FOTO: Relatório Global sobre cocaína da ONU
Missão da ONU na Venezuela denuncia regime de Nicolás Maduro por cometer crimes contra a humanidade
Data 17/09/2024
Por Érica Lisboa
Equador ganhou importância no tráfico internacional de drogas
Data 17/10/2024
Por Isabela Buters Godinho
No Equador, há uma crescente ação terrorista de facções de traficantes de drogas. O país está à frente do Brasil e do Panamá, segundo o relatório mais recente do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, sendo atualmente considerado o maior exportador de cocaína para a Euro2pa.
Com o acordo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o governo colombiano em 2016, os narcotraficantes buscaram novas rotas para o comércio de drogas. Em 2019, o Equador respondia por 9% das apreensões de cocaína e, em 2021, esse número subiu para 33%. Isso se deve à localização estratégica do país para o tráfico internacional, já que está entre os dois maiores produtores mundiais de cocaína, o Peru e a Colômbia. Como consequência, o Equador se tornou um ponto chave para o trânsito da droga, devido ao porto de Guayaquil, que possui grande movimentação de contêineres. De lá, a cocaína é enviada ilegalmente, via Canal do Panamá, para a Europa, entrando no continente principalmente pelos portos da Holanda, Alemanha, Portugal e Espanha. Além disso, do porto de Guayaquil, a droga também é enviada para a América do Norte.
Especialistas explicam que, na dinâmica do tráfico de drogas, líderes de organizações internacionais viajam para países de trânsito para acertar operações com grupos criminosos locais. No caso do Equador, sabe-se da presença de traficantes colombianos, mexicanos e da máfia albanesa, que está no país desde o início dos anos 2000. Além disso, vale ressaltar que o tráfico de drogas segue a lógica do comércio internacional, com negociações em dólar, a moeda corrente do Equador.
Esse movimento começou após a Colômbia lançar, em 1999, um plano que contou com a ajuda financeira e militar dos Estados Unidos no combate aos grandes cartéis de drogas do país. Outro fator foi a privatização, pelo governo do Equador, de boa parte da segurança pública. O país tem hoje mais agentes privados do que policiais da Polícia Nacional. Nesse contexto, a Polícia Federal do Brasil ofereceu ao Equador treinamento e equipamentos para rastrear o dinheiro de facções criminosas. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, se reuniu com representantes de outros 16 países integrantes da Ameripol, a Comunidade de Polícias das Américas, formalizada em 2023.
Equador: o caminho da droga
Colômbia apresenta ‘plano de choque’ na ONU para acelerar implementação de acordo de paz com as Farc
Data 17/10/2024
Por Vitor Samuel Botelho
O governo colombiano anunciou um “plano de choque” para acelerar a implementação do acordo de paz com as extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), assinado em 2016. Os ministros do Interior e das Relações Exteriores, Juan Fernando Cristo e Luis Gilberto Murillo, enviaram um documento aos embaixadores do Conselho de Segurança da ONU, destacando o compromisso do Estado em acelerar a implementação em frentes específicas que impactam diretamente a qualidade de vida, segurança e desenvolvimento territorial.
O plano inclui a reforma agrária acordada, com o objetivo de adjudicar três milhões de hectares, e medidas para fortalecer a segurança no país. O programa foi divulgado depois que um relatório trimestral da Missão de Verificação da ONU admitiu o “progresso histórico” do governo de Gustavo Petro, mas ressaltou que os realinhamentos do plano ainda são modestos.
Dividido em seis áreas de trabalho, o plano busca reverter a desaceleração nas implementações que ocorreram durante a presidência de Iván Duque. Um dos pilares do plano é a transformação territorial por meio de pactos entre diferentes níveis de governo e com o setor privado, além do avanço da agenda legislativa, na ausência de maioria no Congresso.
