Clipping África Oriental #43

O que está causando as chuvas catastróficas no Quênia?

30/04/2024

Por Marcela Gonçalves Batista

As chuvas torrenciais e inundações mortais no Quênia desde março de 2024 foram algumas das mais catastróficas no país nos últimos anos, resultando em pelo menos 169 mortes e mais de 91 pessoas desaparecidas, conforme dados governamentais. No evento mais trágico, pelo menos 48 pessoas morreram na segunda-feira depois que a água rompeu um túnel de rio bloqueado sob uma ponte ferroviária no sudoeste do país, causando uma enchente repentina. 

As chuvas devastadoras, que resultaram no deslocamento de mais de 100.000 pessoas e danos às infraestruturas, são resultado de uma combinação de fatores, incluindo os padrões climáticos sazonais do país, a mudança climática causada pelo homem, bem como fenômenos climáticos naturais. O país experimenta duas principais estações de chuvas: as “longas” de março a maio e as “curtas” de outubro a dezembro, sendo as primeiras responsáveis pela maioria das chuvas anuais. As previsões para a estação das “chuvas longas”, indicam chuvas acima da média este ano, com alertas para enchentes repentinas, deslizamentos e outros impactos. 

A frequência, padrões e intensidade das chuvas no Quênia são influenciados pelo Dipolo do Oceano Índico, uma oscilação das temperaturas da superfície do mar que gera fases positivas, neutras e negativas. Durante a fase positiva, ocorrem chuvas intensas no oeste do Oceano Índico, como no Quênia, enquanto áreas como a Indonésia e a Austrália sofrem com secas. Além disso, o aquecimento dos oceanos aumenta a evaporação e a umidade do ar, contribuindo para chuvas mais intensas. Portanto, estudos recentes mostram que a mudança climática causada pelo homem tornou as chuvas nas “chuvas curtas” do ano passado até duas vezes mais intensas em partes do leste da África, incluindo o Quênia.

Nos últimos anos, prever o clima a longo prazo no Quênia tem se tornado desafiador devido às mudanças na duração e no início das estações secas e chuvosas. O Departamento Meteorológico do Quênia prevê que a estação das “chuvas longas” se estenda até junho. Em sua última previsão de sete dias, divulgada recentemente, o departamento antecipa chuvas contínuas em várias partes do país, com fortes pancadas previstas em seis regiões, além de alertar para o risco de inundações em áreas baixas e deslizamentos de terra em encostas íngremes.

Fonte: The Associated Press

Fonte: https://apnews.com/article/kenya-rain-flood-climate-change-explainer-aea93e8ee30ca16c40451cb23c397b9e

Ajuda humanitária da ONU no Sudão do Sul em risco após medida governamental

29/04/2024

Por Norberto Gerheim

De acordo com a ONU, mais de 60.000 pessoas no Sudão do Sul passam por fome grave após o envio de suprimentos de ajuda humanitária cessar em meio à escassez de combustível no país. Isto ocorreu em virtude da falta de estoque de combustível da ONU, em decorrência da decisão governamental de taxar suprimentos trazidos tanto pela ONU quanto por outros grupos internacionais.

Desde fevereiro, o governo do Sudão do Sul vem adicionando cada vez mais impostos e taxas ao que chega pelas suas fronteiras e mesmo de dentro do país. Na semana passada, o governo prometeu à ONU que seus suprimentos não seriam taxados, mas nada até o momento foi feito para mudar esta situação.

Segundo o chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), se o governo não desistir desses impostos até o final de maio, mais de 145.000 pessoas poderão ser afetadas.

Anita Kiki Gbeho, a coordenadora humanitária das Nações Unidas para o Sudão do Sul, solicitou que o governo tome a medida urgente de retirar esses impostos. Ainda segundo ela, “nós precisamos que o governo aja rapidamente para prevenir que as operações de ajuda não parem”.

Segundo a ONU, aproximadamente 9 milhões de pessoas no Sudão do Sul precisarão de ajuda. Por volta de 7,1 milhões deles correm o risco de não terem o que comer durante o período de escassez este ano.

