Somália: Pelo menos 31 mortos em inundações causadas por chuvas torrenciais
14/11/2023
Por Antônio Augusto Araújo Vaz
Na segunda-feira, 13 de novembro, ocorreram chuvas torrenciais em partes da Somália, as regiões mais atingidas foram Galmudug e Hiran, no centro do país. Em decorrência das fortes chuvas, houve enchentes, que destruíram casas, escolas e infraestruturas, e deixaram milhares de pessoas desabrigadas, além de pelo menos 31 mortos e 100 feridos, segundo as autoridades locais.
Ademais, as chuvas mais fortes foram registradas na cidade de Beledweyne, na região de Hiran, registrando pelo menos 21 mortos e 60 feridos. As chuvas também causaram danos significativos nas cidades de Galkayo e Adado, nas regiões de Galmudug e Hiran, respectivamente. Apesar do ocorrido, é válido lembrar que as enchentes são um problema recorrente na Somália, que é um país propenso a secas e inundações, mas com a mudança climática esses eventos são intensificados.
O governo da Somália estima que pelo menos 10.000 pessoas foram afetadas pelas enchentes. Diante disso, a Somália declarou estado de emergência em Galmudug e Hiran, além de que as autoridades locais estão pedindo ajuda internacional para lidar com o ocorrido.
Tribunal superior de Madagascar confirma reeleição de Rajoelina como presidente
06/12/2023
Por Mariana Mendes Azevedo Reis
O Tribunal Constitucional de Madagascar confirmou que Andry Nirina Rajoelina, presidente do Madagascar entre 2019 e 2023, foi reeleito com 59% dos votos, após uma votação controversa há duas semanas, garantindo um terceiro mandato no país. Com uma participação eleitoral baixa, de apenas 46% de participação, e um boicote da maioria dos partidos da oposição, o tribunal rejeitou as queixas da oposição sobre a credibilidade do voto.
Marcadas por protestos e confrontos, 10 dos 13 candidatos desistiram, expressando preocupações sobre a credibilidade eleitoral e urgindo os apoiadores a não votarem. Os dois principais rivais do atual presidente, Siteny Randrianasoloniaiko e o ex-presidente Marc Ravalomanana, receberam, respectivamente, 14% e 12% dos votos.
Campeão somali da educação vence prêmio da ONU para refugiados
28/11/2023
Por Marcela Gonçalves Batista
Abdullahi Mire, um ex-refugiado somali de 36 anos, foi nomeado vencedor do prestigiado Prêmio Nansen da agência de refugiados da ONU por seu empenho em trazer livros e educação para compatriotas em campos lotados no Quênia. Mire foi elogiado por promover o direito à educação, disponibilizando 100.000 livros para crianças nos abarrotados campos de refugiados de Dadaab. Ele afirmou em entrevista à AFP que “um livro pode mudar o futuro de alguém” e expressou o desejo de proporcionar oportunidades de educação para todas as crianças deslocadas. O chefe de refugiados das Nações Unidas, Filippo Grandi, descreveu Mire como “prova viva de que ideias transformadoras podem surgir de dentro de comunidades deslocadas”.
Nascido na Somália, Mire viveu 23 anos em Dadaab, um complexo de três campos inicialmente construído nos anos 1990 para abrigar 90.000 refugiados, mas que hoje abriga cerca de 370.000. Contra probabilidades monumentais, Mire concluiu sua educação primária e secundária no campo e obteve um diploma em jornalismo e relações públicas. Ele foi reassentado na Noruega há cerca de uma década, mas optou por retornar ao Quênia, onde trabalhou como jornalista e fundou o Refugee Youth Education Hub para conscientizar sobre as necessidades educacionais dos refugiados e buscar doações de livros. A organização liderada por refugiados trouxe 100.000 livros para os campos e inaugurou três bibliotecas, impulsionando a matrícula na educação superior entre os refugiados.
O Prêmio Nansen, concedido anualmente, é nomeado em homenagem ao explorador polar norueguês Fridtjof Nansen e reconhece contribuições excepcionais para os refugiados. O vencedor recebe uma medalha comemorativa e um prêmio em dinheiro de $100.000, destinado a ser reinvestido em iniciativas humanitárias. Mire receberá seu prêmio em uma cerimônia em Genebra em 13 de dezembro, destacando que o prêmio é “uma grande honra para todas as organizações lideradas por refugiados” e enfatizando que qualquer pessoa pode fazer a diferença, independentemente do status político, celebridade ou riqueza.
