Alemanha rejeita novas negociações com a Namíbia sobre o acordo a respeito do genocídio de Hereros e Namas
03/09/2022
Em maio de 2021, o governo alemão apresentou um acordo de reconciliação com a Namíbia pelo genocídio dos povos Herero e Nama, ocorrido no início do século passado. Desde então, descendentes das vítimas e alguns políticos namibianos demandam renegociações, sem obter sucesso. Dois dos pontos centrais de discordância são que os povos não participaram da negociação, apenas representantes do governo da Namíbia, e que na Declaração Conjunta proposta pela Alemanha, o país aceita apenas a responsabilidade moral, mas nenhuma responsabilidade legal pelo genocídio. No acordo, a Alemanha ofereceu 1,1 mil milhões de euros ao longo de 30 anos, como compensação. Segundo a ativista da Nama Sima Luipert, “Isto é cooperação para o desenvolvimento. Trata-se de financiar projetos e infraestruturas, não faz mal. Mas este acordo não trata do cerne do problema, não se trata de justiça e reconciliação”.
Fonte: DW
Maputo sediou etapa regional para melhorar sistemas de avisos meteorológicos antecipados, a fim de minimizar perdas causadas por desastres naturais.
10/09/2022
Em Moçambique, especialistas, agências da ONU e parceiros de desenvolvimento se reuniram com representantes da Comunidade dos Estados da África Austral (SADC) com a finalidade de melhorar os sistemas de alerta antecipado. Essa iniciativa faz parte de uma tentativa de alinhamento regional entre os países da SADC, para que a população altamente exposta da região, cerca de 70 milhões de habitantes, receba advertências acerca de possíveis condições meteorológicas extremas. Objetivando minimizar os efeitos desses desastres e apoiar sistemas de gestão e prevenção. Durante a reunião, os especialistas abordaram os esforços dos países para melhor administrar e promover alertas, tendo como exemplo a Angola, país que passa por um processo de atualização e modernização nos seus serviços. Já o diretor de serviços de desenvolvimento na OMM, Filipe Lúcio, elogiou as lideranças políticas da região pelo empenho em assegurar um sistema de aviso prévio nos próximos cinco anos que é capaz de abranger toda a população. Reforçou ainda, que no caso de Moçambique, um país especialmente vulnerável a esses tipos de catástrofes devido a sua localização geográfica, a adesão a tais sistemas é fundamental.
Fonte: ONU News
Presidente João Lourenço toma posse de seu segundo mandato em Angola
15/09/2022
Após vencer as eleições no dia 24 de agosto, em um contexto de crise política em Angola, o presidente João Lourenço tomou posse de seu segundo mandato na quinta-feira (15/09). Pouco mais de 51% do eleitorado votou no partido do presidente, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa o país desde a sua independência (1975), e cerca de 44% votou no partido de oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que obteve o seu melhor resultado eleitoral até então. A cerimônia de posse foi marcada pelo reforço da segurança e ausência dos líderes do partido de oposição, que, por sua vez, criticaram a forte presença policial como um esforço para reprimir protestos.
Fonte: Reuters
África do Sul pede que Reino Unido devolva diamante de Elizabeth II
Imagem 1: O Diamante Great Star of Africa

15/09/2022
A Grant Star of Africa (Grande Estrela da África) ou Cullinan I é conhecida como a maior gema de diamante já extraída. Foi encontrada em 1905 na África do Sul e, em 1907, apresentada ao Rei Eduardo VII e enviada à Holanda para que a empresa Royal Asscher a escupisse. Em sua forma original o diamante pesava 3106 quilates e foi dividido em duas grandes partes, sendo a maior denominada como Grant Star of Africa, e mais nove pequenas partes. Até hoje pertence ao inventário da monarquia britânica como parte do Cetro do Soberano com Cruz. Nos últimos dias, após a morte da monarca, ascenderam na África do Sul os debates sobre o colonialismo britânico, a propriedade da gema e reparações necessárias. Junto a isso, se foi um presente legítimo ao Rei Eduardo VII ou foi “roubada”. A Royal Asscher apoia a reivindicação britânica da jóia e afirma que foi comprada pelo governo do Transvaal da África do Sul e dado de presente ao Rei Eduardo VII. Por outro lado, o professor de política africana da Universidade da África do Sul Evaristo Benyera afirma que: “Nossa narrativa é que todo o Transvaal e os governos da União da África do Sul e os sindicatos de mineração concomitantes eram ilegais” isso porque de acordo com o professor Evaristo “receber um diamante roubado não exonera o receptor”. O professor classifica ainda o Great Star como diamante de sangue, já que tanto a empresa responsável pela mineração como o governo do Transvaal faziam parte de uma rede mais ampla de colonialidade. Essa solicitação vai de encontro com o movimento recente de recuperação de bens culturais que está sendo reivindicado pelos países africanos, como no mês passado em que o Museu de Londres concordou em devolver objetos saqueados em 1897 pela Inglaterra no Reino de Benin, localizado no sul da Nigéria.
Fonte: CNN
PMA planeja alívio alimentar para 700.000 zimbabuanos; até os 3,8 milhões de necessitados
14/09/2022
No dia 13 de setembro, o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) anunciou que está planejando um programa de ajuda alimentar que visa 700.000 pessoas no Zimbábue a partir de outubro, à medida que os efeitos de uma colheita ruim e a guerra com a Ucrânia continuam a aparecer, disse um funcionário. O governo do Zimbábue está trabalhando com agências para fornecer ajuda alimentar para 3,8 milhões de pessoas, disse o PMA.O país do sul da África tem lutado para se alimentar desde 2000, quando o ex-líder Robert Mugabe defendeu a apreensão de fazendas de propriedade branca para reassentar negros sem terra. O governo do Zimbábue disse que espera que sua colheita de milho básico caia quase pela metade este ano, para 1,56 milhão de toneladas do recorde de vários anos da temporada passada de 2,72 milhões de toneladas, devido às chuvas fracas na temporada de crescimento de 2021-22.O país necessita anualmente de 2,2 milhões de toneladas de milho para consumo humano e pecuário. O PMA disse que havia orçado US$ 40 milhões para o programa de ajuda alimentar para amortecer milhões durante o pico da temporada de fome a partir de outubro, quando as famílias pobres ficar sem estoques de alimentos, até março, quando a colheita começa. O aumento dos preços dos alimentos, juntamente com os custos mais altos de combustível após a invasão da Ucrânia pela Rússia, levou a inflação do Zimbábue de 61% em janeiro para 285% em agosto, minando os esforços do presidente Emmerson Mnangagwa para reanimar a economia do país.
Fonte: New Zimbabwe