Clipping Chifre da África #71

Inundações atingem o Sudão, que enfrenta ‘desafios sem precedentes’, alerta a ONU

Por Júlia Oliveira em 01/10/2020

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os trabalhadores humanitários no Sudão que foram afetados pelas chuvas fortes e enchentes correm o risco de ficarem sem fundos para prosseguir com as operações no local. Ainda, a Organização alertou que o país enfrenta “desafios sem precedentes”, os quais variam desde a destruição de centenas de milhares de casas à danificação de uma extensa área de terras agrícolas pouco antes da época de colheita, para as milhares de famílias em estado vulnerável no país. De acordo com o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), as inundações e os deslizamentos de terra causados pelas chuvas afetaram cerca de 830.000 pessoas e causaram muitos outros danos para o país, sendo que o financiamento disponibilizado para lidar com as questões é muito baixo – o Sudão recebeu apenas parte das verbas necessárias. 

Sendo assim, no mês de setembro, o país declarou estado de emergência de três meses em função das enchentes que trouxeram consequências catastróficas. Ao menos 124 pessoas foram mortas e 54 ficaram feridas, de acordo com a força de defesa civil sudanesa. À vista disso, o governo do Sudão e grupos de ajuda emitiram alertas acerca do perigo do aumento de doenças transmitidas pela água. Ainda, muitos grupos de voluntários se dispuseram a ajudar a amenizar os danos, mediante a tentativa de criar barreiras entre o rio e as aldeias, ajuda médica aos feridos e utilização de desinfetantes para matar larvas de mosquitos. Deste modo, o OCHA alertou sobre a possibilidade da situação piorar, tendo em vista que há mais previsão de chuvas fortes no país.

No gráfico é possível verificar o número total de pessoas atingidas pelas inundações (829.670), o número total de casas danificadas (87.301) e o número total de casas destruídas (78.633). Também é possível averiguar a distribuição dos dados citados anteriormente em cada região do país.

Fonte: Al Jazeera

Disponível em: <https://www.aljazeera.com/news/2020/9/25/over-800000-affected-in-sudan-flooding-un>.

Uma visão geral sobre o progresso da alfabetização na Eritrea

Por Ruth Amaral, 02 de outubro de 2020

Na Eritreia, durante décadas, a educação foi altamente restrita. As taxas de alfabetização do país (em diferentes categorias de idade) eram muito baixas, principalmente entre meninas e mulheres. Desde a independência, no entanto, houve um enorme progresso e melhoria na alfabetização. Atualmente, as taxas de alfabetização da Eritreia são algumas das melhores da região. De acordo com dados do Banco Mundial, a Eritreia tem uma taxa de alfabetização de adultos de 77%. Os números para os outros países do Chifre da África são: Etiópia 52%, Sudão do Sul 35% e Sudão 61%. As taxas de alfabetização de jovens na Eritreia, com uma média notável de 92%, não são apenas as mais altas da região, mas também são mais altas do que a média continental ou global. 

A educação na Eritreia também tem sido uma área de investimento significativo, com gastos do governo em educação entre 8-10% do orçamento nacional. Grande parte do investimento é em infraestrutura, com centenas de escolas construídas nos últimos anos. Os  números da renda global ilustram a existência de uma forte correlação entre a renda média nacional e a alfabetização, com taxas de alfabetização mais altas sendo associadas a uma renda média nacional mais alta. Assim, o país adotou uma política de educação gratuita universal do pré-primário ao ensino superior, garantindo que todas as crianças, independentemente de origem, distinção ou status, tenham a oportunidade de se matricular na educação, se alfabetizar e maximizar seu potencial. Como resultado desse processo, as taxas de matrícula primária da Eritreia são agora de aproximadamente 90%, enquanto o total de matrículas de alunos cresceu significativamente no país.

Fonte: Tesfa News – Blog  de notícias com foco na Eritreia – Etiópia.

Disponível em: <https://www.tesfanews.net/international-literacy-day-eritrea-progress/ >

Sudão do Sul: novo apelo das Igrejas e organizações cristãs pela paz

Por Juliana Rossi, 02 de Outubro de 2020

O Sudão do Sul aproveitou o clima do Dia Internacional da Paz (21/09), promovido pela ONU, e renovou o seu apelo por uma implementação do Acordo Revitalizado sobre Resolução de Conflito, assinado em 2018. O acordo, escrito por líderes de Igrejas cristãs sudanesas, tem como finalidade “acabar com a violência sexual e de gênero, proteger crianças e mulheres, silenciar as armas e permitir a retomada da economia e o desenvolvimento das infraestruturas”. Em 2018, o acordo de resolução foi assinado pelo governo do presidente Salva Kiir e pelo líder do partido de oposição, Riek Machar. Um dos progressos feitos foi a criação do governo de Transição de Unidade Nacional, uma projeção do números de Estados e seus respectivos governadores que formarão com o Sudão do Sul pacificado, além de relatar os progressos alcançados com o novo exército unificado. 

