Como maior alta da pobreza em 20 anos afeta as crianças na Argentina de Milei
18/10/2024
Por Isabelle Thaís Rocha Vidal
A Argentina vem sofrendo uma grave crise econômica já há muitos anos, porém no último semestre, segundo os dados registrados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), esse cenário vem se intensificando, e está gerando um aumento significativo da pobreza no país. Segundo o Indec, mais de 5 milhões de pessoas passaram a viver em situação de pobreza desde o segundo semestre de 2023, destas, 3 milhões não possuem condições suficientes de se alimentarem. Devido a este cenário, os que mais sofrem são as crianças, já que geralmente só comem uma refeição por dia. Assim, os números de casos de desnutrição infantil, e doenças que não eram comuns no país, como o escorbuto, estão aumentando devido à falta de vitaminas e nutrientes, já que as famílias não conseguem comprar os alimentos essenciais para o desenvolvimento das crianças. Essa crise se decorreu justamente pela desvalorização do peso argentino, que já vem acontecendo há muitos anos, porém foi realmente significativa nos últimos meses, elevando cada vez mais a inflação, afetando assim o poder de compra, que por sua vez, não acompanhou este aumento, gerando ainda mais pobreza.
Duas em cada três crianças na Argentina são pobres — elas sobrevivem com a ajuda do Estado e de refeitórios comunitários como este — Foto: BBC
O atual governo atribuiu o agravamento da crise aos gastos feitos durante a campanha eleitoral no governo Kirchner. Tendo em vista esse cenário, o atual presidente Milei quando assumiu sua candidatura determinou a desvalorização do peso argentino em 50% de seu valor, a liberação dos preços e taxas quase por completo, e um corte de quase um terço dos gastos públicos, tendo em vista um ajuste fiscal. Essas medidas segundo o ministro da Economia, Luis Caputo, evitaram que a pobreza fosse maior, e segundo o presidente Milei foi “o maior ajuste na história da humanidade”. Houve também um grande reajuste em alguns benéficos governamentais, entretanto os cálculos dos mesmos não consideram famílias com mais de um filho, ou seja, o benefício não supre as necessidades de todas as crianças neste caso. Além disso também existe o fato de que os preços, principalmente dos alimentos, se elevaram, assim não solucionando o problema da fome das famílias e crianças. A maior parte das famílias depende dessa ajuda governamental, porque a maioria possui trabalhos informais, mas mesmo assim não tem sido possível proporcionar a essas crianças o básico para uma vida de qualidade. Assim, a descrença de um futuro onde a situação econômica irá melhorar, cresce ainda mais na população.
A assistência social do governo Milei concentra-se especialmente nas crianças — Foto: Getty Images via BBC
Ucrânia pede ao Brasil que prenda Putin se ele comparecer à cúpula do G20
14/10/2024
Por Júlia Henriques Ventura Loreto
Com a aproximação da cúpula do G20, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, o procurador-geral da Ucrânia disse em uma entrevista à agência de notícias Reuters que é obrigação do Brasil prender o presidente Putin caso ele compareça ao evento. Isso se justificaria pelo fato do país ter se vinculado ao Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional.
Em março de 2023, o Tribunal acusou o presidente russo de crime de guerra pela deportação de crianças ucranianas. Naquele período, o mandado de prisão não foi acatado, mas houve uma pressão, por parte da Ucrânia, de que os países que fazem parte do Estatuto contribuíssem com a prisão, caso Putin adentrasse seus territórios.
Recentemente, ele visitou a Mongólia sem enfrentar qualquer dificuldade. O episódio foi visto de forma crítica pelo governo ucraniano que agora pressiona o Brasil para agir de forma oposta se a situação se concretizar. Tanto as autoridades brasileiras, quanto as russas não confirmaram ou descartaram a possibilidade de Putin visitar o país.
REFERÊNCIAS: G1 (https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/10/14/ucrania-pede-ao-brasil-que-prenda-putin-se-ele-comparecer-a-cupula-do-g20.ghtml)
Cúpula dos Brics: Putin se reúne com Dilma e defende comércio com moedas nacionais e Brasil pode vetar a entrada da Venezuela ao grupo
22/10/2024
Por Aline Cristina de Souza
Essa semana acontece a cúpula dos BRICS, entretanto o presidente Lula não pode comparecer à reunião devido a um acidente doméstico e enviou como representante brasileira a ex-presidente Dilma Rousseff, que atualmente é chefe do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Nas vésperas da cúpula, o presidente do Kremlin se reuniu com Rousseff para debater sobre o uso de moedas locais no comércio entre os países do BRICS, com o intuito de diminuir a dependência destes em relação ao dólar para o comércio internacional e reduzir as taxas de serviço.
Além do encontro entre o líder russo e a chefe do NDB, na próxima quarta feira (23) deve ocorrer de fato a reunião entre os 36 líderes, o 16º encontro do grupo possui o tema “fortalecimento do multilateralismo para um desenvolvimento e segurança globais justos”, nele será debatido temas importantes como: economia, segurança, cooperação e política. Durante o encontro também haverá uma votação para a admissão de novos membros ao grupo, existem especulações que o Brasil votará para vetar a entrada da Venezuela e da Nicarágua ao bloco. O presidente brasileiro não deu detalhes sobre o posicionamento brasileiro em relação à entrada da Venezuela ao grupo.
REFERÊNCIAS:
VEJA. Brics: Putin se reúne com Dilma e defende comércio com moedas nacionais. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/mundo/brics-putin-se-reune-com-dilma-e-defende-comercio-com-moedas-nacionais/>. Acesso em: 22 out. 2024.
EQUIPE INFOMONEY. Brasil teria vetado admissão da Venezuela como parceira do BRICS, diz jornal. Disponível em: <https://www.infomoney.com.br/mundo/brasil-teria-vetado-admissao-da-venezuela-como-parceira-do-brics-diz-jornal/>. Acesso em: 22 out. 2024.
G20: evento termina com compromissos climáticos e promessa de cooperação
19/11/2024
Por Júlia Henriques Ventura Loreto
O evento do G20 que reuniu chefes de Estado de diversos países terminou com uma declaração comum, abordando os principais temas propostos pelo Brasil durante a sua presidência. Apesar de ter enfrentado certa resistência da Argentina e a discordância de países europeus, o documento oficial representou um êxito para a diplomacia brasileira.
Os tópicos tratados se articulam com a agenda trabalhada pelo governo Lula, no âmbito nacional, como o combate às desigualdades e no âmbito externo, como a necessidade de reformar as instituições internacionais, de modo a torná-las mais representativas e fortalecer a governança global. A pauta ambiental também foi fortemente discutida durante as negociações e apareceu nas declarações oficiais do presidente.
Além disso, foi mencionada a transição na presidência do G20 do Brasil para a África do Sul. O Estado brasileiro se colocou à disposição para apoiar o país sul-africano nas atividades e discussões que serão conduzidas durante a sua presidência e reforçou a importância do Sul Global na esfera do G20. A África do Sul assume, dando continuidade a uma sequência de presidências exercidas por outros países do Sul: Indonésia (2022), Índia (2023) e mais recentemente, Brasil (2024).
Fonte imagem: Tânia Rego/Agência Brasil.
REFERÊNCIAS: G1, G20 BRASIL 2024, Ministério das Relações Exteriores
<https://www.g20.org/pt-br/documentos/declaracao-de-lideres-do-g20-brasil>
Grupo Atlântico Sul 
Trabalhos excelentes! Muito informativo e esclarecedor. Parabéns às autoras.
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