Contagem dos votos na Libéria revela disputa feroz entre George Weah e Joseph Boakai pela presidência do país
17/10/2023
Por Marcela Benitez
Os resultados parciais da eleição presidencial mostram disputa acirrada na Libéria. Os candidatos são o atual Presidente George Weah e o antigo Vice-presidente Joseph Bokai (2006-2008). Weah está na liderança com 593,558 votos, Bokai, que chegou a ultrapassar o concorrente entre os dias 11 e 12, conta agora com 589,977 votos.
Weah, ex-jogador de futebol, tenta se reeleger em meio a um primeiro mandato conturbado com escândalos de corrupção. A campanha de Weah baseia-se na continuidade das ações realizadas principalmente no campo da economia e infraestrutura. Boakai, entretanto, aposta em propostas mais sociais como assistência médica e educação. Ambos os candidatos já se enfrentaram nas eleições de 2017, os mandatos presidenciais na Libéria têm duração de seis anos.
As eleições estão tão acirradas que acabaram em confrontos entre os apoiadores dos dois candidatos, deixando dois mortos e pelo menos duas pessoas feridas, segundo o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas na Libéria.
A eleição deste ano, que também é para representantes e senadores, traz novidades, pois é marcada pela primeira tentativa de uso do sistema de registro eleitoral biométrico e também é a primeira eleição após a retirada da missão das Nações Unidas em 2018. Essa missão foi responsável por manter a paz após anos de instabilidade política e social provocada por guerras civis. Destaca-se também o papel das lideranças tribais ao influenciarem a população, acirrando ainda mais a competição entre os candidatos.
Depois de Weah e Bokai, segue na corrida eleitoral o candidato Edward W. Appleton, do Grassroots Development Movement, com 28,750 votos, representando apenas 2.12% dos votos totais. Os resultados serão divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral por volta do dia 24 de outubro de 2023 e são aguardados ansiosamente pelos 2,4 milhões de eleitores e também pelos observadores da comunidade internacional.

FONTES
LIBERIAN OBSERVER. Liberia: Tight Race as Pres. Weah, Boakai Battle for Victory. Disponível em: 16 out. 2023. https://www.liberianobserver.com/liberia-tight-race-pres-weah-boakai-battle-victory. Acesso em: 17 out 2023.
CNN. Liberians head to the polls in high stakes elections amid flaring tensions. Disponível em: 10 out. 2023. https://edition.cnn.com/2023/10/10/africa/liberia-presidential-election-2023-intl/index.html Acesso em: 17 out. 2023.
TERRA. Libéria vai às urnas em teste para George Weah, que busca reeleição. Disponível em: 13 out. 2023. https://www.terra.com.br/nos/liberia-vai-as-urnas-em-teste-para-george-weah-que-busca-reeleicao,cf4c92286f33d01046f3daafbbf59ad9sboq0j76.html. Acesso em: 17 out. 2023.
Dívida de 17 milhões deixa a capital de Guiné-Bissau sem energia
18/10/2023
Por Aline Almeida Santos
O fornecimento de energia de Bissau, capital da Guiné-Bissau, foi cortado devido à falta de pagamento (17). A empresa turca Karpowership alegou que o país possui uma dívida de 17 milhões.
A dívida não é do atual governo, mas o Ministro Suleimane Seidi se reuniu com a empresa a fim de assumir o compromisso de quitá-la, a previsão é de que em 15 dias tudo voltará à normalidade.
O contrato foi fechado em 2019. Karpowership, que possui tecnologia avançada em produção elétrica flutuante, produziu na primeira fase 18 MW contra os 15 MW da Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB). A empresa bissauense, com essa parceria, reduziu os custos e poupou 1 milhão USD/ano.
Guiné-Bissau, país da África Ocidental, possui muitos desafios no quesito econômico. Segundo dados do Banco Mundial em 2021 a dívida externa de Guiné-Bissau era de 1.286,59 milhões USD, sendo que isso correspondeu a 78,89% do seu Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, a dívida externa não é o problema em si. O Brasil e o Estado Unidos, por exemplo, tiveram nesse mesmo ano uma dívida bem maior em relação ao PIB, no Brasil 92,34% (2021) e nos Estados Unidos 128,14% (2021). Entretanto, esses países americanos possuem uma produção interna bem mais alta que Guiné-Bissau. Segundo o Banco Mundial (2022), enquanto o PIB mundial foi de 11.973 USD per capita, na Guiné-Bissau foi menos de 778 USD.