Somália é admitida na EAC: impactos e desafios
29/11/2023
Por Clara Fernandes Ramos
Na última sexta-feira (24/11), a República da Somália foi admitida na East African Community (EAC) – “Comunidade do Leste Africano”, em inglês. A aplicação para o bloco teve início em 2011 e enfrentou um longo processo para sua efetiva aprovação, com alguns dos Estados-membros expressando preocupações com a inclusão da Somália no bloco. Após enviar um agente especial para acelerar o processo de admissão, o atual presidente Hassan Sheikh Mohamud declarou: “somos um país importante na região que pode contribuir muito, e também nos beneficiaremos deles”. O bloco possui uma população combinada que representa um quarto do continente africano e é composto por outros sete Estados: Burundi, República Democrática do Congo (RDC), Quênia, Ruanda, Sudão do Sul, Uganda e Tanzânia.
Aqueles contrários à admissão da Somália no bloco defendem que, por seu histórico de crises e conflitos, poderia introduzir desafios para a segurança dos países da EAC. Entretanto, especialistas afirmam que a Somália tem realizado esforços significativos e bem sucedidos contra a ascensão do grupo armado Al-Shabaab, e apontam para a mesma situação de instabilidade em outros países do bloco, como a RDC e o Sudão do Sul.
A EAC foi estabelecida em 2000 e tem como principais objetivos o fomento da economia e a eliminação de imposições tarifárias entre os Estados-membros. Em 2010, foi estabelecido um mercado comum. A economia da Somália consiste principalmente em agricultura e pecuária, sendo que esta última é o principal produto de exportação do país, e sua adesão à EAC pode representar um salto no volume de produtos comercializados com os demais membros da Comunidade.
Presidente de Madagascar é reeleito em contestada eleição
01/12/2023
Por Norberto Gerheim
O atual presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, foi reeleito para seu terceiro mandato, seguido de uma eleição disputada e boicotada pela oposição.
Ele ganhou com 59% dos votos e derrotou seus dois grandes rivais: o ex-presidente Marc Ravalomanana e Siteny Randrianasoloniaiko. Esta eleição foi a que teve a menor participação do público, com apenas 46% dos eleitores indo às urnas. Esta baixa participação do público, entretanto, foi em virtude do pedido de boicote por 10 candidatos. Esses candidatos retiraram suas candidaturas diante de preocupações a respeito da credibilidade das eleições, bem como colocaram em xeque a candidatura do atual presidente, que possui dupla nacionalidade francesa.
A suprema corte do país negou as apelações para anular a candidatura de Rajoelina, que desmentiu acusações e nomeou esta movimentação da oposição como estratégia política. Entretanto, a oposição já declarou que não reconhece os resultados das eleições do dia 16 de novembro.
O atual presidente e candidato reeleito, Andry Rajoelina, possui 49 anos, é empresário e ex-DJ. Ganhou a corrida presidencial de 2018 conta Ravalomanana, depois dois dois não terem atingido mais de 50% de votos necessários para o presidente ser declarado após o primeiro turno. O atual presidente derrubou o ex-presidente Ravalomanana em 2009 após um golpe de estado apoiado pelo exército.
Atualmente conta com o desafio de criar empregos e desenvolver a economia, em que 75% dos habitantes do país estão abaixo da linha da pobreza, de acordo com o Banco Mundial. Além disso, é esperada do atual presidente uma estabilidade política no país, que passa por turbulências políticas que já duram anos.
Fonte: https://www.bbc.com/news/world-africa-67517143
Estratégias de Resgate: Quênia Busca Estabilizar Economia Através de Venda de Empresas Estatais
02/12/2023
Por Anna Cecília de Souza Rodrigues
Enfrentando uma dívida que representa dois terços de seu produto interno bruto, o Quênia adota estratégias para conter esse déficit e impulsionar sua economia. Nesse contexto, visando estimular a participação do setor privado, o presidente William Ruto promulgou uma legislação que facilita a venda de empresas estatais.
Até o momento, foram identificadas 35 empresas que o governo está disposto a ceder a investidores privados, enquanto outras 100 estão sob análise para negociações futuras. Essa iniciativa representa um passo significativo na busca pela estabilidade econômica do país.
Assim, a expectativa é que essa medida não apenas contribua para a recuperação econômica do Quênia, mas também fortaleça a presença do setor privado, promovendo um ambiente mais dinâmico e sustentável para o desenvolvimento econômico a longo prazo.
Grupo Atlântico Sul 