Clipping África Oriental #36

Gripe aviária: Moçambique abate 45 mil galinhas para conter doença

24/10/2023

Por Antônio Augusto Araújo Vaz 

No dia 19 de outubro de 2023, as autoridades moçambicanas abateram 45 mil galinhas poedeiras na cidade de Inhambane, no sul do país. Essa ação foi realizada no intuito de evitar a propagação da gripe aviária para outras aves e humanos. As aves importadas da África do Sul foram atingidas por um surto da doença, que é contagiosa e pode afetar aves de todas as espécies, incluindo galinhas, patos, perus e gansos. A doença pode ser transmitida para humanos, porém, isso acontece com maior raridade.

Os sintomas da gripe aviária em aves incluem: falta de apetite, perda de peso, dificuldade para respirar e diarreia. Com isso, os animais infectados podem morrer em poucos dias. As aves foram incineradas e os locais onde elas viviam foram desinfetados.

O surto de gripe aviária na África do Sul é o pior já registrado no continente. Até o momento, mais de 2 milhões de aves foram abatidas na África do Sul para conter a doença, agora isso é um alerta para as autoridades sanitárias do país, visto que o país tem uma grande população de aves, o que torna o país vulnerável a surtos da doença.

Fonte: https://globorural.globo.com/pecuaria/aves/noticia/2023/10/gripe-aviaria-mocambique-abate-45-mil-galinhas-para-conter-doenca.ghtml

Conflitos na Somália culminaram no maior aumento de vítimas civis desde 2017

20/10/2023

Por Clara Fernandes Ramos

Em uma nova declaração ao Conselho de Segurança, a Chefe da Missão de Assistência das Nações Unidas na Somália (UNOSOM), Catriona Laing, afirmou que “os conflitos na Somália continuam a ter um grande impacto sobre os civis” e que em 2022 houve “o maior aumento de vítimas civis desde 2017”. Segundo ela, a tendência para 2023 é semelhante, com mais de 1.200 vítimas civis registradas até agora. Os números podem ser parcialmente atribuídos aos ataques do Al Shabaab e ao conflito em Laascaanood.

Apesar das iniciativas bem sucedidas do Exército Nacional Somali e de milícias de clãs aliados na retomada de territórios do grupo Al Shabaab e da relativa estabilidade após a escalada ocorrida em agosto, as Nações Unidas continuam a convocar apoio em uma tentativa de coordenar esforços conjuntos para uma resolução efetiva de conflitos, fazendo apelo aos direitos humanos, principalmente a segurança da população e da infraestrutura civis.

Além disso, Laing reiterou a necessidade de capacidade policial suficiente para manter as áreas recuperadas e para a mobilização de recursos adicionais de parceiros, objetivando a estabilização dos conflitos. Isso porque as ofensivas militares enfrentaram um desafio durante os eventos por conta da retirada de tropas da Missão de Transição da União Africana na Somália (African Union Transition Mission in Somalia, ATMIS, em inglês), da qual estava sendo preparada conforme a segunda fase da Missão. 

O governo federal somali solicitou o adiamento técnico do plano em 90 dias, de modo a assegurar a presença das tropas da ATMIS e reforçar a segurança no território da Somália. O chefe da ATMIS, Mohammed El-Amine Souef, também se pronunciou no Conselho: “continua a ser vital que a retirada das tropas ATMIS seja informada e guiada por uma cuidadosa avaliação do cenário de segurança e da capacidade das forças de segurança da Somália”.

Fonte: https://www.africanews.com/2023/10/20/conflicts-in-somalia-takes-a-toll-on-citizens/

https://unsom.unmissions.org/statement-special-representative-secretary-general-catriona-laing-security-council-situation-0

Paz Sudanesa: Arábia Saudita e EUA pressionam por negociações

 26/10/2023

Por Luis Gustavo Rodrigues Viana

Representantes das Forças Armadas Sudanesas e das Forças de Suporte Rápido aceitaram continuar as negociações para o fim de seu confronto. Os encontros, que ocorreram em Gidá, no Reino da Arábia Saudita, são mais uma tentativa de encerrar um conflito que causou a morte de mais de 9 mil pessoas e gerou mais de 5 milhões de refugiados desde abril.