80% dos bissauneses se dedicam ao setor agrícola, à pesca e à silvicultura. O problema é que a base industrial de Guiné-Bissau é relativamente fraca, embora o país possua recursos minerais não totalmente aproveitados. Atualmente, Guiné-Bissau exporta caju, combustíveis minerais, peixes e diferentes tipos de camarões para Cabo Verde, Índia, Coreia, Singapura e importa minerais, cereais, embarcações de Portugal, Senegal, China e Holanda. Em 2022, a China exportou arroz polido e calçado gerando um lucro de 56,5 milhões USD e importou produtos conectores, gerando 2 mil USD para Guiné-Bissau.
A parceria do Brasil e da Guiné-Bissau conta, hoje, com projetos bilaterais e trilaterais nas áreas da Formação Profissional, Agricultura, Inclusão Social, Direitos Humanos, Segurança Pública, Educação e Saúde. Desde 2011, o Projeto “Implantação e implementação de unidade de processamento do pedúnculo do caju e outras frutas tropicais na Guiné-Bissau” está em vigor.
Para resolver o problema, Guiné-Bissau deve aumentar o seu PIB e investir em fiscalização para evitar a corrupção que hoje é de 19 (2022) uma das menores na África Ocidental, sendo o pior cenário quanto mais baixo for o índice, isso numa escala de 1 a 100. Uma forma de gerar riqueza nacional é ampliar a parceria com a China que tem como costume não apenas fazer empréstimo, mas também investir em infraestrutura. Outra forma, é ampliar a parceria com o Brasil principalmente em áreas estratégicas que atuem diretamente no aumento da riqueza nacional.

FONTES:
ABC Agência Brasileira de Cooperação. Guiné-Bissau. Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: http://www.abc.gov.br/projetos/cooperacaosulsul/guinebissau Acesso em 18 out. 2023.
DABO, Alberto. MIRIDZHANIAN, Anait. COATES, Stephen. OSTERMAN, Cynthia. Capital da Guiné-Bissau na escuridão depois de empresa turca cortar fornecimento de energia. Reuters. 17 out. 2023. Disponível em: https://www.reuters.com/world/africa/bissau-darkness-after-turkish-power-firm-cuts-off-supply-2023-10-17/. Acesso em: 18 out. 2023.
DADOS MUNDIAIS. Guiné-Bissau. Disponível em: https://www.dadosmundiais.com/africa/guine-bissau/index.php. Acesso em: 18 out. 2023.
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL. Guiné-Bissau: primeira avaliação da Facilidade de Crédito Alargada. Relatório do FMI n.º 23/206. 27 de abril de 2023. Acesso em: 18 out. 2023.
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL. Guiné-Bissau: Segunda Avaliação do Programa Monitorizado pelo Corpo Técnico. Relatório nacional do FMI n.º 22/42. 8 de fevereiro de 2022. Acesso em: 18 out. 2023.
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL. Guiné-Bissau: pedido de desembolso ao abrigo da Linha de Crédito Rápido-Relatório do Corpo Técnico; Declaração do Administrador para a Guiné-Bissau. Relatório do FMI n.º 21/29. 11 de janeiro de 2021. Acesso em: 18 out. 2023.
INSTITUTO DE PROMOÇÃO DO COMERCIO E DO INVESTIMENTO DE MACAU. Guiné-Bissau. Disponível em: https://www.ipim.gov.mo/pt-pt/market-information/comunidade-de-paises-de-lingua-portuguesa/portuguese-speaking-countries-briefing/guinea-bissau/ Aceso em 18 out. 2023.
INTERNATIONAL MONETARY FUND. Guiné-Bissau: relatório sobre missão de assistência técnica-Estatísticas do setor externo. MAIO 2020. IMF Country Report Nº. 20/312. Acesso em: 18 out. 2023.
SAMBÚ, Filomeno. Apagão em Bissau: Governo anuncia pagamento de uma parte dos 15 milhões de dólares em dívida. Jornal O democrata. 17 out. 2023. Disponível em: https://www.odemocratagb.com/?p=46150. Acesso em: 18 out. 2023.
________________ Governo Guineense assina acordo de fornecimento de energia com empresa turca. Jornal O democrata. 12 out. 2018. Disponível em: https://www.odemocratagb.com/?p=18376 Acesso em: 18 out. 2023.
WORLD BANK. O Banco Mundial na Guiné-Bissau. Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/country/guineabissau/overview. Acesso em: 18 out. 2023.
