Clipping África Oriental #40

Profissionais da saúde pública entram em greve no Quênia

15/03/2024

Por Norberto Gerheim

Ontem, dia 14, os profissionais da área da saúde dos hospitais públicos do Quênia iniciaram uma greve nacional, acusando o governo de não cumprir uma série de promessas de um acordo assinado em 2017, quando uma greve de 100 dias se instaurou e resultou na morte de várias pessoas por falta de cuidados.

A união queniana dos médicos, farmacêuticos e dentistas declarou que entraram em greve como forma de demandar um apoio mais compreensivo aos profissionais e na necessidade do governo de reconhecer 1.200 estagiários da área, que constituem 27% da força laboral dos hospitais públicos.

Davji Bhimji, secretário geral da organização, anunciou que 4.000 médicos aderiram à greve, apesar de uma medida governamental que solicitava à união uma pausa na greve, de forma a possibilitar um diálogo com o governo. Dennis Miskellah, vice-secretário geral da entidade, falou que não iriam acatar a medida, uma vez que o governo descartou três solicitações para aumentar o piso salarial e restabelecer os profissionais suspensos. Entretanto, alguns médicos continuaram seus serviços para garantir que os pacientes de unidades de tratamento intensivo (UTIs) não morram.

Numa entrevista com a rede de televisão Citizen TV, Miskellah relatou suicídios por parte dos médicos devido à frustração no trabalho, enquanto outros tiveram que iniciar um financiamento coletivo para garantir tratamentos, em meio à falta de cobertura. O impacto da greve foi sentido por toda a nação, com diversos pacientes sem atendimento ou sendo negados pelos hospitais.

Em 2017, os profissionais da área da saúde pública do Quênia fizeram uma greve de 100 dias, a mais duradoura da história do país, para demandar melhores salários e a restauração de infraestruturas públicas. Eles também demandaram contínuo treinamento e contratação de médicos para solucionar a falta de profissional da saúde.

Na época, os médicos, que treinavam por 6 anos na faculdade, ganhavam um salário básico que variava entre 400 e 850 dólares por mês, salário similar ao de policiais que passavam por um treinamento de somente seis meses.

Fonte: Associated Press

FONTE: https://www.voanews.com/a/kenyan-doctors-strike-patients-left-unattended-or-turned-away/7529366.html

Empresa estatal de petróleo de Uganda inicia vendas de combustível após desavenças com o Quênia.

22/03/2024

Por Mateus Melo

A Uganda National Oil Company (Unoc) começou a vender produtos petrolíferos para empresas de comercialização de petróleo na Tanzânia e em Uganda como parte de um teste de mercado antes de implementar um acordo de importação direta com a Vitol Bahrain. 

A Unoc ofereceu produtos em pequenas quantidades para subsidiárias das empresas nos dois países. A empresa, que antes fornecia principalmente combustível para entidades estatais em Uganda, agora está expandindo para vender para empresas privadas.

O acordo com a Vitol Bahrain visa acabar com décadas de dependência de empresas de comercialização de petróleo do Quênia. Uganda busca independência após desentendimentos com o Quênia, que fez um acordo para importar combustível a crédito de três grandes empresas do Golfo. A falta de transparência nesse acordo resultou em altos preços nos postos de gasolina em Uganda, levando a buscar alternativas como a Vitol Bahrain.

Unoc planejava iniciar as importações em janeiro deste ano, mas enfrentou obstáculos legais no Quênia, que não emitiu a licença necessária para acessar a infraestrutura de armazenamento e transporte da empresa estatal de petróleo queniana. A decisão de Uganda de importar diretamente da Vitol Bahrain representa uma mudança estratégica importante, que também afetará significativamente as receitas do Quênia provenientes do trânsito de combustível.

Fonte: The East African

FONTE: https://www.theeastafrican.co.ke/tea/business/unoc-starts-selling-fuel-to-firms-in-uganda-tz–4564960

Marinha indiana recupera navio de piratas somalis

16/03/2024

Por Clara Ramos

Nesse sábado (16/03/24), as forças navais indianas informaram a apreensão de um navio de carga que havia sido sequestrado por piratas somalis e o resgate de 17 tripulantes. O navio foi sequestrado no final do ano passado e, segundo o pronunciamento oficial da Marinha, foi interceptado pela primeira vez na última sexta-feira (15/03/24), resultando na rendição dos 35 piratas a bordo do navio de bandeira maltesa.

