Clipping Chifre da África #56

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1/5 Etiópia declara estado de emergência para conter avanço do coronavírus.

Por Lorrayne Figueredo Batista em 08 de abril de 2020

Através do gabinete do seu primeiro-ministro, Abiy Ahmed, a Etiópia declarou no dia 08 de abril, estado de emergência para ajudar na contenção do Covid-19. O estado de emergência é um termo utilizado em situações extraordinárias, nas quais determinado Estado declara estar encarando uma ameaça direta com potencial para ameaçar a estabilidade do país, seja de origem natural, salutar (pandêmica ou epidêmica) ou de guerra. Nesse caso, o governo pode adotar algumas medidas que normalmente não seriam permitidas, dando mais poderes de atuação às autoridades, com graus variantes de país para país. Ademais, as decisões devem ser proporcionais à gravidade da situação de emergência, levando em consideração a área de aplicação e a duração. Embora cada constituição defina suas próprias práticas, as normas internacionais fornecem informações e aconselhamentos úteis, e entre eles, podem estar inclusos o toque de recolher, o impedimento de reuniões em massa e aglomerações e o bloqueio de espaços públicos. Em frente à pandemia do novo coronavírus, Estados como Estados Unidos, Tailândia, Nova Zelândia, Venezuela e Portugal declararam o estado de emergência, e após duas mortes e 55 casos serem confirmados em seu território, a Somália também aderiu à medida. O país emergente, que tem mais de 100 milhões de habitantes e possui sistema de saúde deficitário, demonstrou preocupação em relação ao agravamento da pandemia dentro de suas fronteiras, o que foi ao encontro das confirmações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que alerta para que respostas rápidas à pandemia sejam tomadas, podendo evitar a morte de milhares e diminuir a contaminação no território.

Fonte: UOL e Khmer Times 

Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/04/08/etiopia-declara-estado-de-emergencia-para-conter-avanco-do-coronavirus.htm/> e <https://www.khmertimeskh.com/707167/what-does-it-mean-when-a-country-declares-a-state-of-emergency/&gt;.

 

2/5 Ataques aéreos das forças estadunidenses mataram um dos líderes do grupo al-Shabab na Somália

Por Luana Paris Bastos em 07 de abril de 2020

A forças aéreas estadunidenses divulgaram na no dia 07/04 que seus ataques realizados dia 02/04,  na região de Bush Madina na Somália, resultaram na morte de um importante líder do grupo jihadista ligado à Al-Qaeda, Al-Shabab, Yusuf Jiis. Um dos fundadores do grupo, ele era considerado o responsável pelo controle de diversos ataques, incluindo os realizados contra a capital, Mogadishu. Outros dois membros do Al-Shabab também morreram nesse mesmo ataque. Além dessas três mortes, cinco outras já haviam sido contabilizadas em um ataque no dia 30/03, comentado no clipping do Chifre da África #55. Mesmo com a adversidade gerada pelo COVID-19, o Comando dos Estados Unidos para a África (AFRICOM) considera esse um momento crítico já que grupos extremistas, como Al-Qaeda, Al-Shabab e ISIS, afirmaram ver uma oportunidade de avançar em suas agendas e, por isso, os EUA permanecem com seus ataques. Esses ataques são, em sua maioria, realizados remotamente por meio de drones, e, apesar da AFRICOM não publicar a ocorrência de mortes de civis, a Anistia Internacional alerta sobre essa possibilidade e também se posiciona para garantir a investigação dessas ocorrências. Apesar dos ataques não serem novidade no território da Somália, sua frequência e a tensão sobre os prejuízos causados à sociedade civil podem permitir uma escalada no conflito, que consiste na intensificação das ações de uma ou ambas as partes com o intuito de alcançarem os interesses próprios. Os lados envolvidos nesse caso são os defensores dos direitos humanos, que poderiam levar os casos de ataques a civis para níveis internacionais e envolver outros Estados, e os Estados Unidos, que, tendo como prioridade dizimar as atividades terroristas, insistiriam em atacar esses grupos. O aumento desses ataques na Somália durante o governo Trump é tratado na chamada abaixo. 

Fonte: The Washington Post

Disponível: <https://www.washingtonpost.com/world/africa/us-says-airstrike-in-somalia-kills-an-al-shabab-leader/2020/04/07/4bf1c0b4-78cf-11ea-a311-adb1344719a9_story.html>.

