Clipping África Ocidental #126

Capacitação das mulheres para aumentar a segurança hídrica na África 

25/09/2022

Por Mariana Zica

Já é sabido que o principal continente afetado pela escassez de água é o africano. No entanto, devido às mudanças climáticas, essa mazela tende a ficar pior à medida que os anos passam, fazendo com que o abastecimento dos limitados recursos hídricos da África fiquem cada vez mais ameaçados. Esse problema afeta principalmente as mulheres africanas, com ênfase nas senegalesas. Isso pode ser percebido porque mais de 90% das mulheres senegalesas não têm acesso a água tratada. Isso porque, as tarefas que essas mulheres possuem principalmente no meio rural são a de cozinhar, limpar a casa, cuidar das crianças e da agricultura familiar. 

Para exercer todas essas tarefas, a água é essencial. No entanto, elas são obrigadas a realizarem diversos processos para obtenção de água que seriam extremamente mais simples se tivesse acesso a informação e tecnologia o suficiente, algo que é incomum principalmente devido a uma cultura patriarcal que “deixa as mulheres de lado” não às informando. Com isso, algumas ONGs implementaram uma ideia que ajudou e aumentou a produção agrícola significativamente, que é de responsabilidade na maioria das vezes das mulheres. 

O MUS (Multiple use water service) é um projeto que deixa as mulheres à frente do desenvolvimento e da governança da infraestrutura acerca da distribuição e acesso à água. Esse projeto aumentou significativamente o crescimento das mudas na agricultura e aumentou consideravelmente a renda das mulheres senegalesas. 

Fonte: The Sierra Leone Telegraph

Chade pede à ONU assentos permanentes para países da África no Conselho de Segurança

24/09/2022

Por Antônia Pontes

O secretário das relações exteriores do Chade, Awatif El Tidjani Ahmed Koiboro, pediu para a Organização das Nações Unidas (ONU) a concessão de de assentos permanentes para países africanos no Conselho de Segurança, como forma de reparação histórica frente às injustiças cometidas ao continente. Além disso, as autoridades do Chade consideram que o ingresso no CSNU ajudaria na promoção do desenvolvimento no G5 do Sahel. Em dezembro de 2021, tanto a União Africana, quanto a ONU, mostraram-se comprometidas em auxiliar nas questões de segurança e governança do Sahel e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Fonte: Africa News

Cresce o número de acusações de abusos em Mali, cometidas pelo exército maliano e russos do grupo Wagner

26/09/2022

Por Diogo Procópio Spadotto

O exército maliano e seus auxiliares russos do Grupo Wagner, bem como os tradicionais caçadores de dozo, ganharam destaque e visibilidade na mídia novamente, após acusações de violência sexual e estupro, saques e abusos de todos os tipos contra as populações. Neste caso, teriam cometido violações de direitos humanos em Gouni, na região de Mopti, ao massacrar pelo menos 35 civis durante uma operação realizada em 18 de setembro. Até o momento, as autoridades militares malianas ainda não haviam respondido a essas acusações, mas já é possível pressupor sua rejeição sistemática ao ocorrido. Os depoimentos das vítimas são relatados expondo os acusados, porém os soldados detém proteção militar e governamental, e sempre negam o ocorrido. Em tal situação, cabe às investigações independentes localizar as responsabilidades e esclarecer as coisas. Infelizmente é quase impossível ver os Bamako e os seus acusadores concordarem com a abordagem e os resultados de uma investigação independente, como se cada parte tivesse algo a esconder.

