Eleição presidencial de Moçambique: o que você precisa saber
Data: 08/10/2024
Por Marina Borges Faria
Na próxima quarta-feira (16/10), os moçambicanos participarão de uma eleição que marcará a sucessão do Presidente Filipe Nyusi, que está concluindo seu segundo mandato. Aproximadamente 17 milhões de eleitores, de uma população total de 31 milhões, estão registrados para votar, escolhendo o próximo presidente, além de 250 membros do parlamento e das assembleias provinciais. A expectativa é de uma grande participação eleitoral, refletindo o interesse da população no futuro político do país.
A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência de Moçambique de Portugal em 1975, é a favorita para manter o controle. No entanto, ao menos quatro candidatos estão concorrendo com propostas de mudança. Esses candidatos prometem enfrentar desafios como a insurgência jihadista que afeta o norte do país e a vulnerabilidade do litoral a eventos climáticos extremos, como inundações.
O candidato da Frelimo, David Chapo, ex-governador da província de Inhambane, enfrenta concorrência acirrada de Venacio Mondlane, que se apresenta como independente e tem ganhado apoio popular com sua mensagem de renovação. Outros candidatos incluem Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique, e Ossufo Momade, da Renamo, ambos com propostas voltadas para questões de desigualdade, emprego e desenvolvimento regional. A eleição também ocorre em um contexto de desconfiança, após acusações de fraude nas eleições locais do ano passado.
Entre as principais questões em debate estão o combate à insurgência no norte, o desenvolvimento econômico e o enfrentamento à corrupção. Escândalos financeiros, como o caso do “tuna bond”, que gerou uma dívida oculta de US$ 2 bilhões e uma crise financeira, abalaram a confiança da população na Frelimo. A votação ocorre em um único dia, com resultados preliminares sendo divulgados à medida que são apurados, e o resultado final será confirmado em até 15 dias pela Comissão Nacional de Eleições, com possibilidade de recursos junto ao Conselho Constitucional.
Fonte: Africanews
Fonte: Carlos Uqueio/Africanews
Partidos não têm dinheiro para a tradução de manifestos em línguas locais
Data: 09/10/2024
Por Maria Vitória Lott
Partidos políticos na Namíbia estão lidando com dificuldades financeiras para traduzir seus manifestos em línguas locais, linguagem de sinais e Braille. Com o intuito de torná-los acessíveis aos cidadãos, independentemente de seu dialeto local ou deficiência, partidos como o Swapo têm tomado iniciativas ao adaptar seus manifestos às necessidades da população geral. Entretanto, muitos outros partidos relatam dificuldades em encontrar prestadores de serviços adequados e que seja financeiramente viável.
O IPC (Independent Patriots for Change) já traduziu seu manifesto para quase todas as línguas locais, com exceção de Setswana e o alemão, todavia, pretende finalizar o processo em breve. O partido também possui uma plataforma para deficientes auditivos. Já o Landless People ‘s Movement (LPM) está analisando os custos de tradução e planeja criar versões em áudio para ajudar eleitores com deficiência visual, embora tenha dúvidas sobre a viabilidade do uso de Braille.
O Partido Republicano traduziu seu manifesto para várias línguas, como Silozi, Rukavangali e Herero, e disponibiliza versões no site ou por e-mail. Já o National Empowerment Fighting Corruption decidiu traduzir apenas dois pontos-chave de seu manifesto para panfletos, focando em questões como subsídios sociais e o retorno dos estudos bíblicos nas escolas públicas.
Analistas políticos destacam a importância de tornar os manifestos acessíveis, principalmente via rádio, dado o baixo hábito de leitura na população. No entanto, eles questionam se há tempo suficiente para realizar traduções abrangentes antes das eleições, que estão se aproximando rapidamente.
A inclusão por meio das línguas indígenas e do Braille é vista como fundamental para o engajamento democrático e a conscientização dos eleitores. Contudo, existem dúvidas acerca das reais intenções dos partidos em relação à inclusão, com alguns especialistas sugerindo que pode ser apenas uma estratégia para ganhar votos.
Fonte: The Namibian

Fonte: The Namibian
A transição energética angolana: a importância das relações bilaterais com a Coreia do Sul
Data: 10/10/2024
Por Flávio Carvalho Brandão
Durante o 5° Seminário de Cooperação de Energia Coreia – Angola, empresários sul-coreanos, com experiência na utilização de tecnologias de ponta no setor de energias renováveis, demonstraram interesse em participar no projeto de ampliação do sistema de energia solar nas regiões sul e leste de Angola.
Nessa oportunidade, o embaixador sul-coreano em Angola, Kwang-Jin Choi, garantiu que mais de um milhão de painéis solares foram fornecidos pela Coreia do Sul a sete centrais solares, distribuídas em seis províncias de Angola.
Além disso, informou que mais de 30 empresas coreanas estavam presentes neste evento, inclusive a LG, que lidera a inovação tecnológica do país em outros setores, como no setor de bens de consumo duráveis, principalmente frigoríficos e máquinas de lavar roupa, contribuindo não só para o desenvolvimento económico de Angola, mas, também, para a criação de empregos.
Dessa forma, Angola inaugurou em 2022 o Sistema Fotovoltaico do Biópio, localizado na província de Benguela, para impulsionar a transição energética no país. Assim, com a proximidade na relação bilateral energética com a Coreia do Sul, Angola visa ampliar ainda mais a transição energética no país, apostando na energia solar enquanto a principal matriz energética renovável e limpa.
