Ativista aponta falta de investimento para avanço de equidade de gênero em Moçambique
Data: 26/03/2024
Por Carolina Iglezias Tobias
Em Moçambique, a falta de investimento para implementar políticas de gênero é apontada pela ativista local Whitney Sabino. Ela destaca que a equidade de gênero não será possível se as barreiras sociais, políticas e econômicas, advindas de normas sociais e baixo financiamento, persistirem; enquanto que o machismo e o patriarcado continuam sendo “autofinanciados”.
Em Cabo Delgado estão sendo realizadas iniciativas de capacitação e a criação de espaços para o empoderamento feminino. É uma das regiões mais afetadas pela falta de proteção dos direitos das mulheres e meninas, conflitos e consequências dos desastres climáticos.
Além do financeiro, Whitney Sabino afirma que o país precisa investir na proteção dos direitos humanos de mulheres e meninas, que foram muito afetadas pelos ciclones e sofrem violência em suas diversas formas baseada no gênero. Contudo, a ativista aponta que as conquistas feministas em Moçambique “são sonhos que vão se tornando realidade”.
Em 2022, a ONU reconheceu o país por ter alcançado igualdade em cargos ministeriais, como na Assembleia da República, em que 42% dos cargos são ocupados por deputadas atualmente. No entanto, o trabalho de parceiros humanitários segue sendo essencial para responder à crise no norte do país. Segundo dados da ONU, Moçambique precisa de financiamento adicional para a resposta humanitária desejada, além de estar enfrentando tempestades, grandes crises de deslocamentos e ondas de violência.
Fonte: ONU News
Fonte: Unfpa Mozambique/ Mbuto Machili
Embaixadas de Botsuana e Zâmbia desejam explorar avanços tecnológicos brasileiros na pecuária
Data: 26/03/2024
Por Kíria de Sá Ferraz Pereira
As embaixadas da República do Botsuana e da Zâmbia no Brasil estão interessadas em explorar as tecnologias brasileiras na produção de gado para melhorar as indústrias de carne bovina e pecuária em seus países. Durante uma visita da embaixadora designada de Botsuana no Brasil, Benetia Tumelo Chingapane, o embaixador da Zâmbia no Brasil, Glyne Michelo, destacou o potencial de ambos os países adquirirem conhecimento valioso do Brasil, que se tornou um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do mundo.
Michelo ressaltou o avançado sistema de manejo de pastagens do Brasil, as técnicas de criação de animais e as medidas de controle de doenças, incluindo vacinação regular e controle de parasitas, que levaram à erradicação de doenças como a febre aftosa, ainda um desafio em Botswana e na Zâmbia. A embaixadora Chingapane expressou o desejo de colaborar com a Zâmbia para adquirir práticas agrícolas eficientes, avanços tecnológicos e inovações para melhorar a produção de carne bovina em ambos os países.
Os embaixadores apelaram a uma maior unidade entre os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e pelo estabelecimento de plataformas de investimentos conjuntos no Brasil para criar um destino unificado de comércio e investimento na regiãol. O Brasil possui 234,4 milhões de cabeças de gado, sendo o maior exportador mundial de carne bovina e o segundo maior produtor após os Estados Unidos da América.
Fonte: Diplomacia Business
Fonte: Embaixada da Zâmbia
Zimbábue declara estado de calamidade após seca generalizada
Data: 03/04/2024
Por Nicole Caires Bolivar
No dia 3 de abril, o presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, declarou estado de calamidade no país devido à seca induzida pelo El Niño e anunciou a necessidade de angariar um contingente financeiro de aproximadamente US$ 2 bilhões para assistência humanitária.
O fenômeno climático natural El Niño comumente afeta o nível pluvial no sul do continente africano, mas em 2024 a região registrou a pior seca das últimas décadas. A África Austral tem enfrentado problemas causados por distribuição pluviométrica desigual, levando a enchentes e secas.
A produção de alimentos no Zimbábue vem sendo largamente afetada, gerando problemas de abastecimento, visto que mais de 60% da população do país vive em áreas rurais e cultiva seu próprio alimento. Outrora considerado uma potência agrícola regional, o país atualmente depende da ação de organizações de ajuda humanitária para reduzir a fome gerada por desastres climáticos.
As diferentes consequências geradas pelos choques climáticos extremos na África Austral têm intensificado a crise de fome. Entretanto, apesar de ser considerada como uma região extremamente vulnerável a desastres climáticos, seus países representam uma fração muito pequena das emissões globais totais de CO2. Somado a isso, os governos convivem com a falta de recursos necessários para mitigar os efeitos da situação e amenizar ocorrências futuras.
