Costa de Marfim recebe os refugiados de Burkina Faso
15/04/2023
Por Aline Almeida Santos
O presidente Alassane Ouattara recebeu mais uma vez os refugiados da Burkina Faso na Costa de Marfim. Desde 2015, Burkina Faso vem passando por instabilidades políticas. O país sofreu golpes de Estado e constantes ataques terroristas jihadistas. O número de refugiados chega a 18 mil, muitos deles estão espalhados pela África e até mesmo na França.
Os refugiados chegaram por duas vias de trânsito, uma pelo norte, na cidade de Ouangolodougou, e outra pelo nordeste, na cidade de Bouna. O presidente Alassane Ouattara, que foi elogiado pela ONU por investigações de abusos dos Direitos Humanos na Costa de Marfim, se solidarizou com o país vizinho e os acolheu. O pacto foi feito com o atual líder interino de Burkina Faso, Ibrahim Traoré, que se propôs em manter a unidade e a paz no país. Traoré chegou ao poder através de um golpe, ele declara que o último líder interino, Paul Henri Damíba, não conseguiu êxito em deter os jihadistas. A União Africana declarou o ato como inconstitucional, porém pediu para as Forças Armadas do país não agissem com violência.
Entre os dias 3 e 7 deste mês, Burkina Faso teve um confronto com os jihadistas nas cidades do centro-norte do país: Mané, Dori, Kourakon e Tonsobi. Esse conflito acabou com 44 mortos e alguns feridos.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, ciente da situação de Burkina Faso, anunciou, em fevereiro, ter zerado os pedidos de refúgio do Afeganistão, de Mali, de Burkina Faso, do Iraque e da Síria que estavam pendentes. No total de 645 solicitações desses países foram aceitas pelo Comitê Nacional para os Refugiados – Conare.
Fonte: Jornal Estado de Minas
Chade: o uso de tecnologia pelo ISWAP pode prolongar a violência na bacia do Lago Chade
16/04/2023
Por Ana Júlia da Silva Rosa
O Institute for Security Studies (ISS) realizou um pesquisa que expõe que a Província da África Ocidental do Estado Islamico (ISWAP) está em processo de testagem de drones de entregas que podem ser usados para carregar explosivos visando ataque na região da Bacia do Lago Chade, movimento esse que ameaça não somente os alvos militares, mas que também pode ser prejudicial para a prestação dos serviços humanitários. Ademais, essa adaptação na estratégia do ISWAP pode ser vista como consequência do elevado número de mortes e da redução significativa do seu espaço de operação resultados dos confrontos que eles tiveram com a facção Boko Haram Jama’atu Ahlis-Sunna Lidda’Awati Wal-Jihad (JAS) e com os militares nigerianos.
Outrossim, até o momento da realização da pesquisa pelo ISS o uso dos drones estavam sendo realizados para fins de vigilância, comunicação e propaganda, que tem como objetivo propragar a imagem do ISWAP como um grupo jihadista que obtem exito nos seus feitos, estimular novos recrutas e gerir as relações que possui com outros grupos extremistas. Além disso, o funcionamento da equipe responsável por cuidar desse departamento é escolhido dentro do grupo e aprende sobre as funções básicas dos equipamentos para poder operar. Doravante, a comunicação do ISWAP com os outros grupos e com o Estado Islâmico é depende da internet via satélite de alta velocidade o que já gerou custos com dados de, aproximadamente, US$ 6.000 por mês.
Por fim, uma preocupação é o possível envolvimento do ISWAP e outros grupos extremistas com crimes cibernéticos. As autoridades devem se preparar para enfrentar esse possível futuro problema por meio, inicialmente, de investimento em tecnologia e maior cooperação com as empresas de tecnologia tendo como objetivo impedir que o ISWAP tenha acesso às suas plataformas, serviços ou produtos. Uma outra medida seria a de prejudicar financeiramente o grupo, ou seja, forçá-los a sair da sua atual localização, pois isso impediria que o ISWAP tivesse acesso a sua principal fonte de receita. Sendo assim, impossibilitar o acesso à tecnologia também impossibilita o planejamento e execução de ataques, além de inibir a propagação de propagandas e o recrutamento. Ações essas que reduzirão os prejuízos causados pelo ISWAP aos civis e trabalhadores que prestam serviços humanitários na Bacia do Lago Chade.
