Sofia Dolabela
Caracterização Física
O Senegal situa-se na costa da África Ocidental e faz fronteira ao norte com a Mauritânia, ao sul com a Guiné Bissau e Guiné Conacri, ao leste com o Mali e ao oeste com o Oceano Atlântico. Senegal também tem a Gâmbia engastado no interior de seu território. A capital é a cidade de Dakar e o território nacional compreende 196.722 quilômetros quadrados, além de possuir 15.736.368 habitantes, aproximadamente.

O país tem quatro grandes rios que correm em seu território: o Senegal, o Saloum, o Casamance e o Gâmbia. O primeiro é o maior deles, com um comprimento de 1.750 km, que nasce no Guiné e penetra o Senegal na cidade de Diougountourou, sendo navegável dependendo do período do ano. O Rio Gâmbia, por sua vez, recebe este nome por atravessar o país vizinho de mesma nomenclatura e chega ao Senegal por sua parte oriental. Já o Rio Casamance, se diferencia dos demais por possuir uma largura de 320 metros e percorrer por longas áreas de planície, navegável da voz até o porto de Ziguinchor, sujeito ao regime das marés.
Por causa de sua posição geográfica em zonas de mudança climática, semiárido e tropical), o Senegal possui um clima quente e úmido, tendo sua temporada chuvosa entre os meses de maio e novembro, e a temporada seca entre dezembro e abril, em que ocorrem ventos quentes e secos. O relevo do país é, em sua maioria, plano e baixo. No oeste, encontram-se platôs e alguns planaltos e, ao leste, há algumas montanhas de pouca altitude. O Senegal possui três tipos de vegetação, os estepes predominam em grande parte do norte do país, enquanto a savana é encontrada na região central e pode ser dividida em duas categorias: a savana de árvores com arbustos e savana arborizadas. Na costa sul, encontram-se os mangues e palmeirais.


Árvore Baobá em paisagem savânica. Fonte: https://escola.britannica.com.br/artigo/Senegal/482481
Caracterização histórica cultural
Há quase mil anos, o povo tuculor habitava o território que hoje compreende o Senegal, enquanto, na mesma época, os berberes, provenientes do Norte, difundiram a religião muçulmana na região, e os uolofes também estabeleceram reinos próprios. Segundo o historiador árabe Al-Bekri, o reino de Tekrour foi fundado naquela região nas primeiras décadas da era cristã e, posteriormente, a população do reino foi convertida ao islamismo devido ao contato com as tribos do norte africano.
No século XV, houve o primeiro contato da população local com europeus – especificamente os portugueses. Mais tarde chegaram os dinamarqueses, os ingleses e os franceses. A região do Senegal foi um importante ponto de tráfico de escravos, marfim, ouro e outros materiais vegetais. No século XVII, os franceses se estabeleceram na foz do rio Senegal para fins comerciais, transformando o local na cidade de Saint Louis. O território do Senegal tornou-se, oficialmente, parte da colônia África Ocidental Francesa a partir de 1895, o que intensificou sua ocupação efetiva pelos colonizadores. No ano de 1946, o país passou a ser considerado território ultramarino da França. Anos mais trade, em 1958, o Senegal passa a ser considerado república autônoma e, no ano seguinte, com o apoio da metrópole, uniu-se ao Sudão Francês (atualmente Mali) com o objetivo de unir-se à formação da Federação do Mali, que proclamou sua independência em 1960. No entanto, no mesmo ano, a ligação entre o Senegal e a Federação do Mali teve fim, o Senegal proclama sua independência após lutas separatistas que ocorriam desde o século XIX, com Léopold Senghor como primeiro presidente.
Em 1982, o Senegal e a Gâmbia se uniram, formando a Senegâmbia, porém esta união foi desfeita em 1989, gerando uma série de manifestações favoráveis à separação do território de Casamance, região sul do Senegal, separada do restante do país pela faixa de terra que compreende a Gâmbia. Sem sucesso de separação, os rebeldes assinaram um acordo de paz com o governo senegalês em 2004, porém alguns rebeldes continuam a lutar descumprindo o acordo de paz. Em 2012, o presidente Mackey Sall assumiu o comando do país e retomou as negociações de paz acerca desta questão, o que levou à declaração de cessar-fogo por parte dos rebeldes em 2014.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Guillaume_Delisle_Senegambia_1707.jpg
Como consequência da colonização francesa, a língua oficial do país é o francês, embora também sejam falados os dialetos locais Uolofes, Pular, Jola, Mandinka, Serer e Soninke, devido à variedade de grupos étnicos presentes no país. O maior destes grupos são os uolofes (43%), seguidos dos fulas e toucouleurs (24%) e dos serers (14%). Além disso, aproximadamente 95% da população do país é muçulmana, embora o Senegal seja um estado laico (CIA, 2020).