Fontes: Africanews e AllAfrica (1), (2), (3), (4)
Fonte: © Zinyange Auntony / AFP/File
Malawi vai administrar a PrEP injetável que previne a infecção pelo HIV/AIDS
Data: 04/04/2024
Por Bruna Monteiro da Silva
Malawi decidiu introduzir a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) injetável como uma medida de prevenção ao HIV. Com essa ação, o Malawi se junta à África do Sul e ao Zimbábue, tornando-se o terceiro país na África a oferecer essa opção de prevenção ao HIV.
A PrEP injetável é uma forma de prevenção que usa uma injeção de um remédio chamado Cabotegravir. Esse medicamento age por um longo período e pertence a um grupo de remédios que combatem o HIV, bloqueando um processo que o vírus usa para se multiplicar. Es estudos mostraram que essa injeção reduz em média 90% as chances de uma pessoa se infectar quando exposta ao HIV.
Segundo informações divulgadas pela imprensa malawiana, os Estados Unidos doaram 9 mil doses da PrEP injetável para o Malawi, com o objetivo de ajudar na introdução da medida. De acordo com as orientações, as doses devem ser administradas a cada 2 meses, a fim de garantir uma proteção do organismo ao vírus por mais tempo.
A fase experimental será realizada inicialmente nas cidades de Blantyre e Lilongwe, que são áreas com altas taxas de infecção pelo HIV. Segundo Rose Nyirenda, diretora do Departamento de HIV, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde do Malawi, após a fase inicial nessas áreas críticas, o plano é expandir a distribuição das injeções para 41 unidades de saúde em todo o país.
Fonte: Catherine Falls Commercial/Getty Images
Botsuana ameaça enviar hordas de elefantes à Alemanha
Data: 04/04/2024
Por Thainá Carmo
Pela segunda vez no ano, o presidente de Botsuana, Mokgweetsi Masisi, ameaçou enviar elefantes à Europa. A primeira ocorreu em março, quando afirmou que enviaria milhares de elefantes para preencher um dos parques de Londres. Agora, afirmou que enviaria 20 mil à Alemanha.
As ameaças aconteceram após o Reino Unido e Alemanha anunciarem que estão ponderando uma limitação à importação de troféus de caça devido a preocupações com a caça furtiva, o que ocasionou a retaliação da nação africana. Vale explicitar que a Alemanha é o país que mais importa troféus por caça e Botswana o país com a maior população de elefantes do mundo (cerca de 130 mil).
Devido às essas declarações dos países europeus, líderes políticos de Botswana afirmam que limitar a importação desses troféus geraria graves prejuízos à economia do país, pois reduziria a receita gerada pelos safaris. Além disso, campanhas de conservação levaram a um crescimento considerável da população de elefantes e a caça seria uma forma importante de controle dessa população.
Já houve banimento de troféus de caça em Botswana em 2014, mas em 2019 a decisão foi revogada devido às cobranças das comunidades que dependem da renda gerada por caçadores internacionais. Além disso, o aumento da população de elefantes no país tem causado grandes estragos, como a danificação de casas, plantações, fontes de água, além de mortes de pessoas pisoteadas. Com esses problemas enfrentados pelo país, Masisi afirma que é fácil para essas nações europeias opinarem nas questões da caça estando tão longe, mas para Botswana há um preço a pagar pela preservação desses animais.
Fonte: AfricaNews
Fonte: Gueterguni/Getty Images
Zimbábue anuncia nova moeda em meio a desvalorização e inflação que aumentam no país
Data: 06/04/2024
Por João Victor Maldonado
O governo do Zimbábue lançou uma nova moeda para substituir a antiga que vinha sendo atingida pela depreciação e rejeitada pela população. As autoridades esperam que a nova moeda possa encerrar um ciclo monetário que vem agravando a crise econômica do país.
O Banco Central anunciou que o novo nome da moeda é Zig e será ancorada nas reservas de ouro junto com uma cesta de moedas estrangeiras. Zig entra em vigor no dia 8 de abril, no lugar do Dólar do Zimbábue, que sofria forte pressão e era uma das moedas com piores desempenhos do mundo. Em janeiro deste ano, a moeda perdeu mais 70% do seu valor, a inflação no país aumentou de 26,5% em dezembro de 2023 para 34,8% em janeiro de 2024, chegando a 55,3% em março, segundo dados oficiais.
O anúncio é o mais recente de várias medidas cambiais que o país vem implementando desde o colapso da sua antiga moeda em 2009, quando foi obrigado a emitir notas de 100 bilhões de Dólares do Zimbábue. Na ocasião, o Zimbábue abandonou sua moeda e introduziu o dólar americano como moeda oficial, retomando apenas em 2016 com uma moeda oficial, marcando o início de outra estabilidade cambial que levou o país a proibir o uso de moeda estrangeiras em transações comerciais internas.
Fonte: Africa News