Fonte: All Africa
“Lei Tshiani” fomenta desunião entre congoleses
16/04/2023
Por Lorenna de Oliveira Silva
A “lei Tshiani” se refere a um projeto de lei que estabelece que apenas cidadãos com filiação congolesa poderão concorrer à magistratura suprema e ocupar cargos políticos como: primeiro ministro, presidente da Câmara de Deputados e Senado. Tal projeto de lei recebe esse nome, pois faz referência ao candidato, Noel Tshiani, que concorreu à presidência em 2018 na República Democrática do Congo. Em julho de 2021, houve uma tentativa de aprovação do projeto que falhou. No entanto, nesse ano, apoiadores da proposta colocaram em pauta o assunto e conseguiram sua inclusão no atual programa da sessão parlamentar na câmara baixa do Parlamento, o que, por conseguinte, promoveu respostas adversas, visto que, em 2021, o projeto de lei foi responsável por protestos.
Os manifestantes contam com a Associação de Métis no Congo (ASMECO), que chegou a organizar uma manifestação em frente à sede do Parlamento congolês. Essas contestações eram por considerar o projeto de lei discriminatório e injusto, uma vez que acreditam que é prejudicial a uma categoria de congoleses. Logo, a desaprovação da lei pelos deputados é necessária para preservação da convivência harmônica e prevenção de conflitos entre a população. Ademais, a Igreja Católica se pronunciou contra o “lei Tshiani”, levando o assunto para o órgão supremo dos bispos, chamado de CENCO (Conferência Episcopal Nacional do Congo) e o secretário geral do órgão deu ênfase para o perigo no que diz respeito a ameaça da paz social. Também, há indignação por parte de políticos como Mike Mukebay, deputado provincial e membro do partido Moise Katumbi, que diz ser inadmissível tal lei.
Outrossim, acredita-se que essa não deveria ser a maior preocupação dos congoleses, pois o país tem inúmeros problemas, mesmo sendo um dos países com grandes recursos. Dessa maneira, tem-se a percepção que a preocupação política deve ser focada no bem-estar congolês, principalmente, após os grandes grupos de rebeldes que se encontram no país terem provocado mortes e desastres. Logo, a atenção aos problemas mais essenciais ficam de lado, enquanto se perde tempo com divergências que promovem cada vez mais conflitos entre a população.
Fonte: Afrik
O negócio duvidoso de uma fábrica chinesa na Gâmbia
18/04/2023
Por Camila Gomes Barroso
Os investimentos provenientes da China, bem recebidos pelo governo da Gâmbia, estão causando transtorno para uma comunidade de pescadores que alega que uma fábrica de farinha de peixe de propriedade chinesa está atrapalhando a vida dos mesmos na região litorânea. Segundo Buba Cary, um pescador de Gunjur, uma pequena cidade costeira no sudoeste da Gâmbia, “Antes da fábrica vir para cá havia muito peixe no mar. Se quiser peixe [agora] tem de atravessar a fronteira para o Senegal ou Guiné-Bissau” (BBC, 2023).
Por muitos anos, a indústria de farinha de peixe levantou questões sobre sustentabilidade, dentre as espécies pescadas em grandes quantidades de peixe, estão a sardinha e bonga, que representam pelo menos metade do consumo total de proteínas da Gâmbia. A organização não-governamental holandesa Changing Markets Foundation descobriu que a maior dessas fábricas de farinha de peixe foi responsável por 40% de toda a pesca da Gâmbia durante um ano. Além disso, o óleo e a farinha de peixe são produzidos e exportados, possuem como principal destino a China e a Europa.
Em 22 de maio de 2017, cerca de um ano após a inauguração da fábrica de farinha de peixe, a lagoa em Bolong Fenyo – uma reserva de vida selvagem próxima – encheu-se de peixes mortos e ficou com uma coloração vermelha. Algumas pessoas na comunidade em Gunjur ainda estão preocupadas com os padrões de poluição de resíduos. Ademais, vários pescadores e operários disseram que tiveram problemas de pele depois de entrar no mar perto da fábrica.
Fonte: BBC News
Insegurança no Golfo da Guiné
19/04/2023
Por Julia Araujo de Oliveira
O Golfo da Guiné possui robusta importância tanto para a África quanto para a segurança energética ocidental. Nesse sentido, tem-se que 70% do petróleo e do gás natural de todo o continente africano se encontram nessa região. Além disso, a proximidade desse local com dois dos mais notáveis consumidores de energia do mundo, a América do Norte e a Europa Ocidental, oferece a eles diversificação na importação de hidrocarbonetos, além da redução de custos de transporte. Dessa forma, observa-se que o Golfo da Guiné é essencial.
Além disso, é visto que a região se tornou vulnerável, uma vez que sua segurança é insuficiente, desse modo, se tornou, portanto, o centro do crime marítimo. Assim, esse fator não só gera insegurança no comércio marítimo, como também ameaça as comunidades costeiras. Dessa forma, é necessário que haja a atualização das estratégias de combate ao crime na região, de forma que novos riscos e novas atividades ilícitas no Golfo da Guiné sejam acrescentados, como a pesca ilegal e o aumento do narcotráfico.
Fonte: O Democrata