Clipping África Austral #153

África do Sul: um novo ator emergente na transição energética?

Data: 15/09/2024

Por Flávio Carvalho Brandão 

A África do Sul pode se tornar um grande player no cenário global de transição energética, em virtude de suas vastas fontes de energia renováveis e seus planos para a produção de hidrogênio verde. 

O hidrogênio verde, diferentemente do hidrogênio cinza, é produzido a partir de fontes renováveis como a bioenergia ou energia eólica e solar. O grande ponto positivo desse recurso é que em sua produção não há emissão de gás carbônico, somente vapor de água. Por isso, é considerado uma grande alternativa para os combustíveis fósseis e vem ganhando atenção na agenda da transição energética.

A União Europeia assumiu o compromisso de realizar um financiamento, por meio do Banco Europeu de Investimento, de 32 milhões de Euros para o desenvolvimento da produção de hidrogênio verde na África do Sul, o que evidencia o reconhecimento internacional do  potencial desse recurso. Entretanto, pesquisas apontam que essa quantia não é nem perto do suficiente para consolidar essa nova indústria.

O hidrogênio verde é cerca de cinco vezes mais caro que a produção de combustíveis fósseis. Sendo assim, será necessário investimentos internacionais robustos e grande cooperação internacional para tornar essa indústria viável e, portanto, mitigar a crise climática. 

Entretanto, é necessário certificar que comunidades locais se beneficiem dessa indústria, afinal, com o grande interesse do norte global nessa forma de hidrogênio, é evidente que existe um perigo real de que o sul global possa assumir a maior parte dos riscos envolvidos no desenvolvimento da indústria do hidrogênio verde, enquanto os consumidores do centro do sistema Internacional se beneficiam do produto.

Fonte: The Namibian

Fonte: The Namibian, Audioundwerbung/Getty Images

Starlink chegará ao Lesoto e a Namíbia

Data: 24/09/2024

Por Thainá Carmo Silva

Na última sessão da Assembleia Geral da ONU, a 79ª, em Nova York, chefes de Estado da África Austral se encontraram com Elon Musk para discutir o lançamento da Starlink em seus respectivos países, com a perspectiva de levar a estas regiões melhores possibilidades de conectividade e acesso a rede de internet.

Sam Matekane, primeiro-ministro do Lesoto, gerou ansiedade na população basotho ao anunciar o adiantamento do lançamento da rede de internet para o final deste ano e anunciou em sua conta no X que espera que este seja um momento que possibilite o surgimento de “soluções inovadoras” para melhoria no acesso à internet no país, bem como de ultrapassagem das barreiras que geram divisões e impossibilitam esse acesso a algumas pessoas.

Nangolo Mbumba, presidente da Namíbia, também se encontrou com Musk para discutir investimentos em tecnologia no país. Mbumba também espera que essa parceria possa melhorar o acesso a internet e afirma estar esperançoso para novas colaborações com grandes nomes da tecnologia mundial no país para que a infraestrutura digital da região possa se desenvolver ainda mais.

É esperado que o lançamento da Starlink nesses países influencie o setor de telecomunicações da região, reduzindo o preço dos serviços de internet, o que poderá melhorar o acesso populacional às redes de conexão. Cerca de quatorze países africanos já contam com a Starlink em seu território, dentre eles, na África Austral: Botsuana, Essuatíni e Zimbábue.

Fontes: Lesotho Times e TechAfrica News

Fonte: TechAfrica News/Aayushia Ranjan

“Não peça cheque em branco para a brutalidade”- Maketane

Data: 24/09/2024

Por Sarah Thiely Amarante de Andrade

O primeiro-ministro do Lesoto, Sam Matekane, afirmou que não era a sua intenção provocar um “cheque em branco” de homicídios quando ordenou que o exército lutasse e erradicasse o crime no Lesoto.

Matekane argumenta que no momento o país está com uma alta taxa de homicídio em que basothos matam basothos. Segundo o primeiro ministro, “somos nós basothos que estamos matando uns aos outros”. Dessa forma, Maketane pediu à Força de Defesa do Lesoto (LDF) que interferisse colocando um fim nesses conflitos. 

O Primeiro Ministro reiterou que a sua intenção era proteger os basothos, entretanto, torturas e assassinatos de basothos por membros da LDF aconteceram.

A LDF age de uma maneira “desesperada” para pôr fim ao conflito, utilizando de forças táticas para combater criminosos. No entanto, os civis estão sofrendo as consequências dessas ações. As medidas coercitivas da LDF tem gerado reações adversas por parte dos civis, que acabam indo contra o exército, contribuindo ainda mais para o agravamento do problema.

 Fonte: Lesotho Times

Fonte: Lesotho Times

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