
Ruandeses lamentam o genocídio em meio a restrições da Covid-19
07/04/2021
Apesar das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, os ruandeses lamentam os 27 anos do genocidio, que iniciou entre os dias 6 e 7 de abril de 1994. Para conter a propagação do vírus, as lamentações ao genocidio terão sua programação oficial limitada e atividades que envolvam a aproximação de muitos indivíduos estão proibidas. No entanto, algumas das atividades anuais serão mantidas, como a ‘chama da lembrança’, que é acesa e colocada no memorial do genocidio em Kigali, capital do país, para lembrar as mais de 1 milhão de vítimas. Essa e outras iniciativas realizadas serão transmitidas por canais televisivos, rádios e redes sociais, por exemplo, de modo que as lamentações no memorial Kigali e outros memoriais em Ruanda serão permitidas, porém seguindo restrições sanitárias devido à pandemia. A manutenção das lamentações ao genocidio, limitadas pelo contexto atual, mostram os esforços ainda presentes para reconciliar e não esquecer os acontecimentos de 6 de abril de 1994.
Fonte:The New Times
A França carrega uma responsabilidade ‘esmagadora’ pelo genocídio de Ruanda, afirma relatório
26/03/2021
Um relatório, realizado sob liderança do historiador francês Vincent Duclert, concluiu que a França possui uma grande responsabilidade pelos acontecimentos que levaram ao genocidio em ocorrido em Ruanda no ano de 1994. A elaboração do documento ocorreu após o atual presidente da França, Emmanuel Macron, ter estabelecido em 2019 uma comissão para analisar o envolvimento da França no genocídio. As pesquisas em arquivos franceses concluíram que a França ignorou os acontecimentos que indicavam a realização de ataques em massa no país, além de terem sido encontradas evidências de que oficiais franceses se negaram a prender perpetradores dos massacres e membros de milícias Hutus envolvidas neles, que se encontravam na zona segura estabelecida pela Operação Turquesa em rota de fuga para a República Democrática do Congo. Apesar disso, não se tem evidências que comprovem, de algum modo, cumplicidade ou suporte francês aos massacres. De início, com a encomenda do relatório, Macron esperava estreitar os laços com Ruanda, cujo presidente, Paul Kagame, criticou diversas vezes a atuação francesa no genocidio.
Fonte:Africa News
“Por favor, mantenha seus empréstimos”: População do Quênia protesta contra novos empréstimos do Fundo Monetário (FMI) ao governo queniano
05/04/2021
O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, no dia 03 de abril de 2021, um novo empréstimo ao governo do Quênia no valor de KSh 257 bilhões (xelins quenianos), equivalente a cerca de US$2,3 bilhões. A população do país se mobilizou em redes sociais para criticar os novos empréstimos, que, somados à dívida já existente, acumularão um montante de KSh 8,7 trilhões, cerca de US$ 79 bilhões, até dezembro de 2021. As críticas realizadas afirmam que o FMI e outros organismos internacionais têm realizado empréstimos ao governo queniano sem se preocupar com a responsabilidade fiscal e prestação de contas, de forma que grande parte dos recursos têm sido desviados. Segundo um estudo realizado pelo instituto de pesquisa Infotrak, 62% dos cidadãos não aprovam os empréstimos internacionais contraídos pelo governo, que aumentaram consideravelmente durante a pandemia do novo coronavírus. Espera-se, portanto, que a imagem já desgastada do governo venha a se deteriorar ainda mais com os novos empréstimos.
Fonte: Nation.Africa
A República Democrática do Congo anuncia uma ofensiva robusta contra milícias e grupos armados ruandeses em seu território
31/03/2021
A República Democrática do Congo, em comunicado realizado pelas Forças Armadas do país (FARDC) no dia 30 de março de 2021, anunciou uma ofensiva contra milícias e grupos armados de origem ruandesa em seu território. O comunicado busca estabelecer um novo esforço de estender a cooperação e troca de informações entre as Forças Armadas dos países vizinhos para erradicar a presença de tais grupos na região leste do país, de modo a possibilitar a diminuição da violência e da instabilidade regional e, futuramente, o estreitamento de laços políticos e econômicos entre os países. A presença e atuação de grupos e milícias armadas de origem ruandesa em território congolês têm origem no contexto do genocidio em Ruanda em 1994. Tais grupos, envolvidos na coordenação e atuação direta nos massacres, fugiram do país quando a estabilidade política em Ruanda estava sendo retomada. Desde então, sua presença tem resultado em assassinatos, estupros, recrutamento de crianças para quadros paramilitares e violência contra a população civil.
Fonte:The New Times