Mesmo com algumas melhorias com os acordos existentes, o Sudão do Sul está longe de encontrar a paz. Há ainda violações do cessar-fogo, vinganças intercomunitárias, acordos não assinados por grupos de oposição, como a “Declaração de Roma”, mediada pela Comunidade de Santo Egídio (organização católica destinada a caridade e evangelização), para o cessar-fogo. O Conselho das Igrejas do Sudão do Sul afirma o seu compromisso com a paz, através do Plano de Ação pela Paz. Entretanto, não são apenas as igrejas cristãs que fazem apelo pela situação do país, mas também membros da Rede Ecumênica do Sudão do Sul que pedem para a comunidade internacional para “continuarem monitorando e participando do processo da paz” do país. 

Fonte: Vatican News, veículo cristão da Santa Sé (jurisdição eclesiástica da Igreja Católica em Roma, sendo uma entidade soberana independente)

Disponivel em: <https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-09/sudao-sul-apelo-igrejas-organizacoes-cristas-paz.html >.

Políticos do Sudão apoiam oferta dos EUA para normalizar laços com Israel

Por Lorrayne Batista em 02/10/2020

O presidente do Conselho Soberano do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, recebeu um pedido das forças políticas sudanesas para aceitar a oferta estadunidense de estabilizar as relações com Israel em troca de remover o Estado sudanês da lista de patrocinadores do terrorismo. O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, está pressionando o Sudão a normalizar laços com a cidade israelense de Tel Aviv, em troca de removê-lo da lista de sanções. Com a presença do chefe do Partido Nacional da Umma, Mubarak al-Fadil al-Mahdi, chefe do Movimento de Libertação do Sudão – Segunda Revolução (SLM-SR), Abu al-Qasim Imam, e o representante da Frente Oriental, Hamid Mohammed Hamed, o movimento aconteceu em uma coletiva de imprensa conjunta, realizada na capital do país. 

Os políticos sudaneses se manifestaram alegando que “a oferta é limitada ao período das eleições presidenciais nos Estados Unidos [a partir de 3 de novembro]” e ainda concluiu que o país não poderia perder “essa oportunidade histórica”. Além disso, os líderes partidários argumentaram que “após o anúncio dos resultados das eleições, [haverá] uma crise em larga escala no Sudão, caso não aceitem[os] a oferta feita” e finalizaram o apelo afirmando que “o Sudão não será removido da lista de terrorismo por anos e anos” caso essa  oportunidade não seja aproveitada.

Fonte: Monitor do Oriente – Instituição independente de pesquisa de mídia fundada para promover uma cobertura justa e precisa das questões do Oriente Médio.

Disponível em: <https://www.monitordooriente.com/20201001-politicos-do-sudao-apoiam-oferta-dos-eua-para-normalizar-lacos-com-israel/>&nbsp;

Sudão irá negociar sobre sua remoção da lista de terroristas dos EUA
Por Maria Eduarda Souza Satlher em 02/10/2020

         Em 1993, os Estados Unidos considerou o Sudão um dos estados patrocinadores do terrorismo, uma vez que ele apoiou militares islâmicos, incluindo Osama Bin Laden. Entretanto, desde a derrubada de Omar al-Bashir, em 2019, o governo transitório do Sudão vem pressionando para sair dessa lista, pois ela limita muito a capacidade do país em conseguir empréstimos estrangeiros para lidar com sua crise econômica. Dessa maneira, segundo o conselho governante do Sudão, as autoridades sudanesas e americanas discutirão essa possibilidade, durante uma visita nos Emirados Árabes Unidos.

Os Emirados Árabes Unidos, considerado um parceiro de grande importância para os EUA, normalizaram suas relações com Israel, quebrando anos de rivalidade entre os Estados. O presidente dos EUA, apoiou essa ação e espera que outros países Árabes façam o mesmo. Nesse sentido, durante uma visita, o Secretário de Estado dos EUA, questionou o Sudão sobre estabelecer laços com Israel, porém, para o país esse tópico é delicado já que estava entre os adversários islâmicos de Israel sob o governo de Bashir. Vale ressaltar também, uma certa aproximação do Sudão com os Emirados Árabes Unidos, já que uma delegação, incluindo o general Abdel-Fattah al-Burhan, e o ministro da Justiça, Nasredeen Abdelbari, estava a caminho de Abu Dhabi para se encontrar pela primeira vez com as autoridades emiradenses e discutir questões regionais.

Fonte:<https://comercioexteriordescomplicado.wordpress.com/2013/07/18/brasil-crescem-exportacoes-do-brasil-para-os-emirados-arabes/&gt;.

Fonte: CDTN – A China Global Television Network é uma organização de mídia internacional, com sede em Pequim.

Disponível em: <https://africa.cgtn.com/2020/09/21/sudan-to-hold-talks-on-removal-from-us-state-terror-list/>.

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