Caracterização Política econômica
O Senegal é uma república presidencialista onde o voto é universal e para maiores de 18 anos. Desde a independência, em 1960, o Senegal foi governado pelo Partido Socialista do Senegal, primeiro sob comando do presidente Léopold Senghor, seguido por Abdou Diouf. O partido esteve no poder por 40 anos, até que, em 2000, Abdoulaye Wade, do Partido Democrático Senegalês, de perfil liberal, foi eleito presente, sendo reeleito em 2007. Atualmente, o presidente do país é Macky Sall, eleito em 2012 e reeleito em 2019, do partido Aliança pela República (APR). Macky Sall era companheiro de partido do presidente anterior, Wade, mas decidiu fundar seu próprio partido após desentendimentos com este (CIA, 2020).
Em 2016, foi realizado um referendo que determinou a redução do mandato presidencial de 7 para 5 anos, podendo haver uma reeleição. Esta regra não valeu para o primeiro mandato de Sall e entrou em vigor no mandato atual, que deve se encerrar em 2024. Além disso, em 2019, a Assembleia Nacional aprovou a abolição do cargo de primeiro ministro, decisão criticada pela oposição e por parte da sociedade civil, que alegou que isto causaria concentração de poder no Executivo em detrimento do Legislativo e Judiciário.
A economia do Senegal é baseada nos setores de mineração, construção, turismo, pesca e agricultura, e as principais fontes de emprego se encontram nas áreas rurais. Suas exportações baseiam-se nos produtos agrícolas, peixes e minério e são direcionadas, majoritariamente, ao Mali, Suíça, Índia, Gâmbia e Espanha. As importações de bens capitais, por sua vez, são provenientes da França, China, Nigéria, Índia, Holanda e Espanha. O país é bastante dependente de doações, assistência internacional e investimento estrangeiro direto. Seu PIB compreende 24,13 bilhões de dólares, segundo dados de 2018 (CIA, 2020). O Senegal possui um Índice de Desenvolvimento Humano considerado baixo (0.514, segundo dados de 2018) e taxa de urbanização de 41% (dados de 2006). No entanto, é considerada uma das democracias mais estáveis do continente africano e tem uma longa história de participação internacional em missões de peacekeeping e em mediação regional (CIA, 2020).
REFERÊNCIAS
AMF. Appel À Projets France – Sénégal 2015. Paris, 13 ago. 2015. Disponível em: https://www.amf.asso.fr/documents-appel-projets-france-senegal-2015/13746. Acesso em: 20 mai. 2020.
CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The World Factbook 2020: Africa Senegal. 20 mai. 2020. Disponível em: https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/sg.html Acesso em: 21 mai. 2020
EDUSENEGAL. O “Sistema da Educação” no Senegal: História. 2009. Disponível em: https://edusenegal.wordpress.com/historia/. Acesso em: 20 mai. 2020
INTERNATIONAL MONETARY FUND. Report for Selected Countries and Subjects. Jan. 2019. Disponível em: https://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2018/02/weodata/weorept.aspx?pr.x=52&pr.y=7&sy=2016&ey=2019&scsm=1&ssd=1&sort=country&ds=.&br=1&c=722&s=NGDPD%2CPPPGDP%2CNGDPDPC%2CPPPPC&grp=0&a=. Acesso em: 20 mai. 2020.
Senegal. In Britannica Escola. Web, 2020. Disponível em: https://escola.britannica.com.br/artigo/Senegal/482481. Acesso em: 20 mai. 2020.
TPE. Maraîchage Dans la Zone des Niayes. Disponível em: http://tpe-niayes.e-monsite.com/pages/sommaire/introduction/. Acesso em 22 mai. 2020.
UNDP. Human Development Report 2019. Beyond income, beyond averages, beyond today: Inequalities in human development in the 21st century. Nova Iorque, 2019. Disponível em: http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr_2019_overview_-_english.pdf. Acesso em 20 mai. 2020.
WEBARCHIVE. História da República do Senegal. 21 dez. 2010. Disponível em: https://web.archive.org/web/20110522214147/http://www.girafamania.com.br/africano/materia_senegal.html. Acesso em 20 mai. 2020.