Invariavelmente, é do interesse geral de todos os envolvidos trabalhar para esclarecer as inúmeras acusações de abuso, violência sexual e saques nesta guerra contra o terrorismo no pais. As forças armadas malianas e as autoridades de Bamako continuam a ser os principais acusados dos eventos. O argumento de que não há guerra limpa não pode justificar as ações criminosas de um exército cujo primeiro dever é defender e proteger a população. De acordo com os especialistas, a eclosão da violência terrorista nos países do Sahel pode ser explicada, em parte, pelas cobranças dos exércitos sobre as populações. Ou seja, os cidadãos se revoltaram contra as tropas malianas porque foram vítimas de abusos por parte dos soldados. Isso significa que é dever do exército mostrar que essas acusações repetidas são apenas alegações. Por outro lado, se essas denúncias forem fundadas, deve-se acionar a lei que efetive mecanismos de repressão aos autores. Porém, continuar em silêncio equivale quase a uma admissão de culpa que poderia influenciar ainda mais a população vitimada para o lado dos grupos terroristas. Já a parte acusadora é, em particular, a população que testemunha os abusos, e certas ONGs. Se as acusações não forem bem documentadas e apoiadas por provas sólidas e irrefutáveis, dará a impressão de uma implacabilidade suspeita contra o Mali, cujas inimizades com muitos países ocidentais, principalmente a França, são conhecidas e acabaram se agravando cada vez mais.

Fonte: Le Pays

A República Democrática do Congo pode superar seus desafios alimentícios

25/09/2022

Por Mariana Albuquerque

A República Democrática do Congo (RDC) importa mais da metade dos produtos alimentícios necessários para alimentar seus habitantes. No entanto, esta situação não é inevitável, e a RDC tem muitas vantagens para se tornar uma terra não apenas capaz de produzir seu próprio consumo de alimentos, mas de se tornar uma potência regional exportadora no longo prazo. Para atingir esse objetivo, a RDC pode contar com iniciativas locais que souberam capitalizar as forças vitais do país para desenvolver modelos de produção de alimentos eficientes e inovadores.

Segundo a entidade filantrópica Caritas, 25,9 milhões de congoleses poderão necessitar de ajuda alimentar em 2022. Uma constatação condenatória, agravada pelo contexto geopolítico global. Seria ilusório, de fato, esperar que o conflito em curso na Ucrânia não afete o curso dos preços dos alimentos no país. Uma situação catastrófica, enquanto os apelos humanitários na RDC apoiados pelos Estados Unidos foram financiados apenas em 50% nos últimos cinco anos. O aumento persistente dos preços dos alimentos pesa cada vez mais nos orçamentos das famílias e aumenta os riscos de uma crise alimentar generalizada. 

Perante esta situação, o governo lançou, no dia 29 de junho, um plano de resiliência com o objetivo de apoiar os agricultores e aumentar a produção nacional. As autoridades anunciaram, assim, um envelope de 171,205 milhões de francos para a totalidade deste projeto. Para além do apoio aos agricultores locais, as autoridades preparam-se agora para identificar e apoiar os criadores nacionais para aumentar a sua produção, de forma a reduzir a dependência do país das importações de alimentos em, pelo menos, 10% ao ano.

Fonte: Afrik

Peça teatral na história política pós-colonial

26/09/2022

Por Júlia Carvalho Teixeira

A história do Chade presenciou um longo período de colonização e passou por diferentes regimes até configurar o Estado chadiano como é conhecido hoje. Ainda que existam pontos frágeis na hierarquia política atual, a Associação de Intercâmbios Culturais Kadja-Kossi (AECKK) apresentou uma peça teatral para retratar a história do Chade desde a colonização até a concepção da ideia de democracia no país. No dia 25 de setembro de 2022, a peça intitulada “Marcha do Chade, da colonização ao advento da democracia” foi prestigiada por pessoas públicas relevantes como o Ministro da Cultura e Promoção da Diversidade, Ndougonna Mbakassé Riradjim.

A peça ocorreu no salão do Ministério das Relações Exteriores do Chade. Todo o espetáculo foi pensado por Mayoumbila Mariam, uma das grandes promotoras da cultura chadiana. Junto a ela, diversas pessoas da sociedade e artistas participaram com empolgação da realização do show. Para muitos, a história é um princípio fundamental da formação de um povo, de forma que passam a entender a formação do Estado, trazendo importância para a participação da população na história do país. Além disso, outros apontam que participar dessa peça teatral permitiu a ampliação do conhecimento daquilo que conheciam como sua história, fortalecendo a identidade nacional e a promoção da paz. Vale ressaltar que a peça não foi financiada pelo governo ou qualquer outra instituição estatal. Dessa forma, os artistas incentivam que esses atores passem a valorizar essas iniciativas, entendendo a importância da cultura e da história para o Estado.

