Clipping África Oriental #35

Malawi sofre com recorde de temperaturas, chegando a 20 ºC acima da média

20/10/2023

Por Norberto Gerheim

O último final de semana no Malawi foi o mais quente da história. O país chegou a 43 ºC, sendo praticamente o dobro previsto para a estação. O calor começou na quinta-feira passada, da qual foi marcada por alertas governamentais de prevenção aos efeitos nocivos do calor. Algumas escolas do sul do país foram evacuadas e as crianças foram levadas para as sombras de árvores nos pátios. No sábado,  Malawi atingiu 43 ºC, comparado com os 25 ºC do mesmo período no ano passado. 

Apesar da queda nas temperaturas na segunda-feira, o Departamento de Mudança Climática e Serviços Meteorológicos do Malawi alertou para uma onda prolongada de calor e um clima desconfortável durante o mês de outubro. As partidas da Super Liga de futebol do Malawi foram atrasadas em 30 minutos, numa tentativa de evitar o calor extremo. Os jogadores foram orientados a fazerem intervalos frequentes para tomarem água.

Em entrevista, um professor do sul do Malawi disse que mesmo na sombra, o calor incomoda. As aulas não foram suspensas como um todo, mas o incômodo com as altas temperaturas vem prejudicando o ensino. Diante dessa realidade, o governo recomenda a ingestão de água em abundância durante o dia, mesmo que não sinta sede. Além disso, foi recomendado evitar álcool e café, em virtude da desidratação que essas bebidas causam; vestir roupas mais claras e soltas; usar filtro solar, chapéus, guarda-chuvas e óculos de sol. A população também foi informada dos sérios riscos à saúde de grupos vulneráveis, como os idosos, crianças pequenas e aqueles com problemas de saúde, apesar de não terem sido registradas novas entradas nos hospitais ou mortes.

Fonte: https://www.theguardian.com/world/2023/oct/17/malawi-swelters-in-record-heat-with-temperatures-nearly-20c-above-average

Esperança por mais comércio enquanto Uganda e República Democrática do Congo abolem a regra de vistos

21/10/2023

Por Marcela Gonçalves Batista

Uganda e a República Democrática do Congo concordaram em abolir os requisitos de visto para seus cidadãos, com o objetivo de impulsionar o comércio transfronteiriço e a integração da Comunidade da África Oriental. O Vice-Ministro das Relações Exteriores de Uganda, Okello Oryem, afirmou que essa decisão resultou de discussões entre os dois países, com os presidentes Yoweri Museveni (Uganda) e Felix Tshisekedi (República Democrática do Congo) desempenhando papéis fundamentais, permitindo que as pessoas se movam mais livremente entre os dois países.

Em 2020, Uganda obteve um superávit de comércio de $241 milhões com a RDC, além de $177 milhões em exportações de comércio informal, totalizando $418 milhões em ganhos comerciais, tornando a RDC o principal mercado de superávit de Uganda. Além disso, os laços entre os dois países datam antes da adesão da RDC à Comunidade da África Oriental em 2021, com muitos cidadãos tendo parentes do outro lado da fronteira e agricultores de Uganda cultivando terras na RDC. Essa eliminação do requisito de visto representa uma oportunidade melhor para a livre circulação de pessoas, incluindo agricultores como John Bitswande, um produtor de cacau de Uganda que cultiva do outro lado da fronteira e enfrentava desafios com taxas de visto ao cruzar.

Além disso, os esforços para conectar fornecedores ugandenses a compradores na RDC têm sido dificultados principalmente devido à segurança. No entanto, os dois países também estão colaborando no desenvolvimento de projetos rodoviários que beneficiarão ambas as economias, permitindo o transporte de mercadorias perecíveis e o acesso a concessões de mineração lucrativas na RDC.

Fonte: https://www.theeastafrican.co.ke/tea/business/hope-for-more-trade-as-uganda-drc-abolish-visa-rule-4408716

Road to #FIFAfrica23: De Uganda a Tanzânia e retorno em 10 dias

23/10/2023

Por Mariana Mendes Azevedo Reis

Com o Campeonato Africano das Nações programado para acontecer em 2027, sendo sediado no Quênia, na Tanzânia e em Uganda, foi organizada pela “Collaboration on International ICT Policy for East and Southern Africa” (CIPESA), a Road to #FIFAfrica23. Uma viagem que, com a ideia prática de ver como seria para os torcedores viajar pela estrada através dos três países, juntou a CIPESA, o Defenders Protection Initiative (DPI) e a DigiSec Initiative para uma campanha que busca aumentar a conscientização sobre a importância de práticas robustas de segurança digital. 

O plano inicial da viagem incluia percorrer em torno de 653 km de Kampala a Nairobi via Nakuru a partir de quinta-feira, 21 de setembro. No entanto, por conta de desafios logísticos, a viagem foi remarcada para sábado, 23 de setembro. A notícia assinala a experiência do grupo até seu destino final, compartilhando os desafios e particularidades de cada lugar que passaram no trajeto.

Fonte: https://observer.ug/lifestyle/79539-from-uganda-to-tanzania-via-kenya-and-back-in-10-days 

A Etiópia e a crise humanitária sudanesa

21/10/2023

Por Luis Gustavo Rodrigues Viana

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH), a Etiópia registrou mais de 85.800 pessoas cruzando suas fronteiras, enquanto a crise humanitária no Sudão alastra-se ainda por seis meses. Ao longo de todo esse período, mais de 1 milhão de pessoas fugiram do conflito e buscaram refúgio em países vizinhos, como  Egito, Sudão do Sul e Chade.

