Foto: BBC
Como Bolívia escapou da inflação que atinge América Latina
26/04/2022
A economia internacional vem sendo impactada por diversos fatores nos últimos anos, dentre eles a guerra na Ucrânia e as políticas fiscais adotadas pelos países em relação a Covid-19 foram relevantes para onda de inflação no mundo. Consequentemente, de acordo com o FMI, os países da América Latina também sofreriam com esses acontecimentos, devido ao histórico de desigualdades sociais e econômicas que estes países enfrentam.
Contudo, a Bolívia se destacou por ser uma exceção a regra, escapando dos efeitos dessa inflação e se mantendo “estável”. Com isso, podem se elencar alguns motivos que contribuíram para esse sucesso, sendo eles a paridade cambial e os subsídios e restrições à exportação. O primeiro caracteriza-se pela taxa de câmbio fixa, que evita que um país sofra mais variações cambiais, permitindo que seja comprado e vendido dólares livremente no país e para manter o controle o governo injeta dólares de suas reservas no mercado. Já o segundo fator é marcado pelos subsídios dados pelo governo ao setor petrolífero e alimentício além dos certificados de exportação que são exigidos para todos os produtos vendidos no exterior.
O tempo para que a Bolívia comece a sentir os efeitos nos preços ainda é indeterminado, irá depender por quanto tempo o modelo atual usado conseguirá lidar com a dívida pública, o déficit fiscal, a diminuição de reservas e a desestimulação do investimento estrangeiro no país.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61223166
Estudo conclui que estrada entre AC e Peru geraria prejuízo social de R$ 960 milhões: ‘mais custos do que benefícios’
19/02/2022
A estrada irá ser construída no Parque Nacional da Serra do Divisor e passará por diversas terras indígenas, contendo também indígenas que vivem isolados voluntariamente, até alcançar Pucallpa no Peru. O estudo que calculou o valor em reais do prejuízo foi feito pela organização Conservation Strategy Fund (CSF) que foca na conservação de ecossistemas ao redor do globo.
O projeto Pucallpa-Cruzeiro do Sul – como foi chamado – apresenta mais prejuízos e danos do que benefícios. Além do dano econômico, afeta fortemente comunidades indígenas e terras de importância ecológica, como o parque citado. Os críticos acerca da construção pedem que haja uma análise mais profunda sobre o assunto visando minimizar o impacto.
Além disso, os representantes da SOS Amazônia (ONG) afirmam que caso seja efetuado a construção da estrada, os danos talvez sejam irreversíveis, além do que poderiam causar outros problemas ambientais graves. Somado a isso, a abertura daquela parte da fronteira pode potencializar o acesso de traficantes e grupos armados aquela região, facilitando o aumento e surgimento do crime na região. “Não há certamente uma conexão forte que influencie a criação da estrada”, de acordo com Miguel Scarcello, diretor executivo da ONG.
Com isso, entidades e instituições públicas que buscam a conservação da região juntamente com a SOS Amazônia entraram com uma ação na justiça contra o órgão Dnit (Departamento Nacional de infraestrutura e transportes), afirmando que o departamento não cumpriu ‘os requisitos legais de elaboração de estudos prévios de viabilidade, de consulta prévia, livre e informada aos povos indígenas e comunidades tradicionais e, também, aos direitos dos povos em isolamento que vivem na região’.