Participação do Benim na Conferência ATLAS em Paris: O Governo aprova a ligação Ambiente de Vida e Transportes
18/10/2023
Por Ana Clara do Nascimento
A Conferência ATLAS foi realizada na segunda-feira, 16 de outubro, em Paris, e reuniu vários especialistas de diversas partes do mundo para tratar sobre questões que envolvem transporte e logística do país africano, Benin. O ponto central da conferência foi discutir os problemas relacionados aos setores do Meio Ambiente e dos transportes, compromisso que a Consultoria Conseil-Transport-Logistique-Affaires (CTLA) voluntariamente assumiu através da Conferência “Les ATLAS”. A conferência entende que a eficiência e a eficácia nesses setores são imprescindíveis para atingir a melhoria das condições de vida da população beninese.
O Ministro do Meio Ambiente de Vida e dos Transportes, José Tonato, responsável também pelo Desenvolvimento Sustentável (MCVT) do Benin, foi o convidado de honra do evento. O ministro aproveitou a oportunidade para apresentar e promover projetos empreendidos desde 2016 pelo Programa de Ação do Governo (PAG) e ressaltou a importância de conduzir uma política setorial de sustentabilidade mais dinâmica em Benin.
O Governo do Benim enfatiza que fez das infraestruturas de transportes uma alavanca estratégica para o desenvolvimento do Benim. O Ministro do Meio Ambiente de Vida e dos Transportes explica que o objetivo é fazer um trabalho conjunto envolvendo transporte, logística e comércio no intuito de contribuir com o desenvolvimento do país Os beninenses acreditam que projetos de infraestruturas são necessários para que um país possa se estruturar e modernizar frente às necessidades de industrialização.
Vale ressaltar a importância de promover conferências como a de ATLAS, pois é dessa forma que os países africanos podem, além de divulgar seus projetos, busca por investimentos e atrair recursos financeiros externos, ou seja, o investimento em transportes sustentáveis pode contribuir também para a internacionalização de Benin.

FONTE: DU BÉNIN, Gouvernement de la Rèpublique. Participation du Bénin à la Conférence Les A.T.L.A.S à Paris : Le Gouvernement approuve la connexion Cadre de Vie -Transport. Gouvernement de la Rèpublique du Bénin, 18 out. 2023. Disponível em: https://www.gouv.bj/article/2411/participation-benin-conference-a.t.l.a.s-paris-gouvernement-approuve-connexion-cadre-transport/ . Acesso em: 23 out. 2023.
Banco Mundial aponta pontos chave para desbloquear o potencial econômico de Togo
29/10/2023
Por Duarte Starling
No dia 25 de outubro de 2023 foi publicado o relatório “Atualização Econômica de Togo”, intitulado “Desbloqueando o Potencial de Crescimento do Togo”. Como anunciado em seu título, o relatório relata a situação atual da economia togolesa com previsões para a evolução dessa economia, projetando possibilidades de crescimento. De acordo com o relatório, para que esse crescimento aconteça é necessário uma maior abertura do comércio para que ocorra assim uma mobilização de investimento privado, o que contribuiria para a redução de disparidades socioeconômicas da população.
A economia de Togo vem apresentando resiliência mesmo com os choques econômicos de 2020, esses últimos anos Togo conseguiu evitar a recessão, isso através de uma política orçamental forte. A guerra na Ucrânia (2022), entretanto, trouxe novos desafios para a vida dos togoleses, como por exemplo elevação do preço de produtos essenciais de energia e de fertilizantes. Devido a esses impasses, a economia deve manter o crescimento de 5,2% pelos próximos dois anos, a previsão é que em 2025 o crescimento chegue a 5,8%.
De acordo com o Representante Residente do Banco Mundial para Togo, Fily Sissoko, essa taxa poderia ser elevada para até 7% com a melhoria e modernização de infraestrutura, agronegócios e comércios se o país optasse pela implementação da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA). Segundo Fily Sissoko, essa zona de comércio poderia levar o país, até 2025, a uma duplicação do “stock” de investimentos estrangeiros.
Por conta da sua posição geográfica vantajosa e do seu porto, que tem a melhor performance na região, Togo teria vantagens competitivas na exportação de produtos agrícolas e alimentícios. Outra possibilidade de enriquecimento que Togo viabiliza é a venda de créditos de carbono. Todos os investimentos em negócios na região têm como objetivo aumentar a resiliência das populações vulneráveis por meio do acesso a serviços básicos.

FONTES:
RELATÓRIO ANUAL 2023 DO BANCO MUNDIAL – Uma nova era do desenvolvimento. Disponível em: https://www.worldbank.org/en/news/press-release/2023/10/25/afw-togo-economic-update-unlocking-togo-growth-potential Acesso em: 27 out. 2023.
