Por que tantos alemães estão migrando para o Paraguai?
Data: 01/05/2022
O Paraguai está enfrentando uma onda migratória que iniciou-se há cerca de três anos, porém, apenas nos últimos meses houve um salto compreensível no movimento. De acordo com dados fornecidos pela Direção Geral de Migração do Paraguai, nos meses de junho de 2021 a fevereiro de 2022, foram emitidas 1.324 permissões de residência para cidadãos alemães que vivem no Paraguai. Eles estão representando a segunda nacionalidade com maior número de permissões emitidas em território paraguaio nesse período, atrás apenas dos brasileiros. Outras fontes ainda disseram que de junho de 2021 a fevereiro deste ano, milhares de alemães desembarcaram no Paraguai para se estabelecer no país e, nem todos eles passaram pelos registros de imigração.
Os fatores levantados para a migração da população alemã são o alto índice de violência no país de origem entre 2014 a 2016, sendo que no ano de 2017 esse número está sendo controlado. Com a pandemia de Covid-19 e a vacinação da população global, muitos ainda não acreditam na eficácia da vacina, na Alemanha há uma campanha para difamar os alemães que se instalam no Paraguai, sendo descritos como antivacinas e racistas.
PICHEL, Mar. Por que tantos alemães estão migrando para o Paraguai. BBC News Brasil. Disponível em: https://bbc.com/portuguese/internacional-61196964. Acesso em 03 de maio de 2022.
Racismo nos estádios argentinos convive com classismo e tradição migratória
Data: 05/05/2022
No último sábado (30) no estádio do Boca Juniors, La Bombonera, em Buenos Aires, houve vaias por partes dos torcedores do time quando o time rival, o Barracas Central, entrava em campo para o jogo. Além disso, o time cantou canções com conteúdo homofobico, classista e racistas contra a torcida rival. Embora a partida não tenha sido contra seu arquirrival River Plate, há ameaças constantes a matar seus torcedores ou “incendiar o galinheiro” (os torcedores do River Plate são identificados como “galinhas”). É difícil fazer generalizações sobre as nacionalidades e torcidas. Porém, bem como nos estádios argentinos convivem a paixão e o insulto, os torcedores se relacionam num ambiente mais pacifico hoje do que no passado, inclusive nas partidas jogadas em casa, desde que deixou-se permitir a presença da torcida adversária no futebol local.
COLOMBO, Sylvia. Racismo nos estádios argentinos convive com classicismo e tradição migratória. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/esportes/2022/05/racismo-nos-estadios-argentinos-convive-com-classismo-e-tradicao-migratoria.shtml. Acesso em 06 de maio de 2022.
El Chalten, a montanha fumegante defendida com unhas e dentes
Data: 06/05/2022
O Monte Fitz Roy tem 3.405 metros de altura, sendo um dos picos mais difíceis de escalar no mundo. O El Chaltén, na língua do povo nativo Tehuelche na região da Patagônia Argentina (montanha fumegante, em português), ocupa 135 hectares divididos em lotes, onde vivem mais de 2.300 pessoas, em várias moradias temporárias e motorhomes em terrenos compartilhados e alugados. O excesso de turistas na região não suportam a infraestrutura oferecida para o turismo, há uma limitação dos serviços básicos, o atendimento médico na região é precário (postos de saúde com três profissionais), o tratamento de resíduos de esgoto e a erosão de caminhos e áreas de uso público desta reserva. O desenvolvimento do turismo, mesmo que chamado de “sustentável”, esbarra nos efeitos das obras de infraestrutura neste local.
Na Argentina, as políticas de turismo encontram espaços em áreas protegidas para o desenvolvimento de atividades com objetos de conservação. “A Patagônia é a região que concentra 42,2% do fluxo de visitantes de todos os parques nacionais. Por meio de um Plano Federal de Turismo Sustentável, o Estado pretende aumentar a atividade econômica sob lógicas que priorizem esse tipo de desenvolvimento”, segundo os pesquisadores Sabrina Picone e Alejandro Schweitzer, no relatório” Entre as fronteiras do turismo sustentável”.
