seca, disse que as ameaças não podem ser ignoradas e apelou para maior vigilância por parte do governo somali sobre a possível anexação de cidades portuárias no norte do país.
Etiópia busca perdão de dívidas após decisão chinesa
17/10/2023
Por Norberto Gerheim
Após receber o perdão de sua dívida com a China, a Etiópia busca agora um tratamento parecido de outros credores, como dito pelo vice-diretor do Fundo Monetário Internacional. No começo de 2021, o segundo país mais populoso da África solicitou uma reavaliação de sua dívida, dentro dos conformes do programa G20 Common Framework, um mecanismo criado pelos membros do G20 com a função de perdoar e reavaliar dívidas de países de baixa-renda.
Além disso, tendo em vista a busca do governo etíope de um empréstimo do FMI, o órgão está nos processos finais do acordo de empréstimo com o país, de forma a criar base para a agilidade do programa Common Framework. Entretanto, a visita de oficiais do FMI na Etiópia no período entre 25 de setembro e 3 de outubro deste ano terminou sem um acordo de empréstimo.
A Etiópia se encontra em um momento delicado. Ao final de março deste ano, o governo etíope acumulou mais de U$ 28.2 bilhões em dívidas externas. Enquanto isso, o país sofre, regularmente, com falta de divisas resultando em uma diferença acentuada entre o câmbio oficial e paralelo. No câmbio paralelo, 1 dólar corresponde a aproximadamente 100 birr, enquanto no câmbio oficial corresponde a quase 55.35 birr. Diante dessa realidade, o governo busca implementar um sistema cambial baseado na determinação do mercado, que irá exigir uma reforma ambiciosa e um preparo maior do país.
