Foto: CNN
Crise política no Peru afeta crescimento do país
Data: 25/05/2022
Professores, operários e indígenas se uniram para protestar contra o aumento no custo de vida; caminhoneiros fecharam estradas para chamar a atenção do governo para o reajuste no valor do combustível; em diferentes partes do Peru manifestantes entraram em confronto com a polícia. O clima de instabilidade política instaurada no governo do presidente socialista Pedro Castillo pesa no crescimento do país. O presidente é acusado de corrupção por suposto tráfico de influência para favorecer empreiteiras em obras públicas. Ele nega e diz que o Peru passa por uma crise institucional. Atualmente, a inflação no Peru sobe a um ritmo acelerado, que ultrapassa 1% ao mês. Para a economista peruana Ana Reategui, Castillo enfrenta um dos piores cenários políticos e econômicos do país, desvalorizando a moeda local e elevando preços de produtos básicos. Um dos problemas do Peru é a sua dependência excessiva da exportação de matéria-prima, como zinco e cobre, fundamentais para a indústria. Todavia, o faturamento com a venda de commodities oscila conforme a cotação no mercado internacional. A esperança é que a produção industrial continue no caminho para voltar aos padrões pré-pandemia. Para a economista Anapaula Davila, a retomada da economia passa pela estabilização política do país.
Fonte: CNN Brasil
Chalcobamba, a montanha rica em cobre que enfrenta uma grande mineradora chinesa
Data: 15/06/2022
O líder da comunidade indígena de Huancuire, Romualdo Ochoa, como outros homens locais, ultimamente passa mais tempo nas alturas da montanha Chalcobamba do que nos campos onde as batatas são colhidas e as ovelhas pastam, e dizem estar lá para “recuperar nossas terras”. A mensagem desse ato é clara: Chalcobamba pertence ao povo indígena de Huancuire. O problema é que uma gigante multinacional chinesa de mineração, a MMG, também diz que Chalcobamba é sua. O litígio começou em 2013, quando a empresa chinesa e os líderes da comunidade Huancuire assinaram um contrato pelo qual a MMG adquiriu a terra de Chalcobamba, mas as novas gerações de indígenas garantem que a empresa enganou os mais velhos nas negociações, aproveitando-se ignorância. O gerente da MMG no Peru alegou, em entrevista, ter pagado 122 milhões de soles (cerca de US$ 32,2 milhões no câmbio atual) pela venda em 2013. Os indígenas negam ter recebido esses valores. As diferenças permanecem e já houve confrontos. A importância de Chalcobamba está do outro lado da montanha, na gigantesca mina Las Bambas, uma das maiores minas de cobre do mundo.
Fonte: RFI
Arte quilombola da Guiana Francesa e Suriname é tema de mostra em Paris
Data: 17/06/2022
A Maison de l’Amérique Latine, em Paris, apresenta a exposição “Marronnage, l’art de briser ses chaînes”(“Quilombismo, a arte de romper suas correntes”, em tradução livre), sobre a herança e evolução artística dos descendentes de quilombolas principalmente no Suriname e na Guiana Francesa. A história da resistência africana contra a escravidão no Brasil tem como marco o Quilombo dos Palmares, que teve seu auge na segunda metade do século 17. Ainda hoje, muitas populações quilombolas reivindicam essa especificidade e resistem à urbanização em todo o Brasil, lutando pela preservação de seus territórios e hábitos. A exposição em Paris responde a um apelo do pintor francês de origem haitiana, Hervé Télémaque para a importância da arte chamada “bushinenge” e a necessidade de se falar dos quilombos. Há também fotos de Pierre Verger, que visitou o povo dyuka do Suriname em 1934. O pesquisador Rafael Lucas, da universidade Bordeaux-Montaigne, ressalta ainda o importante papel da mulher dentro das comunidades quilombolas, e que comunidades ‘marrons’ tinham rainhas. A mostra “Quilombismo, a arte de romper suas correntes” fica em cartaz na Maison de l’Amérique Latine até 24 de setembro de 2022, com entrada gratuita.
Fonte: RFI
Venezuela recebe 1ª Brigada Feminista Internacional com mulheres de 20 países
Data: 17/06/2022
Mulheres dos cinco continentes se reúnem em Caracas na I Brigada Feminista Internacional Alexandra Kollontai, que vai de 17 a 27 de junho. O objetivo do encontro é trocar experiências sobre a organização comunitária de mulheres e o feminismo popular. São 29 mulheres de 20 países que viajarão por cinco estados venezuelanos conhecendo comunas e outras organizações populares dirigidas por mulheres. Laura Franco, uma das organizadoras do evento, destaca como desde a ascensão de Hugo Chávez como presidente e agora com o governo de Nicolás Maduro, o processo de transformações sociais na Venezuela, chamado Revolução Bolivariana, tem um caráter feminista. Desde 2015, a Venezuela sofre um bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos que gera um prejuízo anual estimado em US$ 30 bilhões e provocou a retração de 60% do PIB do país em seis anos. O evento é promovido pela Assembleia Internacional dos Povos, o Instituto Simón Bolívar para a Paz e Solidariedade e faz parte do programa de formação feminista “Manuela Sáenz”.
Fonte: Brasil de Fato
Procuradoria da Bolívia denuncia dois ex-ministros de Áñez por tráfico de armas
Data: 17/06/2022
A Procuradoria da Bolívia denunciou dois ministros – Arturo Murillo (Casa Civil) e Luis Fernando López (Defesa) – da ex-presidente transitória direitista Jeanine Áñez por “tráfico ilegal de armas”, no Equador. A decisão foi anunciada uma semana depois de Áñez ser condenada a dez anos de prisão, acusada de liderar um golpe de Estado em 2019 contra seu antecessor, o esquerdista Evo Morales. Murillo está detido nos Estados Unidos pelo crime de corrupção e está à espera de sua sentença, enquanto López estava no Brasil. Segundo a acusação, tratam-se dos supostos crimes de tráfico ilícito de armas, porte ou posse e uso de armas não convencionais e descumprimento de deveres em grau de coautoria. A Procuradoria afirma que, após a chegada de Áñez ao poder em novembro de 2019, ambos os ministros participaram da aquisição de equipamentos antimotins no Equador para sufocar os protestos de partidários de Morales. Estes protestos terminaram com 35 mortos, segundo uma investigação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Fonte: Estado de Minas
Governo do Equador decreta estado de exceção, mas manifestantes seguem com bloqueios em estradas
Data: 17/06/2022
O governo do Equador decretou um estado de exceção para controlar as manifestações no país na sexta-feira (17/06), mas mesmo assim a maior organização de indígenas do país fechou rodovias em três províncias andinas neste sábado. Ao anunciar a medida, o presidente Guillermo Lasso disse que se comprometia a defender a capital e o país; sob esta medida, está suspenso o direito civil à reunião. A Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), a principal entidade por trás das manifestações, participou de revoltas sociais que depuseram três chefes de Estado entre 1997 e 2005 e em 2019. Houve tentativas para intermediar diálogos entre os manifestantes e o governo, mas até agora isso não ocorreu. A Igreja, a ONU e universidades se ofereceram para mediar as conversas. O estopim dos protestos foram os aumentos dos preços dos combustíveis.
Fonte: Portal G1