Outro objetivo é reativar o Programas de Desarrollo con Enfoque Territorial que buscam aumentar o investimento nos municípios mais afetados pelos conflitos.Os planos foram bem recebidos pelos embaixadores no CSNU, que enfatizaram o impacto positivo que o avanço deste plano afetariam a vida de cerca de sete milhões de pessoas na Colômbia. Um dos aspectos destacados por eles foi a necessidade de um acordo nacional para assegurar a paz, a integridade nas regras eleitorais e a retirada da violência política
No entanto, o representante especial da ONU, Carlos Ruiz Massieu alertou que o governo enfrentará desafios que implicam riscos para as pessoas, como ameaças de grupos ilegais armados e ataques a líderes sociais e signatários do acordo. Ele enfatizou que a segurança é um dos maiores obstáculos para a paz.
Governo da Bolívia instrui forças armadas a militarizar fronteiras com países vizinhos
Data 08/10/2024
Por Giovanna Ornelas
No dia 7 de outubro, o governo da Bolívia anunciou que iria militarizar suas fronteiras com o Brasil, Argentina e Peru. A medida foi tomada como uma tentativa de conter o aumento do preço de produtos alimentícios no mercado interno, considerando que estão sendo contrabandeados para os países vizinhos e sendo vendidos a preços mais altos.
O presidente do país, Luis Arce, afirmou que o reforço na militarização das fronteiras tem como objetivo evitar que a produção agrícola nacional saia do país. Devido aos incentivos dados aos produtores através do subsídio do diesel, que proporciona custos de produção menores, a retirada ilegal destes produtos tem ocasionado um aumento dos índices inflacionários na Bolívia.
Além dessa medida, o governo boliviano tem tomado outras ações para conter a inflação, como zerar impostos de determinadas mercadorias e realizar o monitoramento de mercados e centros de abastecimento para reduzir o risco de especulação em relação ao valor de produtos.
Presença do Crime Organizado na Amazônia e seu risco ambiental
16/08/2024
Por Júlia Assis
A presença das facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) na Amazônia está colocando a floresta em risco, assim como aumentando sua degradação. Com presença em áreas estratégicas, essas facções expandiram-se para além do tráfico de drogas, levando suas atividades a garimpos ilegais, extração de madeira e no tráfico de animais.
A Amazônia, com sua grande região e fronteiras negligenciadas, tornou-se uma geografia estratégica para o narcotráfico internacional. Grupos de crime organizado brasileiros, juntamente com facções bolivianas e colombianas, competem territórios por rotas de tráfico, como a “rota Solimões”, uma das principais vias fluviais da região. A morte do narcotraficante Jorge Rafaat, em 2016, facilitou a entrada do PCC, o qual se aproveitou da falta de combate ao crime ambiental e da superprodução de cocaína na Colômbia para ampliar sua influência no norte do país.
Nesse viés, o crime na Amazônia tem se tornado cada vez mais complexo. Em abril de 2023, as autoridades apreenderam 154 quilos de cocaína escondidos no casco de um cargueiro no Porto de Santana, que iria para a Europa. Ademais, o tráfico de drogas na região movimenta cerca de 4% do PIB nacional, enquanto a exploração ilegal de madeira, uma das atividades mais lucrativas para as facções, gera cerca de 100 bilhões de dólares anualmente.
De acordo com o geógrafo Thiago Sabino, a ausência de autoridade estatal e a riqueza natural da floresta criam o ambiente ideal para que essas organizações acumulem capital e expandam suas operações. “Na floresta, prevalece a lei do mais forte”, afirma o geógrafo. Cidades como Belém e Manaus são fortemente controladas pelo CV, que também disputa território com o PCC em várias capitais da região.
A complexidade do crime na Amazônia dificulta o seu combate. Operações policiais encontram frequentemente uma sobreposição de delitos, com drogas sendo apreendidas em ações contra garimpo e vice-versa. A Polícia Federal desmantelou, em 2023, um esquema envolvendo 47 quilos de ouro contrabandeado, avaliado em R$14,9 milhões, e ligado ao CV. Esses crimes, além de prejudicar a floresta, afetam diretamente a imagem do Brasil em questões ambientais, aumentando a pressão internacional sobre o país.
Por tudo isso, o governo brasileiro lançou o Plano AMAS, com R$2 bilhões destinados à prevenção e fiscalização na região. Nessa perspectiva, serão criadas novas diretorias da Polícia Rodoviária Federal e das polícias ferroviária e hidroviária federais,com o intuito de combater o avanço do crime organizado na região amazônica.
Grupo Atlântico Sul 