République Togolaise. Réduire les disparités socio-économiques pour atteindre le plein potentiel du Togo, 27 out. 2023. Disponível em: https://www.republicoftogo.com/toutes-les-rubriques/eco-finance/reduire-les-disparites-socio-economiques-pour-atteindre-le-plein-potentiel-du-togo. Acesso em: 27 out. 2023.
Burkina Faso: uma central nuclear será construída pela Rússia
25/10/2023
Por Victor Hugo Nasser
Burkina Faso, país localizado na África Ocidental, tem sofrido durante os últimos anos uma grande crise humanitária, isso se agravou no segundo golpe de Estado ocorrido há oito meses. Desde então, o país vem passando por diversos acontecimentos políticos de grande repercussão internacional.
Essa repercussão causou diversas manifestações de apoio ao novo regime e ao mesmo tempo incitou países que não legitimam tal golpe. De qualquer maneira, vem acontecendo ao mesmo passo algumas tentativas frustradas de golpe de estado, explicitando um cenário nacional pouco estável. No plano internacional, o país africano tem-se aproximado da Rússia, especialmente após a saída das forças francesas, o que representa um distanciamento de um parceiro histórico, do antigo colonizador da região.
A relação com a Rússia tem crescido este ano, especialmente após o anúncio em julho (2023) de que a Rússia distribuiria cereais a seis países africanos, sendo um desses Burkina Faso. Mais recentemente, um novo acordo foi concluído entre ambas as partes, dessa vez focado na construção de uma central nuclear no país.
É importante ressaltar a relevância de tal fato, uma vez que metade da população burquinense não tem acesso a eletricidade, e que aproximadamente 70% desses vivem em zonas urbanas. Ademais, essa será apenas a segunda central nuclear de todo o continente africano, e isso confere maior relevância à região, já que isso permite que o país pleiteie apoio financeiro da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

FONTES:
TV5MONDE. Burkina Faso: uma central nuclear será construída pela Rússia. 13 out. 2023. Disponível em: https://afrique.tv5monde.com/information/burkina-faso-une-centrale-nucleaire-va-etre-construite-par-la-russie. Acesso em: 25 out. 2023.
DW. Burkina Faso: Milhares expressam apoio ao regime militar. 29 set. 2023. Disponível em: https://www.dw.com/pt-002/milhares-nas-ruas-do-burkina-faso-manifestam-o-seu-apoio-ao-regime-militar/a-66965196. Acesso em: 25 out. 2023.
A polícia do Chade liberta 50 manifestantes um ano após o sangrento protesto contra o presidente Mahamat Idriss Déby
08/11/2023
Por Marina Baroni de Castro Pires
O Chade encontra-se em um regime provisório desde abril de 2021, quando o então presidente Idriss Deby Itnoo foi morto por rebeldes. Idriss Deby Itnoo governou o Chade por 30 anos de forma autoritária. Após a sua morte, uma junta militar dissolveu o parlamento e pôs o filho de Idriss, General Mahamat Idriss Déby, como presidente provisório, fazendo a promessa de haver eleições livres e democráticas após um período de 18 meses.
Ao fim dos 18 meses, o presidente provisório Mahamat Idriss Deby Itno, ao invés de realizar as eleições, adiou-as e dessa forma prolongou seu poder no país. Isso acabou por trazer insatisfação gerando as manifestações de outubro de 2022. Os protestos surgiram na capital N’Djamena pelo partido de oposição Les Transformateurs (Os Transformadores) liderada por Succès Masra. O intuito da manifestação era lutar contra o adiamento das eleições, eleições essas que o atual presidente concorrerá. As autoridades responderam aos protestos de forma repressiva, resultando segundo o governo na morte de 73 pessoas.
Os dados, porém, são contestados pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos, que diz que 128 pessoas foram mortas e que 300 pessoas ficaram feridas no conflito. Muitos acham que a reação do governo foi extrema, pois centenas de manifestantes que foram levadas a Koro Toro, lugar apelidado de “prisão do deserto”. No dia 06 de novembro, a polícia do Chade anunciou a libertação de 50 manifestantes, o partido Les Transformateurs, entretanto, declara haver ainda mais de 200 militantes em Koro Toro. Relatos de quem esteve na prisão informa sobre torturas que levaram à morte de companheiros que buscavam reivindicar, de forma democrática, uma mudança política, o que não ocorreu.
