FOTO: AIZAR RALDES / AFP
Tensões Diplomáticas entre a Venezuela e o Brasil
Data 06/11/2024
Por Isabela Buters
As tensões diplomáticas entre Venezuela e Brasil se intensificaram após o governo de Nicolás Maduro acusar o Brasil de “enganar” a comunidade internacional. Em comunicado, o chanceler venezuelano, Yván Gil, afirmou que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) tenta se passar por vítima, quando, segundo ele, teria agido como “agressor” contra o presidente Maduro e instituições públicas venezuelanas. O conflito entre os dois países aumentou devido ao veto do Brasil à entrada da Venezuela no grupo BRICS e às críticas brasileiras à reeleição de Maduro para um terceiro mandato, questionada pela oposição venezuelana por suspeitas de fraude.
O governo brasileiro reagiu com surpresa ao que chamou de “tom ofensivo” adotado pelas autoridades venezuelanas e afirmou que não reconhecerá a vitória de Maduro nas eleições de julho sem uma auditoria detalhada. Em meio ao impasse, a Venezuela chamou seu embaixador em Brasília para consultas e convocou o encarregado de negócios do Brasil em Caracas. Como sinal da escalada, a Polícia Nacional da Venezuela publicou uma imagem em redes sociais com uma imagem borrada do presidente Lula e a mensagem: “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”, aumentando a tensão entre os países.
Evo Morales está proibido de concorrer às eleições presidenciais de 2025 na Bolívia
09/11/2024
Por Giovanna Ornelas
Em um acórdão divulgado na última sexta-feira (8), o Tribunal Constitucional da Bolívia confirmou a regra determinada em dezembro de 2023, que diz que um presidente não pode cumprir mais de dois mandatos, sejam eles consecutivos ou não. O ex-presidente Evo Morales, que governou o país em dois mandatos consecutivos de 2006 a 2015, e depois de 2015 a 2020, por conta de uma revisão constitucional que foi fortemente criticada pelos seus opositores, não está apto a concorrer nas eleições presidenciais de 2025.
Em 2019, Morales renunciou ao cargo de presidente pouco após as eleições em novembro, devido às acusações de fraude que vinha sofrendo e a forte pressão causada por manifestações da oposição. O ex-presidente afirmou anteriormente, por diversas vezes, que o governo de Arce, atual presidente, tem movido esforços e manipulado o judiciário para bloquear a sua candidatura.
Apesar de não ter oficializado intenção de reeleição, os apoiadores de Arce afirmam que o mesmo será um candidato nas eleições presidenciais de agosto de 2025. Até o momento, Morales e Arce, que foi ministro da Economia de Morales, têm disputado o controle do partido governante, o Movimento ao Socialismo. Nesse sentido, há uma polarização crescente no cenário político boliviano, com o aumento das tensões para as próximas eleições, que são decisivas para o futuro político do país.

Muito além do Nordeste: Rocinha atualmente atrai até estrangeiros dá Colômbia, Bolívia e Argentina
Data 09/11/2024
Por Vitor Samuel Botelho
Apreensão de cocaína cresce na Amazônia Legal em 2023, aponta levantamento
Data: 16/01/2025
Por Júlia Assis Campos
Em 2023, as apreensões de cocaína na região da Amazônia Legal cresceram 5%, atingindo aproximadamente 33,8 toneladas. Este aumento, apontado por um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Mãe Crioula, pode ser resultado tanto da intensificação do tráfico quanto de operações mais eficazes das forças de segurança. A Amazônia Legal, que engloba nove estados brasileiros, segue como uma rota estratégica para o narcotráfico devido à sua localização e à complexidade territorial.
Entre os estados da região, o Amazonas registrou o maior crescimento nas apreensões, com um salto de 50,8%, seguido pelo Amapá (32,9%) e pelo Maranhão (24,4%). Por outro lado, estados como Pará, Acre e Rondônia apresentaram quedas significativas nesse tipo de operação. No Tocantins, embora tenha sido registrada a apreensão de mais de 1,6 mil toneladas de cocaína, não há dados comparativos em relação ao ano anterior. Essas disparidades refletem tanto os desafios logísticos quanto os esforços regionais no combate ao tráfico.
O levantamento também revelou uma redução de 6,2% nas mortes violentas intencionais na região, que, apesar disso, ainda apresenta uma taxa alarmante de 32,3 homicídios por 100 mil habitantes, bem acima da média nacional. Outro dado preocupante foi o crescimento da atuação de facções criminosas, que passaram a estar presentes em 260 municípios da Amazônia Legal, um aumento de 46% em relação ao ano anterior. A presença dessas organizações reforça os desafios de segurança pública em uma região já marcada por desigualdades e conflitos.
Em relação à violência contra a mulher, os números de assassinatos caíram de 691 em 2022 para 629 em 2023, enquanto os feminicídios tiveram uma leve redução, de 236 para 228 casos. Apesar dessa diminuição, a taxa de feminicídio na Amazônia Legal continua 21,4% superior à média nacional, evidenciando que a violência de gênero ainda é uma questão urgente na região.
Outro dado alarmante do estudo foi a constatação de que mais de 20 mil propriedades rurais estão sobrepostas a áreas de proteção ambiental ou terras indígenas na Amazônia Legal. Dentre essas, cerca de 8,6 mil estão localizadas em territórios indígenas, enquanto outras 11,8 mil ocupam unidades de conservação. A situação expõe a fragilidade das políticas de regularização fundiária e a crescente pressão sobre os povos tradicionais e o meio ambiente.
Por fim, o relatório destacou a vulnerabilidade da população indígena na Amazônia. Embora a região abrigue 51% dos povos originários do Brasil, concentra 56% das vítimas de violência no país, segundo o Censo de 2022. Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas que promovam a proteção territorial, ambiental e humana em um dos maiores patrimônios naturais do mundo.
