Guiné Bissau, situado na Costa Ocidental do continente africano, divide fronteira com o Senegal e República da Guiné. O país é banhado pelo Oceano Atlântico e possui aproximadamente 100 ilhas que compõem o seu território, denominadas de arquipélago do Bijagós.

Em 2016 a população total do país era de 1.759.159 habitante, sendo a capital, Bissau, a cidade mais populosa. Em 2015, 67% desta população estava abaixo do nível da pobreza (INDEX MUNDI, 2017).
A Guiné Bissau é uma região de baixa altitude costeira de pântanos, florestas tropicais e mangues cobertos de zonas húmidas. As vegetações predominantes são savana arbórea e floresta aberta.
O clima no país é tropical e no verão a pluviosidade é mais alta do que no inverno, a temperatura média em Bissau é de 26,4° e a pluviosidade média anual no país é de 1.794 mm.
História
No século XIII A.C, a primeira civilização a ocupar a região foram os Mandingas, que fundaram o Império de Kansalá, vassalo do Império do Mali no séc. XIV. Na mesma época, navegadores portugueses chegam a costa da Guiné Bissau e passam a comercializar ouro, escravos, marfim e especiarias da região (PARLAMENTO GW, 2015).
No séc. XVII outras potências europeias como Inglaterra, Holanda e França chegaram ao local e começaram também a comercializar escravos. Deste modo, Portugal perde o monopólio comercial da região, que, apenas em 1880, com o partilhamento do continente africano pelos europeus, retoma o monopólio da região (PARLAMENTO GW, 2015).
No período colonial, séc. XIX, a Inglaterra proíbe o tráfico negreiro no Oceano Atlântico, deste modo, a atividade econômica no país se volta para o setor agrícola, penetrando no interior do território no qual geraram conflitos dos colonizadores com as populações locais pelo controle da região (PARLAMENTO GW, 2015).
Em 1956 foi criado o Partido Africano, por Amílcar Cabral, para a independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC). Em 1959, após o massacre dos estivadores, que estavam em greve no porto de Pinjiguiti em Bissau, começa a guerra pela libertação liderada pelo PAIGC, radicalizando em luta armada em 1963. Em 1969, com a ajuda da então União Soviética e de Cuba, o PAIGC ganha o suporte das bases e passa a controlar grande parte do território. Os portugueses resistiram fortemente, porém em 1973 o PAIGC declara a independência da Guiné Bissau no dia 24 de setembro, mas Portugal só o reconhece em 10 de setembro de 1974. O irmão de Amílcar Cabral, Luís de Almeida se tornou o primeiro presidente do país.
O setor político na Guiné Bissau apresenta uma fragilidade histórica e institucional que vem desde sua independência. É considerado um país de política instável. Desde a independência foram registrados quatro golpes de Estado bem-sucedidos e 16 golpes suspeitos ou tentados. Após quase dois anos de instabilidade e crise política, o antigo Primeiro-Ministro, Aristides Gomes (2005-2007), foi nomeado novamente como Primeiro-Ministro em 17 de abril de 2018, a escolha dele foi consensual, ele também é responsável pelas secretarias de economia e finanças, e, desde que assumiu o cargo, vem formando um governo inclusivo de transição, retomando as funções da assembleia nacional (THE WORLD BANK, 2018).
A Guiné Bissau é a 168° economia de exportação do mundo, os principais produtos de exportação são: cocos, castanha do Brasil e castanha de caju, peixes, barcos-faróis, barcos-bombas, dragas, guindastes flutuantes e outras embarcações. Os destinos principais dessas exportações são: Índia, Togo, Gana, França, Coreia do Sul, Portugal, Senegal, China, Holanda e Paquistão (OEC, 2017).

Escrito por Ana Carolina Oliveira Costa
FONTES:
CATARINO, Luis at. All, As florestas do Cantanhez (Guiné-Bissau) – Vegetação, alterações do coberto do solo e utilização dos recursos naturais, 2012. Ecologi@ 4: 43-58 (2012). Disponível em: https://www.speco.pt/images/Artigos_Revista_Ecologia/revistaecologia_4_art_2_1.pdf
Climate Data. Clima Bissau. Acesso em: https://pt.climate-data.org/africa/guine-bissau/bissau/bissau-3095/
MELO, A. at. All. Acessibilidade e ocupação do solo em regiões de fronteira da Guiné-Bissau, 2014. GOT, Revista de Geografia e Ordenamento do Território. N. 6 acesso em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?pid=S2182-12672014000200013&script=sci_arttext&tlng=en
Portal São Francisco. Guiné Bissau. Acesso em: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/guine-bissau>
Sherno ou memórias da guerra na Guiné, mapa da Guiné-Bissau. Acesso em: <http://carlserra2003.tripod.com/mapaGB.htm>
The Observatory of Economic Complexity: Guiné Bissau, 2017. Acesso em: <https://oec.world/pt/profile/country/gnb/>
The World Bank: Guiné Bissau Aspectos Gerais, 2018. Acesso em: <https://www.worldbank.org/pt/country/guineabissau/overview>