A Etiópia continuamente recebe repatriados e refugiados sudaneses, sobretudo pelas fronteiras de Kurmuk, em Benishangul Gumz, e Metema, na região de Amhara, ambas no noroeste do país. À luz disso, o ENUCAH trabalha com o governo local com o objetivo de abrir mais corredores humanitários e facilitar o acesso dessas pessoas. Contudo, o “Plano de Resposta Humanitária Etíope” (PRH) consta com subfinanciamento, de modo que seu orçamento não passa de 30% dos quase US$4 bilhões necessários para custear esse trabalho.

A erupção da luta entre o governo de Cartum e as Forças de Suporte Rápidas (RSF, na silga em inglês), que é um grupo paramilitar rebelde, rapidamente escalou-se para um confronto a um nível nacional. Dessa forma, o ENUCAH reforça a necessidade de receberem mais recursos da comunidade internacional, uma vez que o fluxo de refugiados tende a continuar.

Fonte: https://english.news.cn/20231021/2bd0506a6ffa4c42b70cc5668bd5dc48/c.html

Guerra no Sudão completa seis meses e acumula mais de 9.000 vítimas

15/10/2023

Por Clara Fernandes Ramos

O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, fez uma declaração sobre a guerra entre militares do Sudão e o grupo das Forças paramilitares de Apoio Rápido, que completou seis meses na última semana: “durante seis meses, os civis não tiveram trégua no derramamento de sangue e no terror”.

A guerra foi deflagrada em meados de abril na região de Cartum, capital do país, quando as tensões entre o general militar Abdel-Fattah Burhan e o general Mohamed Hamdan Dagalo – comandante das Forças paramilitares de Apoio Rápido – mergulharam o Sudão em um conflito violento, vitimando a população civil: além de ser marcada por uma série de bombardeios e ataques aéreos, “relatos terríveis de estupro e de violência sexual continuam a surgir”, afirma Martin.

Segundo Griffiths, os combates já vitimaram mais de 9.000 pessoas e forçaram milhões de civis a se deslocarem de suas casas. De acordo com um levantamento feito pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 4,5 milhões de pessoas foram deslocadas dentro do Sudão, além de outras 1,2 milhões que buscaram refúgio em países vizinhos. O Alto-comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) alerta para a latente violação dos direitos humanos contra civis nas áreas atingidas, ressaltando o aumento de mortes e a destruição de infraestrutura civil básica, como escolas, hospitais e centros de ajuda humanitária. A organização clama pelo apoio da comunidade internacional em caráter de urgência, antes que a tragédia humanitária no Sudão alcance níveis ainda mais catastróficos.

Fontes: https://apnews.com/article/sudan-war-military-rsf-conflict-khartoum-f12975eb72c830ed86ed6a7a49e9658d

https://news.un.org/pt/story/2023/10/1822112

Tensão entre EUA e Uganda aumenta após acusações de Museveni

18/10/2023

Por Antônio Augusto Araújo Vaz 

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, que está no poder há 36 anos, acusou os Estados Unidos de financiar uma campanha para derrubá-lo, afirmando que os EUA estão fornecendo apoio financeiro e logístico a um grupo de opositores ugandenses que vivem no exílio, mas o presidente da Uganda não apresentou provas para sustentar suas alegações, apenas acusou os EUA de estarem obcecados em derrubá-lo do poder e também acusaram os EUA de estarem envolvidos em uma conspiração para desestabilizar a região da África Oriental.

As acusações de Museveni foram recebidas com ceticismo por alguns observadores, que as descreveram como uma tentativa de desviar a atenção da crescente oposição ao seu governo. No entanto, as alegações também geraram preocupação sobre a crescente tensão entre Uganda e os EUA. Isso porque os EUA têm expressado preocupação com o governo de Museveni, que é acusado de violações dos direitos humanos. Isso chegou a culminar na suspensão da assistência militar dos estadunidenses a Uganda em 2022,  incluindo a repressão da liberdade de expressão e da oposição política. No entanto, os EUA continuam a fornecer assistência econômica ao país, que é um importante aliado dos EUA na região da África Oriental.

As acusações de Museveni contra os EUA são uma escalada da tensão entre os dois países, mas isso também pode levar a um maior distanciamento entre os EUA e Uganda, com consequências para a estabilidade da região da África Oriental.

Fonte: INDEPENDENT

EUA Anunciam Retomada da Ajuda à Etiópia Após Reformas

22/10/2023

Por Anna Cecília de Souza Rodrigues

Em consequência a uma seca intensa na região do Chifre da África e uma guerra na região do Tigray, a Etiópia tem vivenciado uma crise alimentar no Estado. Desse modo, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) destinou em 2022 ao país africano 1,5 milhões de dólares para assistência humanitária e a maior parte desse valor foi destinado a ajuda alimentar.

Contudo, em junho de 2023, a ajuda dos EUA foi suspensa devido a desvios e roubos daquilo que era destinado para assistência à população vulnerável da Etiópia. Entretanto, a USAID afirmou que retomará o programa de assistência somente após assegurar que os recursos efetivamente alcançariam a população beneficiária.

Assim, somente em Outubro de 2023, os EUA anunciaram que estão retomando o programa assistencial à Etiópia, tendo em vista que foi implementado reformas entre o governo etíope e seus parceiros fizeram para monitorar o programa e as mercadorias doadas. Logo, o retorno dessa assistência proporcionará um alívio ao sofrimento dos habitantes vulneráveis da Etiópia.

Fonte: https://www.reuters.com/world/us-resumes-food-aid-refugees-ethiopia-2023-10-05/

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