Clipping África Austral #151

Malawi está de luto após a morte do vice-presidente Saulos Chilima

Data: 11/06/2024

Por Nicole Caires Bolivar

O vice-presidente do Malawi, Saulos Chilima, morreu em um acidente de avião no dia 10 de junho. Além dele, outros nove ocupantes da aeronave também não resistiram ao acidente. Os passageiros deveriam comparecer ao funeral do ex-ministro do governo Ralph Kasambara, quando o avião sofreu um acidente em uma floresta ao norte do país. A aeronave militar sobrevoava o país com mau tempo.

Chilima foi vice-presidente de seu país por 10 anos, durante os mandatos de Peter Mutharika e Lazarus Chakwera. Apesar dos atritos relatados entre Saulos Chilima e Lazarus Chakwera – que se uniram nas eleições de 2020 apesar de pertencerem a partidos diferentes -, o atual presidente prestou suas condolências.

Chilima foi substituído pelo comediante e político Micheal Usi, que dividiu a opinião pública do Malawi acerca de sua posse.

Fontes: Africanews e BBC 

Fonte: SKCHILIMA/X

Partido no poder em Madagascar perde maioria parlamentar

Data: 12/06/2024

Por Kíria de Sá Ferraz Pereira

O partido no poder em Madagascar ficou longe de manter a sua maioria parlamentar depois de uma forte exibição dos independentes nas eleições legislativas recentemente concluídas. O partido Tanora Malgaxe Vonona, do presidente Andry Rajoelina, só conseguiu conquistar 80 assentos de 163, de acordo com dados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI).

A comissão eleitoral calculou a participação eleitoral em pouco mais de 48%. Após o anúncio, o líder da oposição e ex-presidente, Marc Ravalomanana, acusou o partido no poder de violações e fraude. O próprio presidente Rajoelina ganhou a reeleição em novembro passado.

A votação foi marcada por uma baixa participação e boicote da oposição. 

Fonte: Africanews

Fonte: EXAME

Ramaphosa é reeleito presidente da África do Sul após coalizão chegar a acordo

Data: 14/06/2024 

Por Carolina Iglezias Tobias

O partido Congresso Nacional Africano (CNA) e o opositor, Aliança Democrática (AD), concordaram em trabalhar juntos no novo governo da África do Sul após 30 anos de administração do CNA. Essa grande mudança permitiu o segundo mandato de Cyril Ramaphosa, reeleito com 283 votos. 

A junção dos dois partidos antagônicos reflete a maior mudança política da África do Sul desde que Nelson Mandela ganhou as eleições com a CNA na eleições de 1994, marcando o fim do apartheid. O partido de Mandela vem perdendo apoio nos últimos anos à medida que os altos níveis de pobreza, criminalidade, desigualdade, cortes de energia e corrupção política deixam eleitores insatisfeitos.

O atual presidente Ramaphosa, de 71 anos, descreve o próximo governo como uma era de esperança e inclusão: “O fato de vários partidos que se opunham uns aos outros … terem decidido trabalhar juntos para chegar a esse resultado deu um novo nascimento, uma nova era ao nosso país.”

De acordo com o líder da oposição AD, John Steenhuisen, é um início de um novo capítulo para a África do Sul, em que colocam o país, seus interesses e seu futuro como prioridade. O secretário-geral do CNA, Fikile Mbalula, afirmou que os partidos que formarão o governo de união vão cooperar no Executivo e no Legislativo, e acrescentou: “Um governo de união nacional é bom para o país.”

Fonte: CNN Brasil   

Fonte: REUTERS/Siphiwe Sibeko

Formação do primeiro governo de coalizão na África do Sul pode trazer desafios à governança do país 

Data: 14/06/2024

Por Thainá Carmo Silva 

Cyril Ramaphosa foi eleito presidente da África do Sul após a formação do primeiro governo de coalizão do país, resultado de um acordo de última hora entre o CNA (Congresso Nacional Africano) e partidos rivais como a AD (Aliança Democrática) e o PLI (Partido da Liberdade Inkatha), depois de intensas negociações.

A coalizão foi necessária devido ao declínio eleitoral do CNA nos últimos trinta anos, fazendo com que o partido obtivesse apenas 159 dos 400 assentos no parlamento, não sendo mais maioria no parlamento.

A partir do acordo de coalizão estabelecido, os aliados têm poder de veto, sendo preciso consenso para as decisões mais significativas, o que pode dificultar a governança. Para que esse consenso seja estabelecido de maneira mais tranquila, os partidos concordaram com o respeito a dez princípios fundamentais, dentre eles o respeito à constituição e oposição ao racismo e sexismo, além disso definiram como meta principal um crescimento rápido, inclusivo e sustentável. 

Tony Leon, ex-líder da AD afirmou que as negociações foram muito difíceis e evidenciou a importância da confiança mútua para um bom funcionamento da coalizão. Há, todavia, por parte de alguns partidários, certa preocupação quanto a capacidade do governo em lidar com questões complexas devido a fragmentação em que se encontra a sociedade sul-africana quanto a diferenças ideológicas. Mas, de acordo com o analista político JP Landman, o acordo pode forçar partidos de esquerda como o CNA para o centro, bem como afastar partidos como o AD da extrema direita, o que seria favorável à situação política do país. 

Fonte: Al Jazeera 

Fonte: Jerome Delay/AP Photo

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