Os esforços para findar o combate entre as forças militares e paramilitares rebeldes do Sudão, liderados por Riade e Washington, obtiveram pouco sucesso. Mesmo as tréguas que foram acordadas já sofreram violações de ambas as partes, ainda sim, a reunião busca relembrar aos combatentes dos acordos humanitários assinados em maio, que almejam a proteção de civis e manutenção de corredores humanitários.

O aceite do convite dos sauditas foi anunciado dia 25 de outubro. Outras partes acompanham de perto o conflito e promovem negociações, como a União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla em inglês), especialmente pela crise de refugiados que se alastra por todos os países fronteiriços do Sudão.

Fonte: https://www.aljazeera.com/news/2023/10/26/sudan-warring-sides-resume-peace-talks-in-saudi-arabia

Sudão do Sul elogia a diversidade das negociações de cessar-fogo no Sudão

30/10/2023

Por Mariana Mendes Azevedo Reis

O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita anunciou oficialmente que começaram as negociações para acabar com a guerra entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF). A declaração afirma que as partes sudanesas concordaram que os facilitadores serão os únicos porta-vozes conjuntos das conversações e também aplicarão um código de conduta acordado pelas partes com o objetivo de orientar as conversações.

Estão envolvidos na negociação, a Arábia Saudita e os Estados Unidos, como importantes atores na facilitação, participando também a União Africana e países fronteiriços ao Sudão, assim como as ligas árabes e contando com o apoio dos países do Golfo. O Sudão do Sul elogiou a diversidade e a inclusão das negociações de cessar-fogo em curso, descrevendo-as como uma abordagem unificada para pôr fim ao conflito no país, que teve início em abril de 2023.

Fonte: https://sudantribune.com/article278803/

Rei Charles III busca vislumbrar o futuro em visita ao Quênia, mas terá que lidar com a história

29/10/2023

Por Marcela Gonçalves Batista

O Rei Charles III está prestes a iniciar uma visita de quatro dias ao Quênia, buscando direcionar seu olhar para o futuro, mas é confrontado pelo peso do passado. Enfrentando o desafio de lidar com o legado de oito décadas de domínio colonial britânico, o monarca enfrenta pedidos para abordar as falhas históricas e as responsabilidades pelas ações dos soldados britânicos durante o período. O veterano político e ativista de direitos humanos Koigi Wamwere ressalta a injustiça na posse de extensas áreas por cidadãos britânicos, enquanto a população local carece de terras, demandando um pedido de desculpas, reparação e a devolução das terras como condição para avançar.

Além dos aspectos históricos, a visita procura fortalecer os laços atuais entre o Reino Unido e o Quênia, com um foco na cooperação em áreas como o combate ao terrorismo e esforços para impulsionar o comércio, que já ultrapassa 1,1 bilhão de libras esterlinas por ano. O compromisso do Rei Charles III com a proteção ambiental será destacado por meio de visitas a parques nacionais para observar o trabalho vital de conservação realizado pelo Serviço de Vida Selvagem do Quênia.

Esta viagem ganha atenção por representar a vontade do rei em enfrentar questões delicadas, como abertura dos arquivos reais para pesquisadores estudarem os vínculos da monarquia com o comércio de escravos. No entanto, a expectativa se estende para além da simbologia histórica, pois o impacto da visita pode reforçar os laços entre o Reino Unido e o Quênia, dada a importância estratégica do país africano para o equilíbrio e a estabilidade na região leste do continente.

Fonte: https://www.independent.co.uk/news/charles-iii-ap-kenya-british-camilla-b2437845.html

Crimes contra a humanidade continuam ocorrendo na Etiópia, mesmo com a trégua, afirmam especialistas da ONU

19/09/2023

Por Mateus Melo 

Um relatório da Organização das Nações Unidas publicado revela que quase um ano após o fim formal do conflito entre as forças do governo etíope e regionais de Tigray, crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Etiópia continuam a acontecer. Este conflito, que se desenrolou por dois anos, resultou em milhares de mortes e acusações de atrocidades, incluindo massacres, estupros e detenções arbitrárias, com ambas as partes negando responsabilidade por abusos sistêmicos.