Fonte: Ialtchad Presse

Líder rebelde no exílio retorna ao Chade para diálogo de paz

18/08/2022

Por Guilherme Gomes Aquino

Timan Erdimi, um importante líder rebelde do Chade, retornou do exílio no dia 18 de agosto, após uma década no Catar. Líder da União das Forças da Resistência (UFR), Timan Erdimi, de 67 anos, estava em exílio desde as tentativas de tentar derrubar seu tio e ex-presidente Idriss Déby Itno em 2008 e em 2019. Erdimi participou no dia 20 de agosto do diálogo que deve resultar em eleições “livres e democráticas”, assim como no retorno dos civis ao poder. O fórum foi anunciado pelo comandante da junta militar, o general Mahamat Idriss Deby, e acontece após a assinatura, em 8 de agosto, de um acordo com 40 grupos opositores para o início de um processo de paz.

A negociação de paz deveria ter começado em fevereiro, mas foi adiada em diversas ocasiões pelas divergências entre os grupos rebeldes sobre participar ou não no diálogo. A UFR está entre os 40 grupos rebeldes que assinaram o acordo e decidiram prosseguir com o diálogo. Entre os ausentes estão uma importante aliança política e dois dos principais grupos rebeldes, incluindo a Frente pela Alternância e Concórdia no Chade, responsáveis pela ofensiva na qual o ex-presidente Deby foi morto. Seu filho e sucessor apresentou o diálogo como uma oportunidade de reconciliação em um país fraturado que abre as portas para eleições “livres e democráticas” dentro de 18 meses após a tomada do poder militar. 

O vice-presidente do comitê organizador e ex-opositor de Deby pai, Saleh Kebzabo, disse que essa negociação deve facilitar uma nova Constituição que será submetida a referendo. No entanto, há grandes desafios, a começar pelos prazos. “O cronograma para o diálogo, que deveria ser de 21 dias, não é credível”, disse Enric Picco, do International Crisis Group. Além disso, o prazo de 18 meses proposto pela junta expira em outubro. “Não é possível chegar a um acordo em tão pouco tempo”.

Fonte: G1

CONFLITOS EM TORNO DO PROJETO DE REVISÃO CONSTITUCIONAL NA ÁFRICA CENTRAL: a RCA dança sobre um vulcão

26/09/2022

Por Bruna Nébias

O Tribunal Constitucional da África Central invalidou o decreto presidencial que objetivava reformar a Constituição, com o objetivo de consentir que o presidente Faustin-Archange-Tourada  concorra ao seu terceiro mandato. No dia 26 de setembro ocorreu uma petição na República Centro Africana para que tenha um referendo constitucional. Essa petição poderá causar um cisma maior entre os centro-africanos, a oposição presente no país é contra a prorrogação do presidente da África Central. Assim, o Bloco Republicano realizou uma manifestação em defesa da Constituição que fez reuniu milhares de cidadãos no país, entretanto os defensores do presidente não cedem e acabam atacando a oposição, de modo que a República Centro Africana encontra-se em situação de polarização e clima de tensão.

Fonte: Le Pays

MEMBROS DA COMISSÃO NACIONAL DO HAJJ SUBSTITUÍDOS

21/09/2022

Por Victor Motta

O Standard foi informado de que a maioria dos membros da Comissão Nacional do Hajj, órgão que coordena a participação do país na peregrinação anual muçulmana a Meca, na Arábia Saudita, foi substituída. Eles incluem seu presidente Imam Ousman Jah. De acordo com fontes impecáveis, Sheikh Ebrahim Jarjue, um pregador líder e sem dúvida o melhor em Jurisprudência Islâmica, foi nomeado o novo presidente.

Um protegido do Sheikh Gibril Kujabi, Sheikh Ebrahim Jarjue tem sido uma voz constante nas ondas de rádio por décadas e durante seu tempo como professor no Instituto Islâmico de Tallinding. Os demais membros da nova comissão são: Sheikh Essa Darboe, Sheikh Muhammad Lamin Touray, Sheikh Mafugi Sanyang, Sheikh Ebrima Cham e Sheikh Sulayman Masanneh Ceesay.

Fonte: The Standard

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