Fonte: Jornal de Angola
Fonte: @EDIÇÕES NOVEMBRO/Jornal de Angola
Africanas recrutadas pela Rússia foram enganadas para construir drones na Ucrânia
Data: 11/10/2024
Por Thainá Carmo
Mulheres africanas foram recrutadas pela Rússia com promessas de emprego e estudo, mas se viram alocadas a fábricas de drones de ataque que são usados contra a Ucrânia. Essas mulheres têm denunciado as longas horas de trabalho, salários baixos e quebra de promessas, além da vigilância constante e de precisarem trabalhar com produtos químicos que ocasionam ferimentos à pele.
A fábrica, localizada na Zona Econômica Especial de Alabuga no Tartaristão, abriga cerca de 200 mulheres africanas (de 18 a 22 anos) que afirmam não ter experiência e não saberem como construir drones, junto de estudantes russos de até 16 anos. As mulheres foram recrutadas por meio de um jogo de computador e teste de vocabulário russo, por meio do programa “Alabuga Start”, que promete ajudar essas mulheres a começarem suas carreiras. Além da África, a fábrica também recruta mulheres da Ásia e América do Sul.
Analistas sugerem que a contratação de mulheres tão jovens seria porque estas seriam mais fáceis de serem controladas, além de contarem assim com mão de obra mais barata. Além disso, afirmam que há segregação dessas trabalhadoras africanas e que são tratadas por termos pejorativos.
As mulheres afirmam que são proibidas de usar telefones durante parte do dia e afirmam terem mensagens monitoradas, além de serem coagidas a não falar sobre seus empregos com pessoas de fora. A AP (Associated Press News) entrou em contato com governos de 22 países, mas a maioria não respondeu ou apenas afirmou que investigaria o caso.
Fonte: Africanews
Fonte: Africanews/Evgeniy Maloletka
Rei do Bailundo reconhece os esforços do presidente João Lourenço para a pacificação da África Austral
Data: 11/10/2024
Por Sarah Thiely Amarante de Andrade
O soberano da Ombala Mbalundu fez um pronunciamento reconhecendo o presidente de Angola em seu esforço para a pacificação da África Austral. O pronunciamento foi realizado durante a visita da Comissão do Comitê Consultivo das Nações Unidas para a Segurança da África Central (UNSAC) para o reino de Bailundo, encontro no qual foram esclarecidos o funcionamento do poder tradicional e a preservação das tradições culturais na região.
O rei Tchongola Tchogonga destacou a importância da visita da UNSAC ao reino de Bailundo, uma vez que permitiu que os membros tivessem a oportunidade de ouvir sobre a constituição do reino Ombala yo Mbalundu. Nesse sentido, o rei agradeceu a visita dos representantes dos 11 Estados membros da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), como Angola e Congo, e a oportunidade de compartilhar a cultura local.
Por sua vez, a diretora de assuntos multilaterais do Ministério das Relações Exteriores argumentou que desde que a Angola assumiu a presidência da UNSAC, a evolução do desenvolvimento entre os Estados tem sido crescente, uma vez que tem sido possível observar progresso nas questões relacionadas à paz e à segurança.
Além disso, a diplomata destacou o crescimento econômico e a estabilidade das províncias de Bié e Huambo. Sara Maria anunciou a passagem da presidência de Angola na CEEAC para a República Centro-Africana em novembro. A diplomata também reconheceu o papel do presidente de Angola na pacificação da região e na mediação do conflito entre Congo e Ruanda. As visitas ao interior do país tem como objetivo apresentar as ações do governo voltadas para a pacificação, sob o tema “Desenvolvimento de um país pós-guerra”.
Por fim, ao visitar os municípios de Cachiungo e Bailundo, os membros foram recebidos pelo vice-governador, Elmano Inácio, e foram informados sobre a situação socioeconómica de Huambo.
Fonte: Jornal de Angola
Fonte: Dr/ Jornal de Angola
Empregabilidade na África do Sul: qual o papel da geografia?
Data: 11/10/2024
Por Gabriela Amorim Silva
Um estudo recente mostra como existe uma desigualdade entre as regiões da África do Sul na empregabilidade de suas populações. O estudo realizado pelo Statistics South Africa (Stats SA) mostra evidências de que existem regiões com maiores taxas de emprego do que outras.
O Stats SA mostra que no primeiro trimestre de 2024, houve um aumento nas taxas de desemprego de 0,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023, saindo de 32,1% para 32,9%, afetando diretamente a desigualdade de renda do país. As diferenças entre essas regiões impactam nos salários, a disponibilidade de emprego e o acesso à saúde e à educação. Além disso, áreas com empregabilidade maior são mais urbanizadas e com uma educação de melhor qualidade.
Uma outra pesquisa do Human Science Research Concil (HSRC) afirma que a empregabilidade está diretamente relacionada com a distribuição de desigualdade. Além disso, a absorção do trabalho em uma sociedade reflete as condições de sua economia na criação de novos empregos. Os pesquisadores analisaram a absorção do trabalho em algumas regiões e os dados revelam que na província do Cabo Ocidental tem taxas maiores do que na província do Cabo Oriental.
Um outro fenômeno observado na pesquisa foi o chamado efeito de “spillover” ou efeito de transbordamento, que ocorre quando uma grande atividade econômica gera um crescimento em sua região e em regiões vizinhas, como nas áreas metropolitanas. Contudo, nem toda área urbana possui uma absorção de trabalho alta.
Foi analisado que em algumas áreas urbanas há uma grande densidade populacional e altos índices de êxodo rural que ocasiona níveis baixo de produção, infraestrutura precária e alta competitividade no mercado de trabalho. Juntamente a esse cenário, há uma “migração líquida negativa”, em que a evasão de cidadãos é maior que a entrada, como por exemplo nas províncias de Cabo Oriental e KwaZulu-Natal.
Fonte: The South African
Fonte: Wikimedia Commons