O presidente da Comissão Internacional de Especialistas em Direitos Humanos da Etiópia, Mohamed Chande Othman, afirmou que o acordo de paz não resolveu o conflito em Tigray e não trouxe uma paz abrangente para a região. O relatório da comissão descreveu as violações dos direitos humanos em Tigray como “graves e contínuas” e mencionou ataques das Forças de Defesa da Eritreia contra civis. No entanto, a Eritreia, que enviou tropas para lutar ao lado das forças do governo etíope, rejeitou as acusações de abusos em Tigray.

Ainda segundo o relatório, as violações foram toleradas ou apoiadas pelo governo federal etíope, que falhou em sua obrigação de proteger a população. O relatório também descreve um ataque generalizado e sistemático contra civis, incluindo assassinato, tortura e estupro, realizado pelas Forças de Defesa Nacionais da Etiópia, Forças de Defesa da Eritreia e forças regionais aliadas. O governo etíope também negou as acusações e se comprometeu a investigar as reclamações de abusos individuais no país.

Fonte: https://www.aljazeera.com/africa/

Tanzânia assina acordo controverso para o gerenciamento do maior porto do país

27/10/2023

Por Norberto Gerheim

No domingo, dia 22, o governo da Tanzânia assinou um acordo com a empresa DP World, de Dubai, para a administração do porto de Dar es Salaam, o maior do país. O acordo foi assinado na presença da presidenta do país, Samia Suluhu Hassan, que aposta no aumento das trocas comerciais com os países que não têm acesso ao mar, bem como na redução do tempo de desembarque das mercadorias.

O Diretor Geral Portuário da Tanzânia, Plasduce Mbossa, afirmou que a empresa DP World irá operar apenas 4 estações portuárias do porto de Dar es Salaam, localizado na capital financeira do país, ao invés da operação integral do porto. A empresa terá seu desempenho analisado a cada cinco anos.

A oposição do governo e da sociedade civil protestaram a decisão governamental de ter uma empresa estrangeira administrando os portos tanzanianos. Em resposta, o governo destacou o potencial aumento na eficiência portuária e no desenvolvimento da economia do país.

O acordo foi aprovado pelo parlamento da Tanzânia no dia 10 de junho, que gerou protestos em que mais de 22 pessoas foram presas, de acordo com a Anistia Internacional. O grupo internacional de direitos humanos, em agosto, pediu ao governo tanzaniano o respeito à liberdade de expressão e ao direito de protestar. A Tanzânia vem investindo em reformas desde a morte do ex-presidente Magufuli em 2021, que enfrentou fortes críticas e adotou leis rigorosas.

Fonte: https://www.africanews.com/2023/10/23/tanzania-signs-a-controversial-port-management-deal-with-dubai-based-firm/

Chuvas Fortes na Tanzânia Causam Destruição em Diversas Províncias 

31/10/2023

Por Anna Cecília de Souza Rodrigues

Na quinta-feira, dia 27 de outubro de 2023, fortes chuvas causaram destruição em massa no sul da Tanzânia. Assim, esse fenômeno fez com que, mais de 150 pessoas ficassem desabrigadas, além da destruição de 30 casas no distrito de Kalambo, que está localizado na região de Rukwa do Estado.

O comissário de Kalambo, Lázaro Komba, disse que as chuvas começaram às 16 horas no horário local, causando uma destruição em massa, fazendo com que a população perdesse todos os pertences que tinham. Entretanto, o comissário disse que estava tomando medidas para fornecer às vítimas alimentos, local para serem acomodadas e bens que garantisse o atendimento de suas necessidades básicas.

De modo similar, o distrito de Bukoba identificou que o bairro de Rwamishenye Kashai foi o mais afetado pela chuva, contudo, em virtude dos diversos danos, as autoridades distritais ainda estão a analisar os prejuízos das famílias afetadas e da agricultura da Tanzânia.

Fonte: https://www.theeastafrican.co.ke/tea/news/east-africa/heavy-rains-devastate-tanzania-4416290

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