DOMÍNGUEZ, Soledad. El Chaltén, la montaña humeante defendida a capa y espada. El País. Disponível em: https://elpais.com/planeta-futuro/2022-05-06/el-chalten-la-montana-humeante-defendida-a-capa-y-espada.html. Acesso em 06 de maio de 2022
1º caso de hepatite misteriosa é confirmado na América Latina em criança de 08 anos da Argentina
Data: 05/05/2022
Em 04 de maio (quarta-feira), na cidade de Santa Fé (Argentina) foi identificado um caso de hepatite misteriosa em uma criança de 8 anos de acordo com o Ministério da Saúde da Argentina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) informaram que é o primeiro caso identificado na América Latina da hepatite aguda que se espalhou , primeiramente, em crianças do Reino Unido. Além disso, a OPAS informou que “ainda há poucos dados para definir se há surto ou epidemia na região das Américas e, por enquanto, o risco global é considerado baixo”. A própria organização aproveitou para destacar a falta de conhecimento da origem da doença, pois é possível que existam casos isolados que, de certa forma, não eram percebidos devido ao baixo número. A própria organização descartou a possibilidade de qualquer associação do surto da doença com a vacina contra a COVID-19, pois a maioria das crianças atingidas pela hepatite não receberam a dose da vacina. Ao todo foram identificados mais de 200 casos em 20 países, estando a maioria dos infectados.
SOUZA, Talita. Argentina confirma 1º caso de hepatite misteriosa em criança de 8 anos. Correio Braziliense, 05 maio. 22. Disponível em: Argentina confirma 1º caso de hepatite misteriosa em criança de 8 anos (correiobraziliense.com.br). Acesso em: 10 maio 2022.
As mazelas da Pandemia na América Latina
Data: 09/05/2022
Extrema pobreza, desigualdade social, milhares de mortes e grave crise econômica, esses são alguns dos efeitos que os Países da América Latina estão enfrentando atualmente, como resultado de mais de dois anos de pandemia. De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), ocorreu um aumento de 33% da pobreza e 13% em relação à extrema pobreza, e a diminuição do produto interno bruto (PIB) em 2020, da qual nenhum país conseguiu se recuperar totalmente em 2021. O país mais afetado é o Peru, onde cerca de 0,63% (aproximadamente 1 em cada 130) da população foi morta pela COVID. A crise econômica devastou o país, como também a desigualdade social. Em países como o Chile e a Bolívia, o impacto econômico se mostrou de forma razoável em meio à crise pandêmica, ou em menor grau no caso do Brasil e México. Por outro lado, Colômbia e Argentina passaram pela crise tanto quanto o Peru. De acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), mesmo com grandes golpes em sua renda anual, a Argentina vem se recuperando de forma gradual, assim como também o Brasil apresentou poucas quedas e se recuperou de forma significativa. Enquanto isso, o México apresenta dificuldades para restabelecer a estabilidade econômica, apresentando uma recuperação fraca.
GALINDO, Jorge. Os muitos golpes da pandemia na América Latina. El País, 09 maio. 22. Disponível em: Os muitos golpes da pandemia na América Latina | Sociedade | O PAÍS (elpais.com). Acesso em: 11 maio 2022.
“Terra sem lei” a forte presença de garimpeiros em terras indígenas
Data: 10/05/2022
Droga, bebida e violência sexual, marcam a presença de garimpeiros em territórios indígenas da tribo Yanomami. De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), o estado do Pará possui cerca de 22,89% do seu território ocupado por terras indígenas, onde é possível localizar terras dos povos Kayapó, Munduruku, Menkragnoti e, principalmente, Yanomami. Dados divulgados pelo MapBiomas, projeto criado em colaboração por ONGs, empresas de tecnologia e universidades, mostram que entre os anos de 2010 e 2020 a presença de garimpeiros dentro de terras indígenas cresceu 495%, na qual somente nas terras dos Yanomamis aumentou cerca de 46% entre o anos de 2020 e 2021. Segundo o líder da Hutukara Associação Yanomami, Maurício Ye´kwana, os povos que mais sofrem com o garimpo ilegal são os Yanomamis e os Mandurukus, vítimas da contaminação por mercúrio proveniente da exploração de ouro ilegal nas proximidades das aldeias. “Garimpo ilegal dentro de terra indígena é um local onde não tem lei. Drogas e bebidas alcoólicas são levadas da cidade para as nossas terras e oferecidas para os jovens indígenas, que estão sendo aliciados e abusados sexualmente.”, afirma Ye´Kwana.
PORTELA, Maria Eduarda. Líder yanomami: garimpeiros tornam área indígena uma “terra sem lei”. Metrópoles, 10 maio. 22. Disponível em: Líder yanomami: garimpeiros tornam área indígena uma “terra sem lei” (metrópoles.com). Acesso em: 11 maio 2022.