No cenário internacional, a União Africana condenou “veementemente” a repressão às manifestações, enquanto a União Europeia lamentou as “graves violações da liberdade de expressão e de manifestação que dificultam o processo de transição”. Paris condenou a “violência” e a “utilização de armas letais contra os manifestantes“, porém quando o governo provisório foi instituído, Paris aceitou a transição mesmo sendo considerada inconstitucional, o que foi incongruente já que os franceses haviam condenado o golpe militar no Mali.

FONTES:
https://journaldutchad.com/tchad-les-militants-des-du-parti-les-transformateurs-arretes-le-8-octobre-sont-libres/ Acesso em: 08 nov. 2023.
https://www.lemonde.fr/afrique/article/2023/10/09/au-tchad-la-police-annonce-avoir-arrete-une-cinquantaine-de-militants-de-l-opposition_6193281_3212.htmlAcesso em: 08 nov. 2023.
https://www.rfi.fr/pt/%C3%A1frica/20221025-protestos-no-chade-a-comunidade-centro-africana-re%C3%BAne-se-em-kinshasa Acesso em: 08 nov. 2023.
https://www.rfi.fr/pt/%C3%A1frica/20221020-chade-protestos-intensificam-se-face-ao-prolongamento-do-per%C3%ADodo-de-transi%C3%A7%C3%A3oAcesso em: 08 nov. 2023.
https://www.rfi.fr/pt/%C3%A1frica/20221022-chade-sob-tens%C3%A3o-e-em-choque-depois-de-repress%C3%A3o-das-manifesta%C3%A7%C3%B5es Acesso em: 08 nov. 2023.
https://www.rfi.fr/pt/%C3%A1frica/20231020-chade-um-ano-depois-da-repress%C3%A3o Acesso em: 08 nov. 2023.
Guiné-Bissau decide reintegrar professores e médicos
10/11/2023
Por Marina Vieira Cardoso
Na quinta-feira, dia 09 de novembro, o Governo da Guiné-Bissau decidiu reintegrar aproximadamente 4.000 professores e profissionais médicos na Função Pública, revertendo a suspensão que ocorreu há mais de um ano durante a gestão anterior. A decisão, tomada em Conselho de Ministros, instruiu os ministros relevantes para acelerar o processo de reintegração dos professores para, a partir de janeiro de 2024, reintegrar os profissionais de saúde e da educação que haviam sido suspensos. Essas medidas, divulgadas pelo atual Governo, liderado pela coligação PAIGC, buscam reverter as ações anteriores que levaram a greves e suspensões, originadas por alegações de entrada ilegal de profissionais no setor público.
A Guiné-Bissau desde há muitos anos, vem garantindo emprego direto aos recém-formados na área da educação e da saúde, esse projeto era uma forma de suprir as dificuldades que são enfrentadas nesses setores. No entanto, em setembro de 2022, essas admissões foram canceladas. A reintegração desses profissionais é uma iniciativa significativa, pois busca melhorar os serviços de saúde e de educação no país como um todo. No ano de 2022 ocorreram várias greves, o motivo foi a retirada das folhas do pagamento de funcionários públicos que o governo alegava terem entrado de forma ilegal. Para resolver isso, o Governo prometeu, no final de uma negociação com os sindicalistas, pagar alguns meses de salários em atraso aos professores e técnicos da saúde. Em 2022, as autoridades guineenses impediram manifestações, principalmente porque o país estava em estado de emergência com a pandemia da Covid-19. Na época, houve registros de violência contra os manifestantes por parte das forças policiais.
A recente decisão do governo guineense, de reintegrar professores e profissionais da saúde na Função Pública, representa um importante passo na resolução de questões que desencadearam tensões e paralisações nos setores de educação e saúde. Essa medida visa não apenas corrigir as suspensões anteriores, mas também melhorar significativamente os serviços essenciais no país. No entanto, a persistência de tensões entre sindicatos e o governo, evidenciada pelas greves planejadas e pelas restrições às manifestações, destacam a contínua necessidade de diálogo e a busca por resoluções para garantir um ambiente de trabalho estável e eficiente para esses profissionais.
PORTUGAL, R. E T. DE. Governo da Guiné-Bissau reintegra na Função Pública 4.000 professores e pessoal médico. Disponível em: <https://www.rtp.pt/noticias/mundo/governo-da-guine-bissau-reintegra-na-funcao-publica-4000-professores-e-pessoal-medico_n1528493>.
VOA PORTUGUÊS. Governo guineense vai reintegrar professores e médicos suspensos em 2022. Disponível em:
