Clipping África Austral #143

Brasil e Angola avançam na cooperação em saúde e agricultura

Data: 20/11/2023

A missão multidisciplinar brasileira esteve presente em Angola entre os dias 13 e 17 de novembro e realizou importantes atividades visando a cooperação Sul-Sul, dentre elas a negociação de questões significativas para ambos os países. A relação bilateral entre Brasil e Angola tem quase 50 anos e recentemente as áreas da saúde e da agricultura estão no centro dos debates. No que diz respeito à saúde, foram negociados o reforço dos recursos humanos angolanos, além da promoção de um seminário de intercâmbio de políticas públicas sobre oncologia para contribuir para a qualificação dos profissionais e garantir acesso a serviços de boa qualidade. Já em relação à agricultura, foram apresentadas boas práticas relacionadas a crédito rural, programas de custeio e investimento, zoneamento agrícola de risco climático e seguro rural no Brasil. A missão foi coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, e contou com a participação de representantes de diversas instituições.

Fonte: Ministério das Relações Exteriores

Fonte: Ministério de Relações Exteriores

“As mudanças climáticas são um problema criado e agravado pelas empresas e países mais ricos do mundo (…)”

Data: 23/11/2023

Em outubro, Madagascar experienciou a pior onda de calor dos últimos quarenta anos. Os países africanos registraram os maiores números – Antananarivo, capital de Madagascar, foi vítima de um aumento de até 2 graus. De acordo com um estudo realizado pela World Weather Attribution (colaboração acadêmica que estuda fenômenos extremos e desastres ambientais), as temperaturas atingidas na região do sul das ilhas do Oceano Índico seriam fatidicamente impossíveis sem a interferência humana. O resultado foi a morte de mais de treze mil pessoas no continente africano – o equivalente à população de Monte Belo – em razão da alta anormal de temperaturas. Segundo a base de dados internacional de catástrofes (EM-DAT), esse dado representa um número de mortos superior ao registrado em qualquer outro continente. No contexto de Madagascar, cerca de 91% da população vive abaixo do limiar da pobreza e 50% não têm acesso a água potável ou eletricidade, o que os torna mais “vulneráveis ao calor extremo”, destaca a WWA. Além disso, muitos malgaxes vivem em alojamentos improvisados, o que dificulta a implementação de medidas para diminuir as consequências.

Fontess: Africanews e The Guardian

Fonte: Peter Uwumarogie

Namíbia avança no reforço da informação climática e dos sistemas de alerta precoce

Data: 24/11/2023

No dia 31 de outubro de 2023, em Windhoek, foi lançado o workshop inicial para a proposta do Projeto do Fundo Verde do Clima (GCF) intitulado “Fortalecimento da Informação Climática e Sistemas de Alerta Precoce Aprimorado de Adaptação e Resiliência na Namíbia. A iniciativa, liderada pela UNESCO, visa aprimorar o planejamento de adaptação do país, fortalecer a resiliência climática e lidar com a escassez de informações climáticas confiáveis e programas de gerenciamento de riscos climáticos. Durante o workshop, as partes interessadas abordaram questões críticas, incluindo previsão e disseminação de serviços climáticos, sistemas de alerta precoce e cooperação da redução do risco de desastres. O discurso de boas-vindas do Sr. Muteyauli destacou a importância da ação climática para o desenvolvimento de preparação diante dos riscos climáticos previstos. Futuras reuniões em diferentes reuniões buscarão mais contribuições, envolvendo o público em geral, organizações privadas e parceiros de desenvolvimento. O objetivo é garantir um processo completo e abrangente com ampla participação.

Fonte: UNESCO

Workshop de Criação do GCF CIEWS

Fonte: UNESCO

Madagáscar: em eleições presidenciais conturbadas Andry Rajoelina é reeleito

Data: 25/11/2023

Andry Rajoelina, Dj e empresário malgaxe, do partido Tanora Malagasy Vonona (TGV, Jovens Malgaxes Determinados) e atual presidente de Madagáscar, reivindicou sua vitória após ter 58,9% dos votos nas eleições presidenciais de 16 de novembro. Cerca de 46% da população compareceu, uma redução comparada à última eleição em 2018. A eleição contou com doze candidatos (dois deles ex-presidentes) e desses, dez pediram o boicote e anulação das eleições, não reconhecendo o resultado divulgado pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI). A oposição acusou Rajoelina de corrupção e de negligência com os recursos do país e se recusa a reconhecer a vitória, reagindo com ceticismo. Também afirmam haver dúvidas sobre a legitimidade das eleições e alegam existir irregularidades no processo eleitoral, como “encerramento de assembleias de voto, falta de urnas” e “utilização de recursos estatais” pelo atual governo. Os candidatos da oposição organizaram protestos em Antananarivo, capital de Madagascar, durante o mês anterior às eleições, mas obtiveram pouca aderência e foram dispersos pelas forças policiais. A Embaixada dos Estados Unidos alega também ter encontrado irregularidades no processo eleitoral. Segundo a comissão eleitoral de Madagascar, a eleição ocorreu de forma transparente e dentro das regularidades.

Fontes: DW e Africanews

Fonte: RIJASOLO/AFP

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