 

3/5 Represa do Nilo ainda causa desavenças, apesar de pausa mundial pelo COVID-19

Por João Lucas Gomes em 08 de abril de 2020 

O dia primeiro de abril, marcou o nono aniversário do início das obras da Hidrelétrica Grande Renascença da Etiópia (GERD, em inglês), e por declarações primeiro ministro sobre o projeto, ao afirmar que a hidroelétrica estará pronta em julho. Ele também disse que: “a pandemia do coronavírus não irá nos impedir de completar o projeto”, chamando o GERD de um símbolo de “soberania e unidade nacional”.

A decisão etíope de prosseguir com a construção da represa levou a um aumento das já altas tensões com o Cairo, e a pedido do Egito o tema foi levado aos Estados Unidos da América para mediação. Mas, após uma falha em mediar as negociações do governo de Washington, que foi interpretada como desinteresse, e mesmo como favoritismo pelo governo da Etiópia, após o presidente dos EUA declarar o problema resolvido quando o Egito apresentou sua primeira proposta, o assunto foi novamente centralizado entre os três principais envolvidos, Egito, Etiópia e Sudão, com ênfase nos dois primeiros. Agora, com o tema novamente sem mediador direto o GERD é palco para diversos discursos e temáticas em um ambiente tenso.

Fonte: The African Report é uma uma das mais tradicionais revistas de temas africanos.

Disponível: <www.theafricareport.com/25874/nile-dam-still-raging-despite-global-pause-for-covid-19/amp/>.

 

4/5 Grupos de direitos humanos pedem que o governo libere Ciham Ali Ahmed e outros detidos em meio a temores de um surto de coronavírus

Por Gabriela Vieira em 12 de abril de 2020

Em meio à pandemia do COVID-19, grupos de direitos internacionais, como a Anistia Internacional, pedem que a Eritréia liberte presos políticos, sob a afirmação de que as condições em que se encontram as prisões deixaria esses indivíduos mais suscetíveis ao contágio. A Eritréia tem um histórico de prender diversas pessoas por exercerem seu direito de expressão, como opiniões políticas e determinadas práticas religiosas. Nesse cenário, os grupos de direitos humanos pedem a liberdade de Ciham Ali Ahmed, que foi presa após tentar fugir do país quando seu pai desertou e foi exilado no governo do presidente Isaias Aferwerki. Oito anos após sua prisão, ainda não se sabe nenhuma notícia dela, nem as condições a que está sendo mantida. As famílias dos presos políticos, juntamente com ativistas da Eritréia, pedem que pessoas que tenham sido presas por exercer seus direitos de expressão tenham sua liberdade novamente, com a justificativa de que com a atual crise da saúde, esses detidos precisariam de comida, água e cuidados médicos adequados, o que não seria possível nas prisões. Até a data da publicação da notícia, no dia 03 de Abril de 2020, a Eritreia já havia registrado 22 casos confirmados da doença infecciosa, e o continente Africano já tinha um número de 280 mortos, esses dados tiveram projeção de grande piora por conta da grande quantidade de sistemas de saúde frágeis na África. 

Fonte: Aljazeera

Disponível em: <https://www.aljazeera.com/news/2020/04/eritrea-urged-free-political-prisoners-covid-19-threat-200403142542016.html&gt;.

 

5/5 Ataques de drones dos EUA na Somália aumentaram sob administração Trump

Por Matheus Felipe Carvalho Fonseca em 12/04/2020

Os recentes ataques nas regiões de Xawaaalo e Bush Madina, que resultaram na morte de integrantes do grupo jihadista Al-Shabab, demonstram que os ataques estadunidenses por meio de drones estão se tornando cada vez mais comuns na Somália. Segundo o think tank New America, nos últimos 6 meses os EUA realizaram 235 ataques aéreos no país em questão, sendo que em 42 foram empregados drones. Este número tem crescido a cada ano. Em 2016, durante a administração Obama, foram realizados 13 ataques com aeronaves não tripuladas em território somali. No entanto, nos últimos três anos, depois que Trump chegou ao governo, este tipo de ataque tem se tornado mais frequente, atingindo um total de 55 em 2019. Isto significa, como demonstrado por documentos secretos acessados pelo The Intercept, que no ano passado ocorreu aproximadamente um ataque por semana na Somália. Estes ataques geralmente partem de bases aéreas localizadas em solo queniano, onde há aproximadamente 300 soldados e empreiteiros militares dos EUA. Além do Quênia, outros quatorze países ou territórios africanos abrigam forças estadunidenses, evidenciado a presença militar do país na África, que se concentra especialmente no Sahel e no Chifre do continente. 

Fonte: Daily Nation – Periódico de maior circulação no Quênia

Disponível em: <https://www.nation.co.ke/news/How-Trump-aided-US-drone-operations-in-Somalia/1056-5521694-fbq1qhz/index.html&gt;.

 

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