FMI melhora previsão econômica para o Brasil em 2020, mas estima recuperação mais lenta.
13/10/2020
O relatório trimestral do Fundo Monetário Internacional (FMI), World Economic Outlook, publicado na última segunda-feira (12) indica que o recuo da economia brasileira seja menor do que o esperado anteriormente. A previsão é a queda de 5,8% em 2020, em contraste aos 9,1% indicados no último relatório, do mês de julho. Entretanto, a recuperação econômica será mais lenta do que o esperado: a projeção para 2021 é de um avanço de 2,8% no PIB brasileiro, e não de 3,6%, como indicado anteriormente.
A previsão considera que a situação do Brasil será melhor que a média dos países da América Latina. Essa média é afetada negativamente principalmente devido às taxas de queda indicadas para Venezuela, Peru, Argentina e Equador. No entanto, o relatório indica que a média de recuperação da região é maior do que a brasileira.
A tendência da economia brasileira segue os rumos da economia global, que também sofrerá uma ascensão lenta. Esses resultados são consequência dos impactos da pandemia de COVID-19 que assolou o mundo e freou a economia devido às medidas de isolamento social. Um dos fatores que ajudou a reduzir o desempenho econômico negativo, no Brasil, foi o auxílio de 600 reais por seis meses, que auxiliou na movimentação do varejo. O FMI concorda que as respostas fiscais, monetárias e regulatórias que incluem os pacotes de ajuda à população e às empresas foram fundamentais para evitar a repetição da crise financeira de 2008 e 2009. Recomendou, ainda, que para evitar novos recuos, é necessário que essas medidas sigam por mais tempo, contrariando as pressões para reabertura.
Paraguai divulga regras para a reabertura gradual da Ponte da Amizade
12/10/2020
No dia 10 de outubro, o governo do Paraguai anunciou a reabertura da Ponte Internacional da Amizade, que liga o país ao Brasil. A passagem pela ponte foi interrompida devido a tentativa de frear a pandemia do coronavírus. O retorno, inicialmente, será apenas para residentes da região referente – do Foz do Iguaçu – que possuam documento expedido na cidade e autorização da Polícia Federal. Ambos os países devem concordar com a abertura, mas somente o Paraguai regulamentou a passagem pela ponte.
Mesmo com apoio do presidente, direito ao aborto é dificultado na Argentina
15/09/2020
O atual presidente argentino foi o único candidato da última eleição que se mostrou completamente a favor da legalização do aborto no país. Antes do início da quarentena causada pela pandemia, em março de 2020, o presidente tentou submeter um projeto de lei sobre a legalização do aborto para o Congresso, mas foi postergado, devido ao covid-19. Porém, Valeria Isla, diretora de Saúde Sexual e Reprodutiva do Ministério da Saúde da Argentina aponta que, mesmo durante tempos de pandemia, o acesso ao aborto legal em situações de emergências deveriam ser garantidos, o que não foi concretizado. Dados mostram que durante a quarentena as chamadas para abortos legais aumentaram exponencialmente. Quando há tal chamada, quer dizer que a mulher já teve um obstáculo para a realização de um aborto legal.
As províncias argentinas discordam muito entre si sobre a legalização do aborto, e várias se mostram veemente contra. As mesmas, que se afirmam contra, estão dificultando o acesso a medicamentos legalizados para a interrupção de gravidez, que antes eram distribuídos de maneira gratuita pela Argentina. Deve-se ter em mente que neste país o aborto é permitido em caso de estupro ou risco a saúde da gestante, de acordo com a lei, porém, muitas vezes o acesso é negado. Além disso, muitas vezes durante o procedimento de aborto, os trabalhadores da área da saúde tentam convencer a gestante a desistir de abortar, afirmando ser algo arriscado, mesmo que não seja um fato verdadeiro. Já houveram casos da equipe do hospital se negar a realizar o aborto em uma menina abusada por um membro de sua família, mesmo quando já havia sido aprovado judicialmente. Além disso, já ocorreram torturas e chantagens por parte de membros do hospital para que a gestante desistisse de abortar. Este caso foi sobre uma menina de 11 anos, estuprada, que no final passou por uma cesárea, e seu bebê morreu logo depois.
Sendo assim, muitas vezes apenas o apoio do presidente para uma causa não é suficiente, quando se tem todo um compartilhamento intersubjetivo de ideologias como a moralidade religiosa acima do sofrimento de mulheres e crianças. Os direitos da mulher são uma luta diária em grande parte das sociedades pelo mundo, e é algo presente e necessário na Argentina. Mesmo que no país, sua capital, Buenos Aires, não tenha posturas similares ás relatadas acima, várias províncias argentinas compartilham de ações que prejudicam o direito da mulher, algo que precisa ser combatido.