Texto Conjuntural: Cone Sul #4 – Buenos Aires mais global do que nunca

Buenos Aires mais global do que nunca:

Buenos Aires sede do G20 vai receber no final de novembro o maior número de chefes de estado do mundo nos 200 anos da história argentina.

Letícia Borges – (Novembro 2018)

A capital argentina irá sediar no dia 30 de novembro e 1º de dezembro deste ano a cúpula de líderes do G20, que reúne a União Europeia mais 19 países, tanto desenvolvidos como emergentes, e contará com os principais líderes políticos mundiais, como os presidentes Donald Trump (Estados Unidos), Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China), além de Michel Temer.

O Grupo dos 20, ou G20, é um fórum internacional de cooperação política, econômica e financeira criado em 1999 pelo G7, a fim de gerar uma maior inclusão entre países desenvolvidos com países em desenvolvimento, seus integrantes são a União Europeia e os outros demais 19 países, no qual seriam: Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, África do Sul e a Turquia. Juntos, os participantes, representam cerca de 85% do produto global bruto, dois terços da população mundial e 75% do comércio internacional. (G20,2018)

A Argentina irá ter uma grande oportunidade ao sediar a Cúpula em seu país, uma vez que além de conduzir a agenda, proposta por eles com a aprovação dos demais membros, o país poderá dar uma ascensão na sua política externa e apresentar sua diplomacia e ideias aos principais chefes de Estado do mundo fazendo com que garanta uma presença mais forte e notória no Grupo e como é o primeiro país do Cone Sul a hospedar essa importante reunião, essa experiência refletirá nas interações e no seu posicionamento com seus vizinhos na América Latina.

Os interesses propostos pelo governo argentino será a discussão sobre o futuro do trabalho, a mobilização de recursos para reduzir o déficit de infraestrutura, o aprimoramento da produtividade do solo de forma sustentável e garantir a eliminação das disparidades de gênero no atual modelo mundial. A escolha sobre os tema seriam em relação: ao surgimento de novas tecnologias e a magnitude em que elas estão alcançando, a estrutura tradicional de trabalho está mudando e é preciso adaptar a essas modificações, através de políticas que garantam uma integração social e inclusão de todos, evitando lacunas excessivas na adoção de tecnologia entre países e o aumento da desigualdade entre eles; Estimular o setor privado a ter uma maior participação e um aumento no investimento em infraestrutura, pois o investimento nessa área impulsiona o crescimento e a produtividade do Estado visto que é essencial que os países tenham uma boa estrutura de bases físicas como estradas, ferrovias, transporte público, obras sanitárias para crescer; Com o aumento a cada dia do consumo de alimentos será necessário um sistema de fornecimento mais inclusivo e eficiente, e que aumente a produtividade dos solos mas sem impactar negativamente o meio ambiente, sendo um assunto complicado por envolver a produtividade agrícola e as circunstâncias da disposição do solo adequado, problematizando as situações de alguns países emergentes ou regiões com alta insegurança alimentar; E por fim promover e garantir a eliminação das diferenças de gênero no mercado de trabalho e nas demais áreas e possibilitar uma estratégia de integração da perspectiva do género em toda a agenda do G20. (G20,2018)

Então com os objetivos e intenções da Argentina esclarecidos, podemos analisar que as ideias propostas além de criar uma “boa imagem” na política externa pode ajudar nos assuntos internos do país de modo que o atual presidente Mauricio Macri aumente sua credibilidade com a população decorrente dos últimos acontecimentos acerca da economia, política e os conflitos socioculturais do país, que está passando uma profunda crise envolvendo dívidas externas, alta inflação, desvalorização do peso, o aumento da taxa de pobreza e outros enfrentamentos. Outro fator interveniente nesta situação seria o fato de o contexto atual da política e economia de Macri ter sido influenciado por seus antecessores e o contexto histórico do país, no qual herdou um Estado já com um déficit fiscal e uma agenda protecionista de controle de câmbio imposta pela administração do governo de Cristina Kirchner (2007-2015).

[…] Ao insistir na dependência do financiamento de mercados internacionais, a já histórica vulnerabilidade da economia argentina foi exacerbada. E quando os Estados Unidos elevaram suas taxas de juros, o peso despencou. Quando Donald Trump anunciou novas tarifas sobre o alumínio, o peso caiu. Quando a Turquia entrou em crise, o peso também desvalorizou. E assim tem sido. (PARDO, 2018)

 

REFERÊNCIAS

BOSOER, Fabian. Buenos Aires, más global que nunca. Disponivel em: <https://www.clarin.com/opinion/buenos-aires-global_0_rAwNbSWCy.html&gt; Acesso em: 25 de novembro de 2018

CUÉ, Carlos. Macri celebra presidência argentina do G-20, inédita para um país sul-americano. Disponivel em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/30/internacional/1512060535_045828.html&gt; Acesso em: 25 de novembro de 2018

PARDO, Daniel. Entenda a turbulência econômica na Argentina e como isso pode afetar o Brasil. Disponivel em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45348659&gt; Acesso em: 25 de novembro de 2018

G20 Argentina 2018. Qué es el G20. Disponivel em: <https://www.g20.org/es/g20/que-es&gt; Acesso em: 25 de novembro de 2018

G20 Argentina 2018. Prioridades. Disponivel em: <https://www.g20.org/es/g20-argentina/prioridades&gt; Acesso em: 25 de novembro de 2018

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