Esse é o primeiro ataque de piratas somali bem sucedido desde 2017, quando as forças marinhas internacionais impediram uma série de apreensões no Golfo de Aden e no Oceano Índico. As zonas do Mar Vermelho, Golfo do Aden e Mar Arábico já foram marcadas por uma década de ataques de piratas somalis, e este pode indicar uma volta das atividades dos piratas somali na região.

As autoridades suspeitam que o navio sequestrado foi utilizado na apreensão de outro navio cargueiro com a bandeira de Bangladesh, também na costa da Somália, na última semana.

Além do Golfo de Aden, a marinha indiana reforçou a segurança na região do Mar Vermelho, enquanto as potências ocidentais direcionam seus esforços contra o Houthis no Iêmen. As marinhas têm se concentrado na vigilância do Mar Arábico, dados os recentes ataques piratas na região.

Fonte: Al Jazeera – @indiannavy via X

FONTE: https://www.aljazeera.com/news/2024/3/16/indian-navy-captures-ship-from-somali-pirates-rescues-crew-members

O presidente de Uganda, Museveni, promove seu filho ao cargo de chefe do exército.

22/03/2024

Por Marcela Gonçalves

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, promoveu seu filho ao cargo de chefe do exército, levantando preocupações sobre uma possível sucessão hereditária. O General Muhoozi Kainerugaba, de 49 anos, foi nomeado chefe das Forças de Defesa, despertando especulações de que Museveni está preparando seu filho mais velho para sucedê-lo na presidência. Kainerugaba já indicou interesse em concorrer à presidência nas eleições de 2026, apesar de negar planos de aspirar ao cargo mais alto.

Recentemente, o filho do presidente tem realizado comícios pelo país, violando uma lei que proíbe oficiais do exército de se envolverem em política partidária. Mas frequentemente se envolveu em discussões controversas, causando dores de cabeça diplomáticas para Uganda. Além disso, Kainerugaba alega que suas atividades, incluindo o lançamento do grupo ativista Liga Patriótica de Uganda, são apartidárias. 

Museveni, no poder há 38 anos, não tem rivais significativos e muitos acreditam que o exército poderá influenciar na escolha de seu sucessor. Apoiadores de Kainerugaba defendem que sua ascensão oferece uma oportunidade para uma transferência pacífica de poder, enquanto críticos temem a instauração de uma regra hereditária.

Contudo, apesar de negarem um plano de ascensão política, a nomeação de Kainerugaba como chefe do exército sugere uma possível transição em andamento. A posição do filho de Museveni como herdeiro do trono tem sido evidente para muitos ugandenses, apesar de o governo ter adotado uma postura severa contra qualquer discussão sobre o assunto.

Fonte: Al Jazeera [Peter Busomoke/AFP]

FONTE:https://www.aljazeera.com/news/2024/3/22/ugandas-president-museveni-promotes-son-to-army-chief

As Barragens de Areia como uma Solução Inovadora para a Crise Hídrica no Quênia

25/03/2024

Por: Anna Cecília de Souza Rodrigues

Visando superar a crise hídrica, os cidadãos do Quênia estão construindo barragens de areia para captar água dos rios sazonais, que transbordam uma vez por ano e são vitais para o abastecimento das comunidades ribeirinhas. Essas estruturas retêm a água, permitindo que o leito do rio a absorva e evitando sua rápida evaporação.

Essas barragens desempenham um papel crucial ao fornecer água para as populações locais, evitando longas jornadas de até sete quilômetros até as nascentes, esse deslocamento pode ser perigoso devido ao terreno rochoso que pode causar quedas durante a caminhada. É importante destacar, que o abastecimento de água é importante para saúde da população e contribui para a irrigação das terras agrícolas e pecuárias.

Um exemplo acerca disso, é que apenas 5% da população do condado de Makueni tinha acesso a água limpa canalizada em 2022, e agora com a construção dessa barragem grande parte da população será beneficiada com o abastecimento hídrico.

No entanto, cientistas destacam a importância da escolha criteriosa dos locais para construir as barragens, a fim de garantir um fornecimento de água estável e evitar impactos negativos.

Portanto, as barragens de areia representam uma solução inovadora e vital para enfrentar a crise hídrica no Quênia, proporcionando acesso à água potável e aumento da qualidade de vida da população e evitando longas jornadas em busca de recursos hídricos.

Fonte: The Associated Press [AP Photo/Brian Inganga]

FONTE:https://apnews.com/article/kenya-sand-dam-makueni-kitui-machakos-climate-5c40665cc199f3ea2ec2d9594ef9cf9a

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