Somália se junta a Comunidade da África Oriental
24/11/2023
Por Mariana Mendes Azevedo Reis
Nesta sexta-feira, 24 de novembro de 2023, a Somália foi admitida como o oitavo membro da Comunidade da África Oriental (EAC), durante a 23ª cúpula ordinária dos chefes de Estado da região, realizada em Arusha, na Tanzânia, após negociações que duraram cerca de um ano. O presidente do Burundi, Evariste Ndayishimiye, disse que os chefes de Estado concordaram em admitir formalmente a Somália no bloco sob o tratado de adesão.
Junto à Somália, fazem parte do Bloco, o Burundi, a República Democrática do Congo, o Quênia, a Ruanda, o Sudão do Sul, a Tanzânia e a Uganda. A EAC tem sede na cidade de Arusha e foi fundada em 2000, trabalhando para incentivar o comércio, removendo os direitos aduaneiros entre os Estados membros, estabelecendo um mercado comum em 2010. Ainda em 2012, a Somália manifestou interesse pela primeira vez em se juntar à Comunidade, mas foi recusada devido a problemas internos.
Fonte: https://nation.africa/africa/news/somalia-joins-east-african-community-4444176
Conselheira da ONU alerta sobre genocídio no Sudão
20/11/2023
Por Marcela Gonçalves Batista
A conselheira especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Alice Wairimu Nderitu, expressou “extrema preocupação” diante de alegações de massacres em massa de pessoas deslocadas em Darfur, enquanto os conflitos entre as Forças Armadas Sudanenses (SAF) e as Forças de Apoio Rápido (RSF) se intensificam. Refugiados em acampamentos como Ardamata e Geneina relatam mais de 800 mortes e 8.000 fugas para o Chade, porém Nderitu alertou que esses números podem ser ainda maiores, pois há relatos de bloqueio pelas RSF, impedindo deslocados de cruzar a fronteira.
A conselheira destacou sua “alarmante” preocupação com a escalada renovada dos conflitos, particularmente em Nyala, Geneina e Zalingei, mencionando relatos de valas comuns contendo membros da tribo Masalit. Desde abril, os confrontos resultaram em pelo menos 9.000 mortes e 5,6 milhões de deslocados, com 1,2 milhão buscando refúgio em países vizinhos. Ela condenou violações de direitos humanos, identificando possíveis atos de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
Nderitu instou as partes envolvidas a protegerem civis conforme leis internacionais, relembrando a Declaração de Compromisso de Jeddah para Proteção dos Civis do Sudão. Apesar de compromissos anteriores, ela enfatizou a necessidade de ações imediatas para interromper ataques brutais contra civis, alertando para o risco contínuo de genocídio e crimes relacionados. O aumento de refugiados em países vizinhos indica uma crise humanitária em curso, com civis enfrentando ameaças e restrições a alimentos, água e instalações de saúde.
Fonte: https://www.theeastafrican.co.ke/tea/rest-of-africa/un-adviser-warns-of-genocide-in-sudan-4439848
Segundo a ONU, mais de 1.6 milhões de crianças correm risco de mal nutrição em 2024
17/11/2023
Por Norberto Gerheim
Mais de 1.6 milhões de crianças abaixo dos 5 anos estão com risco de mal nutrição no Sudão do Sul em 2024, principalmente em virtude dos efeitos das inundações, segundo alerta do Programa Alimentar Mundial da ONU (WFP) na segunda-feira passada.
O mais jovem país, Sudão do Sul, foi contaminado por uma instabilidade crônica, bem como violência político-étnica desde sua independência do Sudão em 2011. O país, que conta com aproximadamente 11 milhões de pessoas, também enfrenta problemas da mudança climática, que incluem grandes inundações com potencial devastador para milhões de pessoas.
“Nós estamos vendo um aumento extremamente preocupante na má nutrição”, em específico como resultado de alagamentos e superlotações em certas áreas do país, falou Mary Ellen McGroarty, diretora da WFP no Sudão do Sul, em que acrescentou que as crianças pequenas são as que mais estão sofrendo.
Além disso, o país enfrenta mais um grande desafio: a migração em massa de centenas de milhares de sul-sudaneses fugindo da guerra no Sudão, que agora se encontram em estado de emergência alimentar.
Pregador queniano é condenado por fraude e lavagem de dinheiro, mas é absolvido de acusações de assassinato
11/11/2023
Por Antônio Augusto Araújo Vaz
Em 11 de novembro de 2023, o tribunal do Quênia condenou o pregador Paul Mackenzie por fraude e lavagem de dinheiro, mas o absolveu de acusações de assassinato. Mackenzie era o líder de um culto apocalíptico que atraiu seguidores de todo o mundo. Ele pregava que o fim do mundo estava próximo e que seus seguidores deveriam se reunir em sua propriedade em Kilifi, no Quênia, para serem salvos. Até que em abril de 2023, as autoridades quenianas descobriram centenas de corpos em valas comuns na propriedade pregador, esses corpos eram de seguidores do culto de Mackenzie, que haviam morrido de inanição, sede ou doenças. Logo, Paul foi preso e acusado de assassinato, fraude e lavagem de dinheiro.
Durante o julgamento, o promotor acusou Mackenzie de enganar seus seguidores para que lhe dessem dinheiro e bens, e também o considerou culpado pelas mortes dos seguidores do culto, pois os havia convencido a se suicidarem. A defesa de Mackenzie argumentou que ele era inocente das acusações de assassinato, pois os seguidores do culto haviam morrido de causas naturais ou por suicídio, e também argumentou que Mackenzie não havia se beneficiado financeiramente do culto.
Diante da defesa, o tribunal do Quênia aceitou a argumentação da defesa e absolveu Mackenzie das acusações de assassinato, mas o condenou a 20 anos de prisão por fraude e lavagem de dinheiro.
Conflito e violência no Sudão: mais da metade da população é afetada e necessita de ajuda humanitária
11/11/2023
Por Clara Fernandes Ramos
Após quase sete meses de guerra, uma onda de destruição e de violência tem afetado a população civil sudanesa, com quase seis milhões de pessoas deslocadas internamente ou para fora do país e cerca de vinte e cinco milhões – mais da metade dos sudaneses – em situação de crise humanitária. A coordenadora humanitária da ONU no Sudão, Clementine Nkweta-Salami, destaca: “continuamos a receber relatos implacáveis e terríveis de violência sexual e de gênero, além de desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e graves violações dos direitos humanos e das crianças”.
A crise se agrava pelo fato de as principais instalações de assistência civil estarem fora de funcionamento, o que tem provocado surtos de dengue, malária, cólera e elevados níveis de desnutrição entre as crianças. Por isso, a ONU expressou sua máxima preocupação e clamou pelo apoio internacional, objetivando a arrecadação de 2,6 bilhões de dólares para atender cerca de 12 milhões de pessoas.
A guerra civil entre o exército sudânes e as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF, sigla em inglês) teve uma escalada em meados de abril, com o grupo tomando o controle de bases militares estratégicas na região de Darfur. Existe um sério risco de total tomada de poder de Darfur pela RSF, representando um risco ainda mais grave aos civis da região: assassinatos generalizados, violações e destruição de aldeias no local têm sido relatados por cidadãos sudaneses em Darfur.
Fonte: https://www.aljazeera.com/news/2023/11/11/violence-in-sudan-verging-on-pure-evil-un-warns