Fonte: AfricaNews

Fonte: https://www.africanews.com/2024/04/29/fuel-shortages-force-un-to-halt-south-sudan-food-delivery/

Ataque com bomba na fronteira entre o Quênia e a Somália deixa feridos e agrava a situação de insegurança na região 

04/05/2024

Por Anna Cecília de Souza Rodrigues

No final de abril de 2024, uma bomba explodiu no Quênia gerando a morte de 5 pessoas, segundo o Ministro do Interior do Estado. O ataque ocorreu na cidade de El Wak, no condado de Mandera, perto da fronteira com a Somália. A bomba foi colocada em uma carroça puxada por burros, com o intuito de dificultar sua detecção por parte das forças militares quenianas. 

Inicialmente não houve uma reivindicação por parte dos governantes em buscar um provável culpado para esse crime. Entretanto, o grupo de militantes da Al-Shabab afiliados ao grupo terrorista Al Qaeda realiza constantemente ataques transfronteiriços entre a Somália e o Quênia, principalmente nos condados quenianos de Mandera e Garissa. Nesse sentido, no início de abril homens armados suspeitos de serem do grupo entraram em um hospital em El Wak ferindo guardas em busca de médicos, porém nenhuma detenção foi realizada.

Portanto, é possível perceber que essa região do país enfrenta uma grave conjuntura de instabilidade e insegurança, colocando a vida dos cidadãos em constante perigo, contudo, é possível perceber que os governantes não agem com a devida conduta para conter essa situação e garantir o bem estar da população.

Fonte: apnews.com

Fonte: https://apnews.com/article/kenya-bomb-attack-border-f8cb4b2642a98ffb6ee7ff0fff6c4a04

Em Sanaa, capital do Iêmen, milhares manifestam contra a guerra Israel-Hamas

03/05/2024

Por Clara Ramos

Na última sexta-feira, milhares de associados Houthi do Iêmen se juntaram em uma campanha em solidariedade aos palestinos afetados pelo conflito Israel-Hamas. Os encontros ocorrem semanalmente, às sextas-feiras, em Sanaa, capital do Iêmen.

Em pronunciamento, o brigadeiro-general Yahya Saree, porta-voz militar dos Houthi, informou que podem expandir sua campanha e que ela tem como alvo “todos os navios que violassem a decisão que proíbe a navegação israelita e que se dirigem para portos da Palestina ocupada no mar Mediterrâneo, em qualquer área que possamos alcançar”

Os Houthis se inseriram na guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza indiretamente por meio da chamada “campanha”, que visa navios que viajam através do Mar Vermelho e do Golfo de Aden com destino a Israel. Desde novembro, quando os ataques tiveram início, navios e porta-contêineres têm evitado a rota.

Nos ataques mais recentes, os Houthis afundaram um navio e mataram três tripulantes. Em contrapartida, os ataques têm diminuído nas últimas semanas, em decorrência dos ataques aéreos liderados pelos EUA na região, de modo a conter a atuação dos Houthis.

Fonte: AfricaNews

Fonte: https://www.africanews.com/2024/05/03/thousands-rally-in-sanaa-against-israel-hamas-war-houthis-threaten-to-expand-their-campaig/ 

Os negociantes ilegais de câmbio do Zimbábue usam o WhatsApp para encontrar clientes e evitar a polícia.

07/05/2024

Em meio a uma crise econômica de longa data, o Zimbábue enfrenta dificuldades com a desvalorização de sua nova moeda local, o ZiG. A polícia tem intensificado a repressão aos negociantes de câmbio ilegal, acusados de distorcer a taxa de câmbio e desvalorizar a moeda local. No entanto, isso tem levado esses negociantes a se organizarem e a utilizarem o WhatsApp para evitar a polícia e realizar transações. Os negociantes preferem o dólar americano devido à estabilidade, e o comércio no mercado negro continua próspero, apesar de ilegal. 

Economistas criticam o banco central por inundar o mercado com moeda local, alimentando a inflação e incentivando a preferência por moedas estrangeiras mais fortes. Embora as autoridades culpem os negociantes de câmbio ilegais pelo declínio da moeda local, muitos deles rejeitam essa responsabilidade, enquanto críticos apontam para as políticas do banco central que contribuem para a instabilidade econômica. 

Enquanto isso, a população zimbabuense continua preferindo manter suas economias em dólares americanos e outras moedas mais fortes, em meio a um cenário de incerteza econômica contínua.

Fonte: Al Jazeera

Fonte: Zimbabwe’s illegal forex dealers use WhatsApp to find clients, evade police 

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